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sábado, 25 de janeiro de 2025

SAF no Botafogo-PB: silêncio, demora, distanciamento de investidores e otimismo no clube

CT da Maravilha do Contorno (Foto: Matheus Aquino/ge)
O Botafogo-PB vai bem dentro de campo no Campeonato Paraibano. Três jogos, três vitórias e um 100% de aproveitamento dentro da competição que vai gerando respeito nos adversários. O resultado em campo, no entanto, não faz desaparecer na torcida um grande incômodo e uma grande desconfiança. É que a SAF do clube parece não andar. E, diante de promessas feitas por dirigentes, no mínimo, caminha a passos lentos e atrasados. Internamente, ainda há confiança no acerto. Mas também há visões diferentes. O ge explica um pouco da situação atual do processo de constituição da SAF do clube.
Burocracia atrasa a SAF
No dia 21 de dezembro, a Assembleia Geral, composta por todos os sócios do Botafogo-PB e principal instância de poder até aqui na instituição, autorizou que o Belo pode virar uma SAF. Para isso, divide-se o clube em SAF e associação. Duas coisas separadas, institucionalmente falando. A associação já existe. Mas a SAF, juridicamente, ainda precisou ser criada.
A diretoria do Botafogo-PB trabalha nesta constituição junto aos órgãos competentes. E isso, naturalmente, é burocrático, portanto, lento. Até agora ainda não existe o "Belo SAF", como será chamada a instituição.
Acontece que a demora para que os investidores assinem os contratos e assumam a "Belo SAF" oficialmente, que inicialmente foi projetada para ocorrer ainda em 2024, não tem a ver apenas com as questões burocráticas.
Silêncio, distanciamento e "novidades ruins"
Não dá para dizer que os investidores Lucas Franzato e Celso Colombo Neto chegaram a ser propriamente próximos ao clube, pelo menos publicamente. É claro que nos bastidores há contato direito e quase que diário entre representantes do Botafogo-PB e dos dois investidores.
Mas na Série C do Campeonato Brasileiro havia uma mínimo contato publicizado. Os investidores, por exemplo, visitaram João Pessoa em algumas poucas ocasiões. Mas visitaram. Ambos até assistiram a uma partida do clube no quadrangular do acesso da Série C no Estádio Almeidão.
De lá para cá, esse movimento não ocorreu mais. Os contatos são diários, como já dito, entre dirigentes e representantes dos dois lados. O silêncio, no entanto, por parte de clube e de investidores impera. Sobretudo do lado de quem quer investir no Botafogo-PB. Celso e Lucas não falam com a imprensa paraibana desde quando foram anunciados como pretensos investidores.
A empolgação com o Botafogo-PB por parte dos possíveis investidores, aliás, realmente mudou na prática. Segundo apurou o ge com outras fontes ligadas a esse processo de negociação, Celso e Luca foram surpreendidos com algumas "mudanças no produto". Uma delas, meio óbvia. Assim que foi divulgado publicamente que o Belo estava em vias de virar SAF, choveu ações trabalhistas contra o clube. Houve já alguns acordo e até condenações. Outras ações seguem em seu devido processo legal. De todo modo, o passivo é maior agora se comparado ao momento em que os investidores assinaram a proposta vinculante.
Bismark, ex-atacante do Botafogo-PB, colocou o clube na Justiça. Acordo judicial foi feito e Belo teve que pagar ao jogador — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB
Bismark, ex-atacante do Botafogo-PB, colocou o clube na Justiça. Acordo judicial foi feito e Belo teve que pagar ao jogador — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB
Outro ponto chegou a ser também um incômodo e um dos responsáveis pelo arrefecimento da relação dos investidores com o clube. A Maravilha do Contorno, centro de treinamento do Alvinegro, que deve ser alugada pela "Belo SAF" junto à associação não é de propriedade do clube, pelo menos segundo o Governo do Estado da Paraíba. Internamente, alguns dirigentes consideram discordam da tese do Estado. Independente disso, os investidores não querem opiniões, mas, sim, garantias jurídicas.
Incômodos internos e visões diferentes
Pessoas da diretoria ou ligadas à diretoria do Botafogo-PB têm uma visão parecida, majoritariamente. Há um certo otimismo ainda, na maior parte dos botafoguenses que fazem a instituição por dentro, de que superada a questão burocrática, os investidores vão seguir com a ideia de assumir o futebol do clube e investir os cerca de R$ 300 milhões por 15 anos no Belo.
A reportagem entrou em contato com o vice-presidente de Marketing, Paulo Monte, que é um dos agentes mais próximos do clube dentro do processo de negociação na constituição de SAF no Botafogo-PB, que acredita que os trâmites burocráticos e de análise completa do clube por parte dos investidores estão na reta final.
Nós estamos em processo de constituição da SAF. Acredito que em poucas semanas seja constituída. É uma parte muito burocrática. Burocrático também é a questão da Due Diligence (análise jurídica feita por representantes dos investidores). É, até o momento, a parte mais importante desse processo, visando garantir transparência e legalidade. Envolve questão financeira, recursos humanos, jurídica. Diria que 90% dessa etapa já foi concluída. Os contatos são diários. Existe, por parte dos investidores, dois escritórios de advocacia trabalhando conjuntamente com os departamentos financeiro, de recursos humanos e jurídico do clube. — explicou Paulo Monte.
Por outro lado, outras pessoas ligadas ao clube têm uma visão mais cética em relação ao que está ocorrendo no momento em relação ao tema. Uma fonte que não quis se identificar acredita que houve um recuo notório na vontade dos investidores de seguir com o negócio.
Isso porque os investidores teriam pensado em um cenário mais interessante, com o Botafogo-PB na Série B ou pelo menos com vaga na fase de grupos da Copa do Nordeste. Esses fatos somados com o que seria um entorno imprevisível do clube, segundo os investidores, poderia estar colocando uma distância maior no negócio em questão, de acordo com essa fonte. Vale lembrar que clube e investidores assinaram uma proposta vinculante onde já há direitos e deveres das duas partes, e que uma desistência no negócio custa uma multa de R$ 3 milhões para quem não quiser seguir com o negócio.
Houve ainda incômodo dentro do clube recentemente por conta das despesas. Internamente, o Botafogo-PB queria que os investidores estivessem ajudando mais financeiramente, como até chegou a acontecer na Série C. A distância, portanto, também foi um movimento que ocorreu em termos econômicos. O clube ficou devendo salários para os jogadores em janeiro, referentes a dezembro, e quitou há alguns dias.
Alguns empregados do clube seguem sem receber os vencimentos de dezembro e estão com salários atrasados, o que pode gerar mais passivos trabalhistas. Dirigentes se incomodam porque o elenco foi majoritariamente formado pelos investidores, incluindo a escolha da comissão técnica, capitaneada pelo técnico João Burse, que foi um nome colocado por Lucas Franzato, mas estão tendo que arcar com os pagamentos. Apesar da montagem ter tido assinatura robusta da SAF, o elenco e a comissão seguem sendo pagos pela diretoria atual.

Por Pedro Alves 
ge João Pessoa

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