CT da Maravilha do Contorno (Foto: Matheus Aquino/ge) |
Um debate importante tomou conta das tratativas finais entre os investidores que querem transformar o Botafogo-PB em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e os dirigentes atuais do clube. É ainda sobre uma suposta dívida que o clube possa ter com o Governo do Estado, referente ainda a irregularidades do antigo programa Gol de Placa, que oferecia troca de notas fiscais por ingressos de jogos dos clubes paraibanos para a população. O impasse, no entanto, segundo apurou o ge, foi sanado e não deve atrapalhar o acordo entre as partes.
O ge entrou em contato com o ex-presidente e conselheiro atual do clube, Alexandre Cavalcanti, que não deu detalhes sobre o caso, mas contou que pelo menos um impasse atrasou, nas últimas semanas, o fechamento do acordo entre o clube e os investidores Lucas Franzato e Celso Colombo Neto, que prometem investimentos de cerca de R$ 300 milhões em 15 anos para transformar o Belo em SAF.
Até agora, há mais de 10 dias das últimas eleições dentro do Botafogo-PB, a Assembleia Geral não foi convocada para votar a constituição da SAF. Isso porque havia esse impasse quanto a essa suposta dívida entre clube e Governo do Estado.
O ge apurou que o debate girou em torno das seguintes ideias: o Botafogo-PB não admite a dívida que tem com o Governo do Estado, mas precisa estar preparado para pagar ela, caso seja reconhecida pela Justiça. Em 2020, o clube chegou a estar disposto a admitir que devia parte do valor por conta de irregularidades que vários clubes fizeram no tocante ao programa, que consistia em trocar notas fiscais por ingressos de jogos do futebol paraibano profissional, pagando aos clubes o valor desses ingressos que eram trocados por torcedores.
O Botafogo-PB, no entanto, nunca concordou com os valores cobrados pelo Governo do Estado, que definiu que o clube pessoense tinha um débito de cerca de R$ 3 milhões. O acordo entre o Belo e o Governo do Estado não saiu até o momento.
Os investidores ficaram preocupados com os valores, dando a entender que ficaram sabendo do débito há pouco tempo. Nas reuniões entre representantes dos investidores e do clube atualmente, o impasse ficou por conta de definir quem ficaria responsável pelo pagamento, caso houvesse uma obrigação futura de quitar os débitos, seja para poder negociar com o Governo futuros patrocínios, seja por conta, eventualmente, uma decisão judicial que obrigue o clube a pagar.
Após conversas ficaram definidas algumas deliberações: primeiro que é ponto pacífico que o Botafogo-PB deve seguir questionando o débito de R$ 3 milhões. Tanto os dirigentes atuais como os representantes da futura SAF convergiram em seguir contestando a dívida. Além disso, ficou decidido que, se em algum momento, a SAF for cobrada pela dívida, os valores referentes a repasses da SAF para a Associação, como aluguel da Maravilha do Contorno e royalties para o uso comercial da marca do clube, que pertence a Associação, serão usados para quitar essa dívida, claro, em caso de decisão judicial obrigando à quitação.
Segundo apurou o ge, nos próximos dias deve ser convocada a Assembleia Geral para bater o martelo sobre a constituição ou não da SAF no clube paraibano. Apesar de ainda não ser dirigente oficial do clube, um dos investidores, Lucas Franzato, já trabalha na montagem do elenco para 2025. A escolha de João Burse para ser o técnico desse projeto foi escolha pessoal de Franzato.
Por Pedro Alves
ge João Pessoa
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