Após "princípio de greve", boatos e dispensa, Campinense encara jogo duro diante do Sousa

Parte do elenco do Campinense se reapresenta após um dia de paralisação (Foto: Divulgação / Campinense Clube)

O Campinense encerrou nessa sexta-feira (16) a sua preparação para a 5ª rodada do Campeonato Paraibano Unipê 2024. O elenco raposeiro viajou até o Sertão da Paraíba, onde vai encarar o Sousa, no Estádio Marizão, neste sábado. Na bagagem, a Raposa traz uma semana repleta de eventos conturbados que incluem um "princípio de greve", uma dispensa no plantel, alegação de atraso salarial e boatos de distanciamentos na alta cúpula do clube.

Com apenas uma vitória em quatro jogos disputados, o Campinense está na 6ª colocação no Campeonato Paraibano. A atual posição da Raposa deixa a equipe de fora da zona de classificação para as semifinais. Caso termine a 1ª fase da competição estadual assim, o Rubro-Negro chegará ao seu segundo ano consecutivo sem calendário nacional. No entanto, os problemas do clube vão além das disputas dentro do campo de jogo.

"Princípio de greve" e dispensa de Luan Santos pelo presidente

Na terça-feira (16), a assessoria do Campinense informou que o elenco não se reapresentou no dia anterior, como estava previsto na agenda. Os jogadores iniciaram uma espécie de greve e ameaçaram não entrar em campo contra o Sousa, alegando atrasos salariais. A normalidade foi reestabelecida no Renatão após uma conversa entre o presidente do clube, Lênin Correia, e os atletas do plantel.

Tido como líder do movimento de greve, o atacante Luan Santos foi dispensado do elenco Rubro-Negro, de acordo com o próprio presidente Lênin. Ele já havia sido destaque após ser afastado por indisciplina e dar uma declaração polêmica após o fim do jogo contra o Botafogo-PB. Antes de chegar ao Campinense, o atleta chegou a ser anunciado pelo Belo, mas o time da capital paraibana não prosseguiu com a contratação.

Promessa de regularização salarial

Com o princípio de greve realizado pelos jogadores do Campinense, o clube emitiu uma nota oficial ainda na tarde da terça-feira. Nela, a agremiação alegou que os salários estavam com apenas um dia de atraso, o que tornava, segundo a nota, a paralisação "ilegal e abusiva". A publicação ainda dizia que a Raposa vive uma situação financeira delicada por conta da ausência de calendário nacional nesta temporada.

O clube informou à reportagem do ge, por meio da assessoria, que é esperado que uma cota do Mecanismo de Solidariedade da Fifa seja depositada para o Campinense até a próxima terça-feira (20). Tão logo o repasse seja feito, os salários dos jogadores serão regularizados, de acordo com a agremiação.

Boatos sobre o distanciamento entre Lênin e Simões

Na tarde da quinta-feira (15), foram ventilados rumores sobre um distanciamento entre o presidente do Campinense, Lênin Correia, e o ex-presidente William Simões. No entanto, os dois desmentiram o rompimento da aliança. De acordo com Simões, seu afastamento do clube se deu por questões pessoais e não por algum tipo de rixa com Lênin.

Apenas me afastei para cuidar da minha vida pessoal. Eu não rompi. Do fundo do meu coração, eu quero que tudo dê certo na nossa Raposa, e que o presidente tenha sucesso na sua gestão.

— William Simões

Divergências existem, porém, nada de afastamento. Estamos juntos! Infelizmente, enquanto este campeonato não acabar, tenho que saber conviver com isto: boatos e mais boatos.

— Lênin Correia

No fim da noite dessa sexta-feira, o presidente do Conselho Deliberativo do Campinense, Antônio Trajano, emitiu uma nota oficial. Nela, o conselheiro desmentiu boatos que circulavam nas redes sociais sobre uma possível pressão para a renúncia de Lênin Correia. Na publicação, Trajano diz que não é de responsabilidade do conselho requerer a interrupção da gestão do mandatário do Rubro-Negro.

O fato é que, diante de uma semana marcada por vários momentos delicados, o Campinense tem um jogo complicado contra o Sousa. O jogo acontece às 16h30 deste sábado (17) no Estádio Marizão. Se vencer, a Raposa entra no G-4. Contudo, caso tropece, a situação fica preocupante.

Por Gabriel Abdon* 

ge Campina Grande, PB

*Estagiário sob a supervisão de Cisco Nobre