Por José Romildo de Sousa, historiador patoense
O Esporte Clube de Patos, foi criado em 1952, assumindo o lugar deixado pelo Botafogo de Seu Inocêncio Oliveira, que sempre fazia questão de recordar: “meu time jogou 11 anos e nunca perdeu uma partida”.
Durante o período que atuou no Campo do Ginásio, o Esporte teve total predominância sobre os seus adversários. Não foram poucas as equipes montadas em Patos para acabar com a sua supremacia que não lograram êxito. Inclusive, muitos delas após o resultado do embate evitaram novos encontros.
Já o Nacional Atlético Clube nasceu no dia 23 de dezembro de 1961, completando no último sábado 72 de existência no futebol da Morada do Sol. Foi criado através do esforço conjunto dos funcionários dos correios e de outras repartições federais, visando fortalecer o cenário futebolístico das Espinharas e fazer enfrentamento ao afamado time comandado por Seu Zéu Palmeira.
Diante deste contexto, a expectativa dos torcedores era muito grande em virtude da realização do primeiro encontro entre as duas agremiações. E finalmente as diretorias das equipes se acertaram e marcaram a data da partida.
Durante a semana que antecedeu ao evento, não se falava em outra coisa nos bares, sorveterias e rodas de conversas na cidade, a não ser a respeito do esperado jogo. E a turma ponderava: quem será o vencedor?! O “Pato” vai ou não continuar mandando no Campo do Diocesano?!...
Quanto aos dirigentes das equipes, estes não “dormiam no ponto” e se empenhavam com muito afinco nos preparativos e treinos dos seus times para que eles fizessem bonito na exibição no Campo do Ginásio e, no final das contas, saísse do campo como vencedor da partida.
No que diz respeito as concentrações, elas começaram no sábado logo cedo. O Esporte na sua sede no local onde hoje funciona o Banco do Brasil. Quanto ao Nacional, os atletas foram levados para a Fazenda Várzea de Jurema, com direito a muita regalia e até o almoço trazido do prestigiado Restaurante da Carne de Sol, de Seu Inácio Fernandes. O destacado padrão de camisas do Nacional, para intimidar o adversário, foi trazido de São Paulo por Mozart Wanderley.
Antes do jogo, alguns atletas chegaram a dar entrevistas ao repórter da Rádio Espinharas, o inolvidável José Augusto Longo, todos eles exaltando as qualidades dos jogadores do seu time e dando como certa a vitória.
Na tarde do domingo, dia 14 de abril de 1963, as equipes chegaram logo cedo ao Campo do Ginásio que já se encontrava totalmente lotado de espectadores. As 15:30 horas os times entraram em campo e as torcidas dos dois clubes se manifestaram ruidosamente, promovendo uma grande festa.
O Esporte entrou com uma equipe composta por Celimarmos, Neocid, Perequeté, Inaldo, Zito, Galego Chico, Sales, Nego, Zéu Palmeira, e Mauro Moura (capitão do time); enquanto que o Nacional Atlético Clube que ia pela primeira vez enfrentar o Esporte, se apresentava formado por Bastinho, Zamba, Canário, Jader, Cícero Miguel (treinador e capitão do time), Inacinho, Tuca, Dissôr, Mazinho, Joquinha e João Batista.
Durante o início da partida os times ficaram se estudando: ninguém queria facilitar as coisas para o adversário. Em um dado momento, Mazinho Conrado aproveitou uma bola que sobrou na área, mandou-a para dentro do gol do goleiro Celimarcos: era o primeiro tento feito por um atleta no Nacional em cima do Esporte. A torcida “Canarinho do Sertão” foi à loucura! E comemorou com muito entusiasmo.
Pouco tempo depois, Mário Moura empatou a partida através de uma certeira cabeçada. Foi a vez dos torcedores do Esporte também se manifestar com muita intensidade. E assim terminou o 1º tempo.
Iniciado o tempo complementar, o Esporte passou a mandar no jogo e Sales fez o segundo gol, seguido do atleta Nego que aumentou o placar. E assim, terminou o jogo: 3x1. O árbitro da partida foi Pedro Correia.
Os torcedores do Esporte saíram alegremente comemorando a vitória e exaltando a performance da sua equipe nos jogos realizados no Campo do Ginásio.
Mas este foi só o primeiro enfrentamento entre o Esporte e o Nacional. Daí para a frente ambas as equipes traçaram uma importante trajetória constituída de muita história; principalmente, a partir da inauguração do Estádio Municipal José Cavalcanti.
E haja fôlego para contá-las!
Fonte de consulta – O Álbum do Futebol: + 90 minutos (2ª ed. ampliada e revisada, Patos – PB, 2008).
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