Ele nasceu na próspera cidade de Campina Grande PB, precisamente no dia 18-02-54, foi por seus pais registrado com o nome de GILSON FERNANDO LEAL DE FARIAS, mas para o mundo da bola pesada ele ficou conhecido como o craque “NEGO GILSON”, um pivô que, parafraseando Armando Nogueira, eu diria: “GILSON” transformava um pequeno taco da antiga quadra de salão em um imenso latifúndio; tamanha era a sua habilidade com a bola em espaços minúsculos”.
Tudo começou em um time de criança denominado de Wembley, existente no famoso bairro São José, no longínquo ano de 1965, onde a sua habilidade e domínio de bola chamavam a atenção dos treinadores. Dali ele foi para o infantil do Treze Futebol Clube, que formou uma boa equipe de futebol de salão. Do Trezinho para a equipe da AABB Associação Atlética Banco do Brasil foi jogo rápido. E quando ele completou apenas 15 anos de idade começou a jogar com a camisa do Campinense Clube, equipe que na época detinha a hegemonia do futebol de salão na Serra da Borborema. Ao entrar na faculdade, NEGO GILSON, que já era bastante conhecido em sua cidade passou a ser um nome em todo o estado da Paraíba, pois ele era uma das sensações dos saudosos jogos universitários com as cores da então FURNE, inclusive sagrando-se campeão universitário no ano de 1973. O seu diferenciado desempenho o levou a defender como titular a seleção paraibana universitária, por várias vezes e disputando os jogos brasileiros nos estados de Alagoas e Minas Gerais. Em 1976, foi convocado para a seleção brasileira universitária, não comparecendo por causa da distância e dos estudos.
O experiente e vitorioso Walter Castelo Branco, treinador do então imbatível Esporte Clube Cabo Branco, não pensou duas vezes em trazer aquele pivô de pequena estatura, magro, cabeludo e barbudo que dominava a bola com tanta perfeição que a gente na arquibancada pensava que jogar futebol de salão era coisa fácil. As suas jogadas só terminavam com a rede balançando ou ele no chão, afinal o central de antigamente não alisava o pivô. GILSON passou a defender as cores alvirrubras do tradicional clube de Miramar ao lado de atletas como Givaldo, Luís da Banda, Vuca, Aldanir e ele. Quem não lembra desse quinteto? No Campinense Clube, GILSON jogou em um time que ficou famoso com o conjunto habilidoso de Luciano, Jobedis, Gioto, Marcílio e ele, quinteto seguidamente campeão da cidade e que foi premiado com o jogo das faixas em uma partida festiva contra a poderosa Sociedade Esportiva Palmeiras, forte equipe paulista então campeã sul americana.
O nosso homenageado também era bom dentro dos gramados, inclusive foi aprovado, aos 16 anos de idade em um teste no Sport Clube do Recife, quando ali ficou por trinta dias, junto com os amigos Son e Fernando Canguru, futuros profissionais e ídolos do Treze Futebol Clube. Mas a sua genitora não permitiu a sua transferência para a famosa Ilha do Retiro. Outra experiência dentro das quatro linhas do gramado, foi quando o competente José Santos o levou para treinar com os profissionais do Clube Campinense Clube. GILSON, que não se intimidava fácil, pegou a bola no treino e saiu driblando toda a defesa, só parando quando recebeu uma cotovelada no rosto que o levou diretamente ao hospital, fazendo com que o nosso craque desistisse e não retornasse mais aos treinos do Estádio Municipal Plínio Lemos.
Em 1978, mesmo estando em excelente forma resolveu não mais disputar competições, passando apenas a jogar por lazer pois concluiu o curso superior e passou a trabalhar na Universidade Federal da Paraíba. Quem o viu dentro das quadras não esquece as suas assistências, seus dribles sem firulas, objetivos, milimétricos e cirúrgicos que terminavam sempre com o grito de gol. Para nós, torcedores, cronistas e desportistas paraibanos ficou a certeza de que o senhor GILSON FERNANDO LEAL DE FARIAS, o popular pivô “NEGO GILSON”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol de salão da Paraíba.
SERPA DI LORENZO
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