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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Politizar o esporte 'seria muito prejudicial', adverte presidente do COI

 
Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional - (crédito: ALINA DIESTE / AFP)
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, mostrou-se confiante, nesta segunda-feira (23), de que a trégua olímpica para os Jogos de Paris 2024 será adotada por consenso no próximo mês, e advertiu que politizar o esporte "seria bastante prejudicial" para a humanidade.
Bach fez essas afirmações durante uma visita a Montevidéu, no Uruguai, pelos 100 anos do Comitê Olímpico Uruguaio (COU).
"Neste momento, contamos com grande apoio da comunidade internacional ao poder unificador do esporte. E espero que obtenhamos outro impulso de apoio com o próximo debate sobre a resolução da trégua olímpica nas Nações Unidas, em novembro", assinalou Bach em entrevista coletiva.
Contudo, Bach ressaltou que o COI está acompanhando "muito de perto" as tentativas de países "de politizar o esporte e substituir competições esportivas como os Jogos Olímpicos, que são jogos de neutralidade política organizados pela sociedade civil, por eventos organizados pelo governo".
Perguntado se estava se referindo à Rússia, cujo presidente Vladimir Putin disse na semana passada que acreditava que novos organismos e ligas esportivas acabariam substituindo o que chamou de "monopólio" existente no esporte internacional, Bach respondeu que o COI "certamente" está analisando esses comentários.
"Estamos muito seguros de que o mundo vai perceber que politizar o esporte seria muito prejudicial para a sociedade mundial e não refletiria a missão do esporte ao simplesmente realizar competições entre nações que, em um determinado momento, são politicamente amigas", afirmou o presidente do COI.
Putin acusou a organização de usar os Jogos como "instrumento de pressão política", algo rechaçado "firmemente" pelo COI.
O Comitê ainda deve decidir se vai permitir aos atletas russos e bielorrussos competir em Paris-2024, um tema que agita o mundo do esporte.
Os atletas desses países foram proibidos de participar de competições internacionais após o início da ofensiva russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, com apoio de Belarus.
Em março de 2023, o COI recomendou sua reintegração a competições internacionais fora dos Jogos Olímpicos, sempre que eles participem com bandeira neutra, de forma individual, e que não tenham "apoiado ativamente a guerra na Ucrânia".
Por outro lado, em 12 de outubro, o COI suspendeu o Comitê Olímpico Russo por ter colocado sob sua autoridade várias organizações esportivas de regiões ucranianas ocupadas pelo Exército russo.
Em um discurso no Palácio Legislativo, durante a apresentação de um selo comemorativo pelos 100 anos do COU, Bach disse nesta segunda que "os Jogos Olímpicos são o único acontecimento que reúne todo o mundo em uma competição pacífica".
E reiterou que, após se reunir com o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, o COI está "convencido" de contar com o apoio do Uruguai para a resolução da trégua olímpica "por consenso por todos os Estados-membros das Nações Unidas".

Por AFP

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