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quinta-feira, 22 de junho de 2023

Clubes da Série C irão propor à Liga Forte nova divisão de cotas e falam até em paralisar competição

Amazonas e Botafogo-PB estão entre os clubes insatisfeito com divisão de cotas na Série C (Foto: João Normando)
A divisão de um aporte de R$ 35 milhões para os clubes da Série C feita pela Liga Forte Futebol, no que diz respeito à venda de 20% das ações comerciais da entidade para o fundo norte-americano Serengeti, segue dando o que falar.
Na noite da última terça-feira, de forma virtual, representantes de 16 das 20 equipes da Terceirona se reuniram para definir uma forma mais igualitária da divisão desse recurso. Apenas Náutico, Brusque, CSA e Operário optaram por não participar.
Por já fazerem parte da Liga Forte, esses quatro clubes, além do Figueirense (presente ao encontro), foram os que tiveram direito aos maiores repasses, caso optem pela venda dos seus 20% das cotas comerciais.
O Náutico receberá R$ 10 milhões, o Figueirense terá direito a R$ 8 milhões, enquanto CSA, Brusque e Operário ficarão com R$ 5 milhões cada. Já os R$ 2 milhões restantes seriam divididos entre os demais 15 clubes, de forma igualitária (R$ 133 mil para cada), como forma de "bonificação", não estando atrelado à venda das cotas.
Divisão que desagradou os dirigentes desses 15 clubes (Confiança, América-RN, Paysandu, Remo, Botafogo-PB, Volta Redonda, Amazonas, Manaus, São Bernardo, São José-RS, Ypiranga-RS, Pouso Alegre-MG, Floresta, Altos-PI e Aparecidense-GO), que alegam que a atual forma de partilha causará um desequilíbrio técnico na atual edição da Série C.
Na reunião online, os presidentes dos 15 clubes concordaram em apresentar junto à Liga Forte uma nova forma de divisão dos R$ 35 milhões. Nesse novo cenário, R$ 25 milhões seriam divididos de forma igualitária entre os 20 clubes (R$ 1, 250 milhão para cada) e os outros R$ 10 milhões repartidos entre os cinco clubes hoje integrantes da Liga, com critérios a serem definidos.
Nesse caso, todos esses novos valores seriam correspondentes à venda da cota de 20% das ações comerciais desses clubes.
"Vamos tentar sentar e conversar. A Liga Forte diz que veio para mudar o futebol brasileiro, diminuindo as diferenças, mas chega na Série C e faz essa proposta absurda onde um clube ganha R$ 10 milhões e o outro R$ 130 mil", afirmou o presidente do Confiança Pedro Dantas, que lidera o grupo dos clubes insatisfeitos e convocou a reunião.
- Se os clubes da Série C ainda não são associados à Liga Forte, ela tem que primeiro dar a opção desses clubes se associarem para depois fazer uma divisão. Queremos uma divisão igualitária dando a opção do clube se associar ou não - completou.
Apelo à CBF e risco de paralisação da Série C
Além disso, para o presidente do Confiança, a divisão atual irá gerar um impacto esportivo na edição deste ano da Série C. Que se não for resolvido, segundo ele, pode causar até no pedido de paralisação da competição
O período de inscrição de novos jogadores na Série C se encerra no dia 4 de agosto, com os clubes podendo substituir no máximo oito atletas até o dia 25 do mesmo mês.
Já o pagamento de 50% dos valores negociados por cada clube pela venda das suas respectivas cotas está previsto para ser feito entre o final de agosto e início de setembro.
- É um absurdo, prestes de se fechar a janela de inscrições, se injetar dinheiro em apenas cinco clubes. Isso é praticamente decretar que duas ou três vagas no acesso serão desses clubes.
"Se na rodada final para fechar o G-8 (na primeira fase) se colocar R$ 10 milhões nas mãos do Náutico, o Náutico sobe para a Série B. Não tem perigo de não subir. Se me derem R$ 3 milhões eu garanto que subo com o Confiança. Isso é praticamente comprar as vagas", reforçou Pedro Dantas.
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- Vamos conversar com a CBF e informar que se a Liga Forte não avançar, seguir ignorando 15 clubes e fazendo o repasse apenas para cinco clubes, vamos tentar paralisar o campeonato - encerrou.

Por João de Andrade Neto 
ge Recife

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