Projeto da Arena América (Foto: Divulgação) |
Campeão da Copa do Nordeste em 1998 e com três passagens na Série A através de acessos, o América de Natal vem tentando recuperar o prestígio no futebol da região. Atual campeão da Série D, o clube está de volta à Série C após seis longas tentativas. Pois o retorno em 2023 deve acontecer já num novo patamar financeiro, a partir do comunicado feito pela direção do Mecão, sobre a constituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O movimento da direção executiva, que ainda precisa ser referendado pelos conselheiros numa assembleia em 20 de abril, ocorreu após o acordo milionário com um investidor.
O América de Natal fez um trabalho de captação com a assessoria da XP Investimentos e de dois escritórios de advocacia, no qual obteve uma proposta de R$ 174 milhões em investimentos diretamente no departamento de futebol pelos próximos cinco anos. Ou seja, seriam R$ 34,8 milhões por temporada, valor muito acima da receita atual do clube. O tal investidor é a HIPE Capital S.A., empresa em atividade desde 2015 e que tem como um dos sócios o empresário Pedro Weber, fundador do clube-empresa Azuriz. Coincidência ou não, o pessoal ligado a este clube do Paraná chegou a conversar com o Santa Cruz em 2022.
Possível salto estrutural
Eis o trecho sobre a divulgação oficial da SAF do Mecão, em 4 de abril: “Viemos nesse momento ao mercado divulgar a assinatura do acordo vinculante de constituição da SAF junto com o parceiro HIPE, sócio estratégico que possui experiência relevante no futebol e terá capacidade de promover um incremento significativo das receitas e, consequentemente, da capacidade de investimento no esporte”. Além da gestão do futebol, a HIPE Capital S.A. também deverá investir em frentes estruturais, como a modernização do Centro de Treinamento Abílio Medeiros e a “conclusão das obras da Arena América”.
Este ponto sobre o estádio é bem interessante, pois até hoje o clube alvirrubro só concluiu um módulo do empreendimento localizado em Parnamirim, na região metropolitana de Natal. E olhe que foram sete anos de trabalho para esta etapa, de 2012 a 2019. Com 5 mil lugares, o local já vem sendo utilizado em jogos de menor apelo. Ao todo, o Estádio José Vasconcelos da Rocha, o outro nome oficial da arena, teria capacidade para 25 mil pessoas. Originalmente, a obra completa estava orçada em R$ 20 milhões. Onze anos depois, a correção inflacionária dá R$ 38,5 mi, segundo a calculadora do Banco Central. Com a Arena das Dunas à disposição, a construção do estádio próprio deverá seguir módulo a módulo.
A meta do América, além de Natal
Com esta SAF articulada sem alarde, o América cita que “estará entre os maiores orçamentos das Série C e B” a curto prazo e com estrutura para tentar competir mais acima. Entre os principais nomes do Nordeste, até o momento, dois clubes já conseguiram investidores para a SAF, com o Bahia tendo R$ 1 bilhão em até 15 anos junto ao Grupo City e o América tendo R$ 174 milhões em 5 anos. Proporcionalmente, o clube potiguar parece ter encontrado uma receita consistente, que até justifica o último objetivo apresentado neste projeto: “expansão dos núcleos de formação e fortalecimento da marca por toda região Nordeste”. A conferir.
Fonte: Cássio Zirpori
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