O dia 3 de março marca o nascimento de uma estrela de primeira grandeza do futebol brasileiro. Nesta data nascia o pequeno Arthur Antunes Coimbra, que seria consagrado mundialmente como Zico. A lenda do futebol completa 70 anos nesta sexta-feira e as homenagens pelas sete décadas de vida ecoam por todos os cantos.
Filho de um imigrante português apaixonado pelo Flamengo, o garoto franzino de baixa estatura, nem de longe aparentava o porte necessário para um atleta profissional, apesar da paixão pelo esporte surgiu desde cedo, levando-o a inscrever-se no em uma escolhinha de futsal no bairro de Quintino, bairro da zona norte do Rio.
Do Juventude de Quintino, Zico, como foi apelidado pela prima Ermelinda, passou ainda pelo River Football Clube, até chegar ao Flamengo, em 1967. No entanto, a estreia profissional só veio a ocorrer anos mais tarde, em 1971, em uma partida contra o Vasco da Gama, vencida pelos rubr-negros por 2 a 1. Zico não marcou na estreia, mas deu o passe para o gol de um certo Fio Maravilha, outro monstro sagrado da história do clube.
A partir de 1974 o jogador se firmou no time e passou a usar a clássica camisa 10. O número embalou uma verdadeira era de dribles mágicos, gols mirabolantes e uma habilidade excepcional nas cobranças de falta, que pouco a pouco foram empilhando títulos, desde os mais modestos até o topo do mundo.
O talento de Zico era tão absurdo que normalmente ele só era parado com falta. Aliás, incontáveis foram os gols de falta marcados pelo meia, sem contar os demais. Ao todo, de acordo com o livro "A história de todos os gols de Zico", escrito por Marcelo Abinader, Bruno Lucena e Mário Helvécio, foram 804 gols em toda carreira, em 23 anos de futebol, sendo 509 apenas pelo Flamengo, marca que lhe vale até hoje o posto de maior artilheiro do clube.
Além dos gols, Zico também foi um colecionador de títulos. Pelo Flamengo foram 13, incluindo sete títulos cariocas (1972, 1974, 1978, 1979, 1979 (especial), 1981 e 1986), quatro brasileiros (1980, 1982, 1983 e 1987), uma Libertadores e um Mundial Interclubes, ambos em 81.
Do Flamengo, Zico foi para a Seleção Brasileira, onde marcou outros 48 gols em jogos oficiais e 66 contando com os não oficiais. Apesar de ter sido um herói rubro-negro, não conseguiu o mesmo feito com a seleção canarinho e compôs uma geração que ficou marcada pela qualidade técnica, mas sem o título da Copa do Mundo.
Foram três tentativas, a primeira delas em 1978, quando terminou em terceiro lugar. Mas foi na segunda participação que veio a grande frustração. Em 1982, na Espanha, o Brasil era o franco favorito e tinha uma seleção recheada de estrelas, como Zico, Falcão, Sócrates. No entanto, o time caiu diante da Itália de Paolo Rossi e viu mais uma vez o sonho virar pesadelo.
Zico disputou ainda a Copa de 1896, também sem sucesso. Teve passagens pela Udinese e Kashima Antlers, antes de encerrar a carreira. Depois de 23 anos de futebol profissional, o Galinho deixou os gramados para entrar na história, celebrada nesta esta sexta-feira, pelos quatro cantos do mundo.
O Liberal
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