Botafogo-PB relaciona Breno Morais em três jogos, mas alega "erro administrativo"

Breno Morais, prestando depoimento durante investigação da Operação Cartola (Foto: Reprodução / Rede Globo)

Os bastidores na Maravilha do Contorno seguem agitados depois de toda a polêmica envolvendo dirigentes do Botafogo-PB e jornalistas, após a vitória do Belo sobre o Sousa por 1 a 0, pelas semifinais do Campeonato Paraibano Betino de 2023. Um dos principais atores envolvidos em toda a história é Breno Morais, ex-vice-presidente do clube. Banido do futebol por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o sócio benemérito do Alvinegro da Estrela Vermelha chegou a ser relacionado pela equipe em três partidas neste ano. Mas a situação foi tratada pelo presidente Alexandre Cavalcanti como um "erro administrativo" do time da capital da Paraíba.

Breno Morais foi afastado do cargo de vice-presidente do Botafogo-PB em setembro de 2018, investigado que foi pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, durante a Operação Cartola, suspeito de participar de manipulação de resultados no futebol paraibano. Ele teve que cumprir medidas cautelares, dentre as quais não frequentar estádios, sede de clubes e praças desportivas. Em novembro do mesmo ano, o então dirigente foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e banido do futebol. Já em 2 de abril de 2020, as medidas cautelares impostas pela Justiça Comum foram revogadas, e o empresário passou a poder estar presente nos jogos, nos estádios e na sede do clube.

No entanto, o nome de Breno consta como observador técnico na relação do clube em três partidas do Botafogo-PB neste Campeonato Paraibano de 2023: contra Nacional de Patos (no José Cavalcanti), Queimadense (no Amigão) e Serra Branca (no Amigão). De acordo com o presidente Alexandre Cavalcanti, as designações ao ex-vice do Belo foram erros administrativos.

— Isso aí foi um erro. Na verdade, era para colocar o carro dele na relação de carros para entrar nos estacionamentos dos estádios. Infelizmente, alguém do administrativo errou e colocou na súmula. Mas procurei saber informações sobre isso: nesses jogos, ele não estava nessas cidades. Ele estava em outra cidade. Ele não compareceu a esses jogos — comentou.

— Essa história dessas súmulas... Primeiro que o fato pressupõe o documento. De fato, ele não estava (nos estádios). Isso é fácil de comprovar, porque ele não estava nem na cidade de João Pessoa (os jogos em questão aconteceram em Campina Grande e em Patos); ele estava viajando, tem as passagens. De fato, não estava. Ele não está exercendo nenhuma função administrativa no clube. para o Direito, existe uma formalidade. E, formalmente, ele não está. Ao meu ver, juridicamente, não estamos descumprindo nada".

— Alexandre Cavalcanti.

Advogado, Alexandre Cavalcanti desenhou a conjuntura jurídica envolvendo Breno Morais e toda a sua situação atual para com o judiciário. Quanto à ligação do empresário com o Alvinegro da Estrela Vermelha, o mandatário botafoguense deixou claro que o sócio benemérito foi afastado de funções administrativas desportivas, e não do quadro de sócios do Belo.

— Breno, enquanto membro benemérito do clube, não foi afastado. Ele foi afastado das funções administrativas desportivas. É ruim ou é bom tê-lo no clube? Isso é muito relativo. Ele não teve nenhuma condenação penal transitada em julgado. Ele teve essa condenação administrativa, na esfera desportiva, mas, se ele for absolvido na esfera criminal, a coisa julgada, penal, reflete no administrativo. Até que haja uma sentença penal condenatória transitada em julgado, eu não tenho o que fazer em relação a isso. Bons ou maus profissionais, a gente vai ter em todas as áreas — concluiu.

Por Redação do ge 

João Pessoa