Quando aqui jogou pela primeira vez, em novembro de 1969, Édson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, enfrentou uma excelente equipe do Botafogo Futebol Clube que acabara de ser bicampeã do estado. Seria redundante aqui dizer, que naquele histórico dia a nossa capital estava literalmente parada e o aconchegante estádio José Américo de Almeida, o saudoso campo Olímpico do Boi Só estava com todas as suas dependências lotadas. Era assim que ocorria em qualquer parte do mundo onde o Santos Futebol Clube de Pelé, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Clodoaldo, Edu e companhia jogava. Na noite estrelada de sexta-feira, havia um jovem talento sentado no banco de reservas do nosso alvinegro paraibano, o zagueiro João Telino da Costa Neto, que se tivesse sido escalado para jogar teria a obrigação de marcar o maior jogador de futebol do mundo, o que era missão impossível. Telino, meses depois daquele jogo festivo foi negociado para o Santa Cruz Futebol Clube do Recife e posteriormente para o ABC Futebol Clube, este da belíssima cidade de Natal, onde fez moradia até os dias atuais.
Hoje, aposentado, Telino encontrou outros dotes para preencher a sua capacidade intelectual, criativa e despojada de ver o mundo: escrevendo vários livros como a) ABC – Da Terra Potiguar Para as Terras de Além-mar, b) Comentário dos Convocados e Dossiê dos Aloprados; c) Do Botafogo – Lembranças dos Tempos Áureos, anos 60.
No livro Do Botafogo – Lembranças dos Tempos Áureos, que tive a honra de ser o prefaciador, Telino nas fls. 60 publicou uma foto sua ao lado de Pelé e do saudoso ministro José Américo de Almeida, com a seguinte e irreverente frase no rodapé: “Após insistentes pedidos de Pelé, Telino aceita ser fotografado ao lado dele e do acadêmico José Américo de Almeida. Foi graças a esta foto com Telino que Pelé tornou-se conhecido mundialmente”. Foi uma pena Pelé ter falecido sem ter lido o livro do zagueiro escritor, pois com certeza teria gostado muito da irreverência do autor. Brincadeiras à parte, não tive o prazer de assistir o zagueiro escritor Telino dentro das quatro linhas, mas quem o viu não cansa de o elogiar dizendo que ele era um defensor elegante, que jogava fácil e que mantinha bastante intimidade com a bola. Já os seus livros acima citados, tenho todos guardados com muito carinho em minha biblioteca e espero futuros lançamentos.
Agora, analisando a fotografia que alicerça este artigo, confesso que foi um enorme privilégio para o então jovem Telino, menino criado batendo peladas em Cruz das Armas posar ao lado do ilustre paraibano José Américo de Almeida que foi Ministro da República, membro da Academia Brasileira de Letras e de Pelé, extraterrestre 05 (cinco) vezes campeão do mundo.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos ficou a certeza de que pessoas como Pelé e José Américo de Almeida, que muito contribuíram com a evolução do nosso Brasil, no esporte, na política e na cultura são imortais e merecem todas as possíveis e imagináveis homenagens. Ao querido amigo e escritor João Telino da Costa Neto, eu parafraseando uma célebre frase do escritor José Américo de Almeida, digo: “Ninguém se perde no caminho da volta, porque voltar é uma forma de renascer e venha a João Pessoa tomar um cafezinho comigo e com Chico Matemático, Valdeci Santana, Fernando e Zezito, estamos com saudades. Naná Montenegro pagará a conta.
Por Serpa Di Lorenzo
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