Em jogos de 11 expulsões, Racing vence Boca Juniors e conquista o Troféu dos Campeões da Argentina

 

Boca Juniors e Racing se enfrentaram pelo Troféu dos Campeões da Argentina (Foto: Reprodução/Twitter)

O futebol argentino possui uma capacidade ímpar de criar novas competições que pouco significam. Nesta reta final de temporada, a AFA realiza o chamado Troféu de Campeões, uma supercopa envolvendo os vencedores da Copa da Liga e do Campeonato Argentino. E o azarado Racing, que vinha num ano de melancolia, ganha um prêmio de consolação. A Academia enfrentou o Boca Juniors neste domingo e levou a taça na prorrogação, com a vitória por 2 a 1. Seria um jogo marcado pela enorme confusão, com onze expulsões ao longo da tarde – seis delas de jogadores que estavam em campo, num final de nove racinguistas contra sete boquenses.

A existência do Troféu de Campeões é inútil por si. O torneio deveria reunir os campeões do Campeonato Argentino e da Copa da Liga – que ocupou o primeiro semestre. O problema é que o Boca Juniors faturou ambos os torneios. Assim, os xeneizes foram diretamente à decisão do Troféu de Campeões, à espera de uma semifinal entre seus vices. O Racing (vice do Campeonato Argentino) derrotou o Tigre (vice da Copa da Liga) por 3 a 2 e se confirmou na pouco interessante finalíssima deste domingo.

O futebol prevaleceu no primeiro tempo. O Boca Juniors abriu o placar aos 18 minutos, num cruzamento de Frank Fabra para a definição de Norberto Briasco. Já o empate do Racing não demorou, aos 22, num tiro de longe de Matías Rojas que o goleiro Agustín Rossi aceitou. Os xeneizes ainda tiveram boas chances de retomar a vantagem antes do intervalo. Já o segundo tempo viu a Academia levar mais perigo e inclusive a acertar a trave, com Carlos Alcaraz.

O caos começou nos acréscimos do segundo tempo, quando os jogadores do Boca Juniors reclamavam de um pênalti não marcado. No meio da confusão, Sebastián Villa e Johan Carbonero trocaram empurrões. Ambos foram expulsos e os times foram com 10 homens para a prorrogação. O primeiro tempo extra teria mais uma expulsão. Alan Varela recebeu o segundo amarelo e também foi para o vestiário mais cedo, deixando os xeneizes com nove homens. O Racing aproveitou a vantagem numérica para marcar o gol da vitória no segundo tempo extra. Já aos 12 minutos, Alcaraz desviou um cruzamento de cabeça e correu para o abraço. Até que um pandemônio tomasse o campo na comemoração.

Durante sua celebração, Alcaraz tirou a camisa e imitou Lisandro López. Além de receber o segundo amarelo, irritou os jogadores do Boca Juniors, que entenderam seu gesto como uma provocação. Luis Advíncula recebeu o vermelho direto ao tirar satisfação. Já no banco, os boquenses Diego González e Carlos Zambrano também foram expulsos no rolo, assim como o racinguista Jonathan Galván. Quando o jogo foi retomado, Frank Fabra recebeu o segundo amarelo e deixou o Boca com sete homens em campo. Isso até que Darío Benedetto acabasse expulso no banco, ao insinuar que o árbitro estaria “comprado”. Final de jogo vergonhoso.

Não é o título do Troféu de Campeões que diminui a decepção do Racing na temporada. O time naufragou em todas as principais competições, quando tinha condições de buscar a taça. A forma como a decisão com o Boca Juniors aconteceu, ao menos, devolve um pouco o brio. Já os xeneizes não mancham exatamente o ano. Essa derrota vai ganhar uma nota de rodapé, numa temporada que valeu pela Copa da Liga e pelo Campeonato Argentino. A missão já estava cumprida. Vale lembrar que o Boca, como Campeão Argentino, ainda terá uma Supercopa a disputar, contra o Patronato, vencedor da Copa Argentina. A competição ocorrerá em janeiro.

Trivela