Causos & Lendas do Nosso Futebol: O ADEUS AO ABNEGADO SEU GERSON - Esporte do Vale

Ultimas

Esporte do Vale

O Portal de Esportes do Vale do Sabugi

test banner

Post Top Ad

Responsive Ads Here

Ads

Responsive Ads Aqui 2

sábado, 20 de agosto de 2022

Causos & Lendas do Nosso Futebol: O ADEUS AO ABNEGADO SEU GERSON

Ele nasceu na então arborizada e pacata cidade de João Pessoa, precisamente no dia 11 de março do ano de 1932, foi registrado por seus pais com o nome de VICENTE BEZERRA DE MACEDO, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como “SEU GERSON”.
Quando jovem, seu Gérson jogou de ponta direita na extinta equipe do Ribamar Futebol Clube. Segundo os comentários dos antigos moradores de Mandacaru, ele era bastante hábil e veloz na extremidade do gramado. Seu Gérson sempre morou e realizou os seus projetos no bairro que lhe acolheu de braços abertos, o popular bairro de Mandacaru. Ali, próximo das famosas cinco bocas, ele fez a sua morada, criou a família e deu enorme contribuição ao futebol amador. Ele jogou e participou da Diretoria do antigo Ribamar Futebol Clube e fundou e presidiu a equipe do Sol Nascente Futebol Clube. Mas o grande trabalho desse abnegado desportista foi realizado na Ponte Preta Futebol Clube Recreativo, equipe fundada no dia 21 de abril de 1960. A Ponte Preta, tradicional e importante equipe amadora de nossa capital, inicialmente usou as cores amarela e preto em seu uniforme, porém em seguida a diretoria modificou para as cores preta e branca, semelhante ao clube do interior paulista. A equipe disputava todos os torneios existentes no bairro como também amistosos por toda a capital. Três anos depois de sua fundação e já respeitada naquele bairro, a Ponte Preta filiou - se aos quadros amadores da Federação Paraibana de Futebol, registrando os seus estatutos e os publicando no Diário Oficial do Estado. Na década de oitenta o clube começou a participar dos campeonatos oficiais chancelados pela FPF nas categorias juvenil e amador.
Paralelamente às atividades desenvolvidas dentro das quatro linhas, a Ponte Preta criou um quadro de sócio atleta e com a ajuda do político Inácio Pedrosa – que doou o terreno -, conseguiu erguer a sua sede social justamente no coração do bairro: as cinco bocas. Ali, naquele espaço alvinegro, realizou-se inúmeras festas e reuniões sociais daquela comunidade.
Seu Gérson presidiu a agremiação por vários anos e também exerceu o cargo de treinador. Ele lembrava como se fosse hoje das campanhas de 1982 e 1985, quando conquistaram brilhantemente o campeonato amador do estado. Também recordava da conquista de 1984, na categoria de juniores, títulos que aumentaram o respeito e a admiração do clube em toda a cidade de João Pessoa. Os jogos da Ponte Preta eram disputados em um campo que existia onde hoje funciona o mercado público do Bairro dos Estados e no antigo e popular campo do Alto do Céu, hoje Juracizão.  Os seus maiores adversários e rivais eram o Ribamar Futebol Clube, o Jangadeiro Esporte Clube, o Vera Cruz Esporte Clube e posteriormente o Boa Vista. Vários atletas que se destacaram  em nosso futebol vestiram as cores da Ponte Preta, aqui podemos citar Regis Guru, Cássio, Marcos Silva, Bebé, Neovick e tantos outros que jogaram em equipes profissionais. E como filho de peixe é peixinho, um dos filhos de seu Gérson, de nome Rui – meio campista - começou na Ponte Preta e depois teve o seu passe adquirido pelo Botafogo Futebol Clube.
Ele foi Marceneiro de profissão, desportista por abnegação e escritor por amor ao bairro de Mandacaru. Sim, torcida paraibana, seu Gerson publicou dois livros externando o seu amor àquele bairro: MANDACARU, Sua História e seu povo e MANDACARU, Sua História em Fatos e Fotos, os quais fui gentilmente presenteado pelo autor. Quando foi na madrugada do dia 14 de agosto do fluente ano, aos 90 anos de idade, seu GERSON faleceu deixando o nosso futebol mais pobre. Seu corpo foi velado na marcenaria da família em Mandacaru, com a visitação e homenagem de populares, cronistas, políticos e desportistas. Essa hora, penso eu, ele já se reuniu com Heder Henriques, do Botafogo Futebol Clube, João Walter Tereré Marsicano, do Santos Futebol Clube, Genival Leal de Menezes, da FPF, Genival Xavier Leite, do Jangadeiro Esporte Clube, Milton Ferreira Machado, do Vera Cruz Esporte Clube e o campeão de audiência Ivan Bezerra para traçarem as metas e diretrizes de um campeonato de futebol lá no céu.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que o sr. VICENTE BEZERRA DE MACEDO, o popular “SEU GERSON”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano. 

Por Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será publicado em breve após ser analisado pelo administrador

Publicar anúncio principal

Responsive Ads aqui