Ele nasceu na belíssima e verde cidade de João Pessoa, precisamente no dia 10 de dezembro do ano de 1940, foi registrado por seus pais com o nome de SEVERINO CÂNDIDO DO NASCIMENTO, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o lateral esquerdo “BIU FERRETTI", atleta que jogava na bola e possuía uma enorme regularidade dentro das quatro linhas.
Biu Ferretti batia bola nas peladas do saudoso bairro da Torre, e quando foi no ano de 1957, ingressou no quadro amador do Esporte Clube União, equipe extinta que possuiu os seus tempos áureos na década de 60, quando era presidida por Manoel Fernandes Costeira Neto, o abnegado Seu Costeira, diretor da gráfica do jornal A União.
Quando foi no início do ano de 1961, Biu Ferretti foi promovido ao quadro de profissionais do rubro-negro da capital, equipe que dava grande dor de cabeça aos clubes considerados grandes do nosso rico e histórico futebol. Passando a jogar ao lado de Freire, Lando, Walter Moreira, Miruca, Delgado, Trial, Mineiro, Paulo Foba, Vicente, Naná e tantos outros que vestiram aquele saudoso uniforme com as cores da nossa Paraíba. No início do ano de 1965, o Botafogo Futebol Clube precisava de um lateral esquerdo com as características de Biu Ferretti: seguro, firme, que não comprometesse o sistema defensivo e que fazia o simples com bastante regularidade. No Belo, Biu Ferretti jogou as temporadas de 65, 66 e 67, não conquistando títulos, mas dividindo as responsabilidades com atletas do nível de Fernando, no gol, Lúcio Mauro, na lateral direita, Telino, na zaga, Nininho e Santana, no meio de campo e o finado Zito Camburão no ataque.
Em 1967, o nosso homenageado resolveu pendurar as suas famosas chuteiras e dedicar-se aos estudos, concluindo o ensino médio para depois ingressar na Universidade Federal da Paraíba e concluir o curso de Farmácia e Bioquímica. O seu futebol continuou sendo visto, porém de forma amadora em equipes de bairro e com a camisa dos imortais da Associação Recreativa de Futebol Sub – 100.
Aposentado do serviço público, ele lembra com saudade daquela época em que se jogava por prazer e amor ao esporte. Não se ganhava dinheiro, não havia o apoio logístico nem as condições estruturais de hoje, mas o futebol era jogado para frente e com inteligência, fazia gosto. Hoje, ao lado de sua esposa, filhos e netos, ele recorda da abnegação de Seu Costeira para ajudar os atletas nomeando-os na gráfica do jornal e também para colocar o time em campo. Lembra das viagens para jogar no sertão e em Campina Grande, em campos de gramados e dimensões irregulares para enfrentar fortes adversários.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que o senhor SEVERINO CÂNDIDO DO NASCIMENTO, o popular “BIU FERRETTI”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
Por Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve após ser analisado pelo administrador