Ele nasceu no dia vinte e sete de janeiro do ano de 1943, na prazerosa e próspera cidade de Patos, PB, celeiro de grandes jogadores do nosso estado. Foi registrado por seus pais com o nome de SEBASTIÃO FIRMINO COSTA, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o zagueiro “BASTINHO”.
Aos quinze anos de idade, Bastinho já jogava e se destacava em várias equipes amadoras da cidade de Patos, inclusive com passagem pelo tradicional Esporte Clube de Patos. Aos 18 anos, foi servir ao Exército Brasileiro na cidade de Campina Grande. Ao retornar para a sua amada cidade, ele passou a vestir e a honrar as cores verde e branca do clube em que jogou e posteriormente foi preparador físico, treinador e presidente interino. Podemos dizer, que Bastinho possui uma relação muito especial com o Nacional Atlético Clube.
Ele era um excelente lateral esquerdo e também quarto zagueiro, porém, segundo atestam os torcedores da época, onde fosse escalado ele dava conta do recado. Já naquela época, ele sabia defender com muita firmeza, porém com lealdade ao adversário, e quando necessário apoiava com segurança e sem comprometer a parte defensiva do seu time. O seu preparo físico chamava a atenção e era um enorme diferencial. Aliás, o nosso homenageado era um atleta exemplar, de muita dedicação e que não ingeria bebida alcoólica e nem era adepto do cigarro.
Ele também teve a felicidade de jogar com uma enorme e boa safra de jogadores caseiros que surgiram e fizeram história no “Canário do Sertão”, do nível de Dissor, Tuca, João Batista, Perequeté, Petrônio, Lulu, Teixeirinha, Zito, Arlindo Moura. Posteriormente, ele jogou com outra safra que tinha Messias, Pereira, Teomar, Pistola, Clóvis, Édson, Chico Alegria, João Grilo e tantos outros que encantaram o torcedor paraibano, em particular o patoense. Paralelamente a sua atividade, de atleta profissional no Nacional Atlético Clube, Bastinho estudou e concluiu o curso superior, passando a exercer a função de professor de educação física em vários educandários da cidade de Patos. Várias gerações da morada do sol, denominação carinhosa da cidade, foram seus alunos nas quadras, nos campos, nas salas de aulas e guardam até hoje os ensinamentos adquiridos pelo mestre.
Bastinho dedicou-se ao Nacional Atlético Clube por três décadas, como atleta, preparador físico, treinador e, na renúncia de um presidente, não pensou duas vezes e assumiu a presidência do seu clube de coração. A sua esposa, dona Arcy, costurou vários uniformes, bandeiras e bolas para a equipe entrar em campo e para desfilar no desfile cívico militar de 7 de setembro. Ela também ajudou o marido na formação da primeira equipe feminina de futebol de campo da cidade. Quando encerrou as suas atividades no Nacional Atlético Clube, passou a contribuir como comentarista esportivo na imprensa daquela região, nas rádios Panati, Espinharas e Itatiunga. Era a enorme visão e experiência de um atleta, treinador e dirigente servindo aos microfones daquelas consagradas rádios sertanejas. Outra enorme contribuição sua ao futebol de Patos, foi a sua posse e presidência na Liga Patoense de Futebol, entre os anos de 1994 e 1996, sendo ele o 14º gestor daquela entidade futebolística.
Uma característica bem peculiar de Bastinho é a sua forma de fazer e manter as boas amizades, como a que existia com o saudoso e falecido desportista Virgílio Trindade e com o jogador Messias. Ele possui esposa, cinco filhos e vários netos e bisnetos, todos criados com bastante harmonia e amor.
Hoje, aposentado, com 79 anos de idade, na companhia de seus familiares e amigos, Bastinho relembra com saudade dos tempos em que vestiu a camisa alviverde do Nacional Atlético Clube, jogando em gramados irregulares, com bolas pesadas, material esportivo inadequado e sem a devida remuneração financeira. Porém, nada impedia que ele e seus companheiros entrassem em campo e jogassem para frente, bonito, de pé em pé, e sempre com a finalidade de ganhar a partida.
Para nós torcedores, desportistas e cronistas paraibanos ficou a certeza de que o Sr. SEBASTIÃO FIRMINO COSTA, o popular defensor “BASTINHO”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
Por Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br
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