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sábado, 30 de outubro de 2021

Causos & Lendas do Nosso Futebol: Você se lembra do centroavante Saulo?

Saulo na época do Auto Esporte Clube (Foto: Divulgação)
Ele nasceu na acolhedora Campina Grande - cidade carinhosamente conhecida como a Rainha da Borborema - no dia 14 de abril do ano de 1949. Os seus pais o batizaram como SAULO MARCONI PESSOA DE NOGUEIRA ARRUDA, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o centroavante “SAULO”.
No início dos anos sessenta seus pais se transferiram e foram morar no bairro da Várzea, cidade do Recife. Saulo, com apenas 14 anos, jogava na equipe recifense do Satélite Futebol Clube, quando foi observado e levado para o Sport Clube do Recife. Na equipe juvenil do rubro-negro da Ilha do Retiro, Saulo foi titular e artilheiro do campeonato daquele estado. A sua desenvoltura naquela competição foi bem acima da média, fato que por pouco não resultou na sua ida para fazer testes no famoso Dínamo de Bucareste, Romênia.
Em seguida os seus pais resolveram retornar para a cidade de Campina Grande, onde Saulo de imediato começou a jogar futebol de salão e posteriormente futebol de campo no Treze Futebol Clube. No Presidente Vargas, Saulo surgiu para o futebol profissional jogando ao lado de vários excelentes jogadores daquela geração, como Assis Paraíba. O nosso homenageado também teve passagens no Ferroviário Atlético Clube, de Fortaleza e na Associação Desportiva Recreativa Cultural ICASA, com sede na religiosa cidade de Juazeiro do Norte.
Retornando ao nosso estado, Saulo jogou no Esporte Clube de Patos, Santos Futebol Clube e no Auto Esporte Clube. A sua passagem no time de Tereré e no clube do povo marcou muito o torcedor de nossa capital, principalmente os desportistas que frequentavam o antigo Estádio Leonardo Vinagre da Silveira, o popular campinho da Graça. Saulo era um jogador de personalidade que possuía conhecimento e desenvoltura na grande área. Um centroavante que sabia marcar gols e tabelar com facilidade com os companheiros de equipe. Como era costume na época, Saulo também jogou partidas amistosas em várias equipes amadoras do estado, aqui podendo citar o time da Sociedade Esportiva Central, importante agremiação sediada no bairro de Cruz das Armas.
No Santos Futebol Clube, Saulo jogou naquele time caseiro e aguerrido formado por José Walter Tereré Marsicano que tinha Givaldo, Neovick, Clizaldo, Solon, Raimundo, Zé Rui, Regis Guru, Eudes, Dadá, Joacil e outros que o tempo não consegue apagar. Já no Auto Esporte Clube, Saulo jogou ao lado de Fernando Silva, Chico Alicate, Valdo, Gerônimo, Marco Antônio, Carneiro, Augusto, Arimatéia, Miltinho, Marquinhos e outros que brilhantemente conquistaram, no início da década de 70, o torneio Paraíba - Rio Grande do Norte, ao vencer na decisão final o ABC Futebol Clube por um tento a zero, gol anotado justamente por SAULO.
Um pouco desapontado com o futebol profissional, Saulo resolveu pendurar as suas chuteiras jogando com a camisa do Santos Futebol Clube, desta capital, e mudar-se para o Estado de Goiás, onde reside há mais de 43 anos. Em Goiás, o nosso homenageado concluiu os cursos superiores de Direito e Jornalismo. O que ele aprendeu na faculdade de Direito foi por ele exercido na função de delegado de polícia daquele estado, já o aprendizado de jornalismo vem sendo exercido nas rádios locais onde mantém grande audiência e respeitabilidade, principalmente quando apresenta programas de Forró e música sertaneja. Os seus programas nas rádios locais auferiram uma boa popularidade que o levou a concorrer ao cargo de deputado.
Hoje, prestes a completar 73 anos de idade, muito bem relacionado naquele estado e ainda trabalhando, Saulo recorda com bastante saudade do tempo em que jogava futebol e dos amigos adquiridos dentro das quatro linhas. Era uma época em que não havia estrutura nem bons salários, mas a bola era tratada com bastante intimidade.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos ficou a certeza de que SAULO MARCONI PESSOA DE NOGUEIRA ARRUDA, o popular centroavante “SAULO”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.

Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br

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