Afastado da CBF, Caboclo consta como administrador do Comitê Loca da Copa América de 2019 (Foto: Arquivo/CBF) |
No próximo domingo, o Brasil volta a sediar o evento após Argentina e Colômbia abrirem mão da organização do campeonato. Caboclo mobilizou o Governo Federal para socorrer a Conmebol, cujo torneio ficou ameaçado de cancelamento. Na semana passada, o dirigente foi afastado por 30 dias da CBF ao ser acusado por uma funcionária de assédio.
O Comitê tem como sócia a CBF, sendo Caboclo um dos administradores, assim como o atual presidente interino da confederação, Antonio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, e Fernando Sarney, um dos vices da entidade.
Dois anos após o Brasil vencer o Peru na final disputada no Maracanã, a empresa consta como ativa em consulta feita à Receita Federal.
O Comitê ainda responde a ações na Justiça. Há casos de torcedores que alegam problemas com ingressos no torneio, por exemplo. Havia, também, uma cobrança de R$ 1,35 milhão da Polícia Militar de São Paulo pela segurança realizada nos jogos disputados na cidade – o Tribunal de Justiça paulista derrubou a taxa.
Há ainda uma multa aplicada pelo Procon de São Paulo que não foi paga. O débito original é de R$ 581.921,73, valor que hoje chega a R$ 625.872,02 por acréscimos de juros e correção monetária, como consta em consulta ao cadastro da dívida ativa do estado.
Ao ge, o Procon informou que foram cometidas diversas irregularidades, como deixar de informar em ingressos ou cartazes no local a existência de alvará de funcionamento e de prevenção e proteção contra incêndios, além de impedir a entrada de torcedores com bebidas e alimentos, embora vendesse os produtos nos jogos – prática considerada abusiva. A multa está em fase de cobrança.
Segundo o advogado Alvaro Palma de Jorge, que defende o Comitê, a empresa recorreu da multa, sem sucesso. Não há mais possibilidade de reverter essa cobrança no Procon, restando levar o caso à Justiça – o que ainda não definido se será feito.
O torneio deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiado por causa da pandemia. Neste ano, entre as sedes originais a Colômbia foi a primeira a desistir da organização em meio a uma onda de protestos no país que teve como início a revolta contra uma reforma tributária.
Depois, há cerca de dez dias, a Argentina também abandonou o torneio por causa da piora nos números da pandemia de Covid-19.
O Brasil foi requisitado para receber a competição, e a CBF, ainda sob o comando de Caboclo, pediu e conseguiu apoio do Governo Federal para sediar os jogos, mesmo com pandemia longe de arrefecer no país.
A decisão gerou incômodo até mesmo dentro da seleção brasileira. Nesta semana, os jogadores divulgaram um manifesto em que afirmam ser "contra a organização da Copa América". Apesar disso, todos eles aceitaram disputar o torneio.
A Copa América terá jogos em Brasília, Rio de Janeiro, Cuiabá e Goiânia. As dez seleções foram divididas em dois grupos de cinco, sendo que quatro de cada avançam às quartas de final. A decisão está marcada para o dia 10 de julho, no Maracanã.
Por Leonardo Lourenço
GE São Paulo
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