Roberto Monteiro foi expulso do quadro social do Vasco (Foto: Fred Gomes) |
O Conselho Deliberativo avaliou, em sessão virtual que adentrou na madrugada de sábado, a denúncia de descumprimento do estatuto do Vasco contra três ex-presidentes de poderes do clube: Roberto Monteiro (Conselho Deliberativo), Silvio Godoi (Conselho de Beneméritos) e Edmilson Valentim (Conselho Fiscal). Monteiro, um dos grandes protagonistas da política vascaína nos últimos anos, e Valentim foram expulsos do quadro social. O perfil @expresso_1898, que acompanhou a reunião, informou em primeira mão estes resultados.
A exclusão do advogado Roberto Monteiro, ex-vereador e ex-candidato à presidência do Vasco, foi decretada com 147 votos a favoráveis, 39 contrários, e 26 abstenções. A expulsão de Edmilson Valentim, que atuou como deputado federal e estadual pelo Rio de Janeiro, deu-se com 143 votos a favor, 47 contrários e 22 abstenções.
Godoi foi o primeiro a ser julgado, e 150 conselheiros votaram pelo arquivamento contra 45 favoráveis à denúncia - 17 se abstiveram.
Antes da apreciação do caso pelos conselheiros, o Conselho de Beneméritos havia se posicionado a favor do arquivamento da denúncia. Em despacho assinado em 25 de maio, o presidente Antonio Peralta escreveu que a acusação não se sustentava. Ele revelou ter havido uma votação interna sobre o assunto, na qual a ampla maioria aprovou a posição: houve penas uma abstenção. Monteiro e Valentim são beneméritos e Godoi, grande benemérito.
Monteiro, Valentim e Godoi tentaram sem sucesso na Justiça, em duas oportunidades, suspender o inquérito e a reunião desta sexta. O pedido de liminar foi negado, inicialmente, pela juíza Mabel Christina Castrioto Meira de Vasconcellos, da 18ª Vara Cível. Nesta sexta, o desembargador Cláudio Brandão de Oliveira, da 7ª Câmara Cível, manteve a decisão da primeira instância.
Entenda o caso
Em 23 de fevereiro de 2021, seis associados solicitaram abertura de investigação contra os ex-presidentes de poder do Vasco. O objetivo era apurar se houve descumprimento do estatuto por parte deles na elaboração da lista de sócios aptos a voto na última eleição.
Uma Comissão de Inquérito foi instalada em 4 de março por decisão de Carlos Fonseca, presidente do Conselho Deliberativo. O relatório da apuração foi apresentado em 3 de maio.
O relator da Comissão de Inquérito, Marcelo Simon da Silva, concluiu que havia indícios para aceitar a denúncia contra Monteiro, Valentim e Godoi no caso da exclusão dos sócios anistiados da lista. O relator defendeu ainda o arquivamento da denúncia contra Monteiro, Valentim, Godoi e Alexandre Campello (então presidente da Diretoria Administrativa) no caso da inclusão de associados não recadastrados na lista.
As duas votações na comissão tivera aprovação das posições do relator por maioria de votos. Nos dois casos, dos nove integrantes da comissão, dois votaram contrariamente.
A votação desta sexta no Conselho Deliberativo versou sobre a atuação da Junta Eleitoral. Em julho do ano passado, ela aprovou a inclusão de sócios de três categorias (benfeitor remido, remido e campeão) na lista. Eles estavam inativos pois não atenderam ao recadastramento de 2018. Campello, Monteiro, Godoi e Valentim foram favoráveis à mudança. Na mesma reunião, a Junta Eleitoral aprovou a exclusão da lista dos associados da categoria geral que haviam sido anistiados em 2018. Monteiro, Godoi e Valentim votaram a favor. Neste caso, Campello foi contra. Faues Cherene Jassus, o Mussa, então presidente da Assembleia Geral, foi contra as duas modificações.
Por Redação do GE
Rio de Janeiro
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