Ele nasceu na então arborizada e pacata cidade de João Pessoa, precisamente no dia sete de junho do ano de mil novecentos e trinta e seis. Os seus pais o batizaram como Walter Paiva Castelo Branco, mas para o mundo da bola pesada ele ficou conhecido como o craque “Castelo Branco”, central que jogava de forma vistosa e clássica, nos dando a entender que jogar futebol de salão era coisa muito fácil.
Quando jovem, Castelo Branco morou por muitos anos no bairro de Miramar, o que facilitou muito o seu contato com as antigas peladas da beira mar da praia de Tambaú e no ginásio de esportes do tradicional Esporte Clube Cabo Branco.
O nosso homenageado jogou futebol de campo na antiga equipe dos Comerciários, time que reunia grandes jogadores da capital na década de sessenta. Mas o destino o encaminhou para as quadras de futebol de salão. E foi com a camisa alvirrubra do Cabo Branco que Castelo Branco fez parte de um seleto grupo que tinha Givaldo, Aldanir, Beta, Lúcio Câmara, Valdez e outros que ficaram conhecidos como uma das melhores equipes do norte nordeste.
O craque Telino, que jogou no Botafogo, Santa Cruz de Recife e ABC de Natal, assim o definiu: “O talento e a elegância dele jogando me fascinavam.” Já o ala, esquerda, Bertinho Delgado, assim se reportou sobre o futebol de Castelo Branco: “Na minha opinião, o melhor central de futebol de salão que conheci na minha época. Se não foi um excelente marcador, sobrava na elegância e inteligência dentro das quadras, ao tempo que conduzia a bola de forma diferenciada em relação aos demais. Craque de bola.” Já Saulo, ex-jogador do Botafogo-PB e do saudoso Astréa, comentou: “Jogava muito e bonito!”
Quando se despediu das quadras de futebol de salão como atleta, Walter Castelo Branco passou a ser treinador de várias gerações de atletas do nosso estado. Por décadas comandou a equipe adulta do Esporte Clube Cabo Branco. Também dirigiu a categoria juvenil do alvirrubro de Miramar, sempre conquistando títulos e ensinando aos mais jovens os segredos que adquiriu com a sua privilegiada inteligência.
Walter Castelo Branco também comandou as seleções paraibanas e universitárias de futebol de salão por vários anos, sempre realizando excelentes participações pelo Brasil. Givanildo Leal de Menezes, o popular “Babá”, goleiro, treinador e preparador físico, assim definiu WCB: “Pra mim foi o maior ícone do Futsal paraibano de todas as gerações que cheguei a conhecer”. O também central Bosco Crispim, atual presidente da Federação Paraibana de Futsal, assim comentou: “O maior baluarte do nosso futebol de salão”. Já o nosso Adenilson União Maia, acrescentou: “Foi o mestre das quadras de Futsal...O mais elegante de todos os tempos”.
Gama, pivô raiz, assim falou: “Um grande treinador, muito perfeccionista e gostava de futebol arte...Tinha como característica a conversa com o atleta na qual expunha o que queria que o atleta fizesse na partida e perguntava se o mesmo tinha condições de fazer. Sem dúvida um dos meus grandes treinadores.
Em recente conversa com o nosso Pelé das quadras, o popular Tito, ele assim classificou Walter Castelo Branco: “Para mim ele foi um dos melhores treinadores de Futsal que eu tive na minha trajetória”.
Walter Castelo Branco era auditor fiscal do estado da Paraíba e contribuiu muito com a sua associação de classe, como atleta e diretor de esportes, sendo um dos responsáveis pela construção do campo Society da entidade e pela organização de vários eventos esportivos.
Infelizmente, quando foi agora no dia primeiro de março do ano de dois mil e vinte e um, o nosso homenageado foi a óbito por complicações do COVID-19.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que Walter Paiva Castelo Branco, o popular “Walter Castelo Branco”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol de salão paraibano.
Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br
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