Goleiro Bruno quanto atuou pelo Boa Esporte, no ano de 2017 (Foto: Régis Melo) |
Livre no mercado do futebol neste início de temporada, o goleiro Bruno foi procurado para atuar pelo Atlético-PB, que tem apenas a disputa do Campeonato Paraibano em seu calendário para o ano de 2021. O acerto, no entanto, apesar de ter ficado bem próximo de se confirmar, recebeu sinal negativo de um dos investidores do clube da cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, por conta do envolvimento do atleta no homicídio triplamente qualificado de Eliza Samúdio e do sequestro e cárcere privado do menino Bruninho, que é fruto de sua relação com Eliza, no ano de 2010. A informação foi dada inicialmente pelo jornalista Léo Feitosa e pelo Portal Voz da Torcida e confirmada posteriormente pela reportagem do ge Paraíba, que conversou diretamente com Eduardo Jorge, presidente atleticano.
Conforme o apurado, o desejo maior pela contratação de Bruno partiu do próprio mandatário do clube, que chegou a fazer contato com o agente do jogador e traçou uma boa relação para o fechamento do negócio. O empecilho, na verdade, foi interno, com apenas um dos investidores. Eduardo preferiu preservar a identidade desse apoiador, mas explicou que ele foi a única pessoa que se opôs à contratação do goleiro e que isso foi suficiente para vetar a aquisição do arqueiro campeão brasileiro pelo Flamengo no ano de 2009.
Por isso, o Trovão Azul, como o clube é conhecido no futebol da Paraíba, precisou recuar, repensar a possibilidade de contar com o atleta de 36 anos e, consequentemente, desistir de dar seguimento ao diálogo em prol de um acerto que estava bem encaminhado.
— Na verdade, a gente já tinha alinhado todas as situações, eu e o representante dele. Só que aí tivemos alguns problemas com um dos nossos apoiadores e tivemos que recuar a negociação, porque ele não concordava. Hoje saiu também esse decreto (do Governo da Paraíba, que antecipou três feriados e que possivelmente vai adiar o início do estadual) e culminou com essa situação. Por minha vontade própria, eu não nego para ninguém que tinha trazido o jogador (Bruno) para Cajazeiras. Mas eu não trabalho só — disse.
Perguntado se o motivo que mais pesou para a desistência da negociação foi o passado de Bruno fora do futebol e o seu envolvimento com a Justiça, o presidente atleticano disse acreditar que sim, que esse fator foi fundamental para que a cúpula do clube chegasse ao consenso de não levar a negociação adiante.
— Dá a entender que sim (que o motivo foi por conta do passado do goleiro), com a imagem ainda associada ao que aconteceu no passado. Como atleta, a gente não tem nem o que pensar. É indiscutível — afirmou.
Condenado a 20 anos e nove meses de prisão, Bruno esteve detido de forma preventiva de julho de 2010 até março de 2013, quando foi a júri e recebeu a sua sentença. Após seis anos e quatro meses recluso, ele teve a progressão da execução de sua pena ao regime semiaberto desde julho de 2019. Contratado pelo Rio Branco-AC para a disputa da Série D do Brasileiro da última temporada, o goleiro precisou cumprir a determinação da Justiça do Acre, que recomendava que ele usasse tornozeleira eletrônica de forma ininterrupta. Após recurso, o advogado do arqueiro conseguiu autorização para que ele retirasse o aparelho antes dos treinos e dos jogos. O cumprimento total da punição imposta ao goleiro está previsto somente para janeiro de 2033, restando ainda aproximadamente 11 anos e 10 meses para a sua liberdade.
Foram 18 jogos e um gol marcado na passagem de Bruno pelo time acreano, ao todo. Sondado recentemente para reforçar o Atlético Carioca na Série C do Campeonato Carioca, o atleta não conseguiu acertar o seu vínculo com o clube, que alegou que ele tem recebido assédio de outras equipes.
Por Redação do GE
Cajazeiras, PB
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