Ele nasceu em 1951 na próspera e acolhedora cidade de Campina Grande, PB, foi batizado pelos seus pais com o nome de Ivan Lopes da Silva, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o zagueiro “Ivan Lopes”.
A sua carreira teve início no São Cristovão, equipe amadora da cidade de Campina Grande que o revelou, passando pelo Trezinho e em seguida se incorporando a uma geração vitoriosa denominada de garotos de Zé Pinheiro. Em 1970 Ivan, já vestindo a camisa titular do Campinense Clube, foi campeão do torneio denominado de Mistão, competição que ocorreu paralela ao campeonato paraibano daquele ano.
Em 1971, 1972 e 1973 Ivan Lopes foi tricampeão paraibano com o manto rubro-negro do Campinense Clube, jogando de lateral ou de zagueiro central. Ele era um defensor leal, que sempre visava a bola, tendo excelente senso de localização e perfeita antecipação nas jogadas. Apesar de não possuir grande estatura física, a sua impulsão no cabeceio era impressionante. Soma-se a isso uma técnica refinada e um espírito de liderança dentro das quatro linhas. Por onde passou ele foi capitão de equipe.
Em 1972 Ivan Lopes foi vice campeão do norte nordeste com a camisa raposeira, em uma decisão através de penalidades máximas contra a equipe do Sampaio Correia, em jogo realizado no estádio Nhozinho Santos, em São Luis, MA. Importante aqui frisar, que a campanha da equipe paraibana foi superior ao time maranhense nos pontos conquistados e no saldo de gols. Coisas do nosso futebol.
O seu bom futebol já havia ultrapassado as divisas de nosso estado, quando foi contratado e transferido para a Sociedade Esportiva Tiradentes, de Teresina, PI, equipe que atingiu grande destaque na metade da década de setenta. Depois de uma excelente temporada no Piauí, o nosso homenageado foi transferido para defender as cores do tradicional Fortaleza Esporte Clube. Nessa época, ele foi considerado um dos melhores laterais do nordeste.
Em Fortaleza, onde até hoje a torcida lembra de suas jogadas com técnica refinada, Ivan Lopes também defendeu as cores do Ferroviário Atlético Clube, sempre usando a braçadeira de capitão. E como o bom filho sempre retorna ao lar, o nosso craque retornou para a Paraíba para defender as cores do Treze Futebol Clube e encerrar a sua destacada carreira como atleta.
Como treinador da base do Campinense Clube e do Treze Futebol Clube, Ivan Lopes ajudou a revelar vários bons jogadores nessas duas agremiações. O seu conhecimento adquirido em campo ajudava muito na revelação de novos talentos.
Ivan Lopes também levou o seu conhecimento para a AGAP – PB, Associação de Garantia ao Atleta Profissional de Futebol, quando presidiu aquela importante instituição por dois mandatos ajudando e protegendo os ex-atletas de futebol do nosso sofrido estado.
Quando foi agora no mês de fevereiro de 2021, com 69 anos de idade, o nosso craque, que estava internado em um dos hospitais da cidade de Campina Grande, não resistiu ao novo coronavírus e faleceu.
Ivan Lopes nos deixou um grande legado da época em que jogador de futebol não ganhava dinheiro, não recebia o apoio material e estrutural existente hoje, mas possuía bastante intimidade com a bola.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que Ivan Lopes da Silva, o popular “Ivan Lopes”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpetuas na brilhante história do futebol paraibano.
Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br
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