Foto aérea da arena montada no Centro de Desenvolvimento do Vôlei, em Saquarema (Foto: Divulgação / CBV) |
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) afastou quatro atletas e um árbitro por apresentarem exames falsificados de Covid-19, obrigatórios no protocolo de segurança para a realização da 6ª etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia masculino na bolha montada no Centro de Desenvolvimento do Vôlei (CDV), em Saquarema, no Rio de Janeiro. Dois jogadores teriam confessado quando confrontados, e a entidade recebeu a confirmação dos laboratórios citados nos laudos de que houve adulteração nos mesmos.
Todos os atletas precisam apresentar um exame tipo RT-PCR, pago pelos próprios e realizado no máximo uma semana antes da competição, ao chegarem ao CDV. O resultado negativo libera a entrada no local, onde um segundo teste, de antígeno, custeado pela CBV, é realizado. O resultado negativo neste novo exame permite a participação no torneio.
O ge apurou que os profissionais que receberam os exames sob suspeita estranharam a fonte (tipo de letra) da data de realização do exame. Diante da movimentação atípica dos profissionais, dois atletas que disputariam o qualifying teriam desistido da etapa e ido embora imediatamente. Os outros dois teriam tido a entrada autorizada, e no exame feito pela CBV, testado negativo.
A CBV entrou em contato com os laboratórios indicados nos laudos apresentados pelos atletas e confirmou a suspeita de fraude. A pessoas da organização, os dois atletas que teriam admitido a adulteração alegaram dificuldades financeiras como justificativa para não realizar o exame e optar pela modificação da data de um exame feito anteriormente. A título de referência, um laboratório parceiro da CBV no Rio de Janeiro cobra R$ 205 pelo teste, valor considerado alto por muitos atletas que não têm patrocínio.
Um dos jogadores que teria admitido à CBV a adulteração do laudo teria se justificado dizendo que, por ter tido Covid há pouco tempo, acreditava que não apresentaria risco aos demais atletas. Procurado pelo ge, o atleta negou ter alterado a data, afirmando que apresentou um exame provando que teria tido Covid recentemente. A CBV informou à reportagem que o exame apresentado nesta etapa teria sido realizado 74 dias antes.
Aqui vale o adendo de que a CBV, antes dos primeiros registros de reinfecção por coronavírus no mundo, no ano passado, de fato tinha uma tolerância com quem comprovava ter tido Covid. Mas esta política foi atualizada após a confirmação da existência de casos de reinfecção e todos os atletas foram comunicados.
Os dois atletas que chegaram a ser admitidos no CDV foram afastados e não competiram na etapa, que está em curso até domingo. O jogador que teve Covid recentemente disputaria a chave principal, e o parceiro dele teve a opção de chamar um atleta eliminado no qualifying para formar dupla e não ser prejudicado.
A assessoria de imprensa da CBV confirmou os quatro casos de jogadores inicialmente publicados pelos ge, revelando ainda que um árbitro também teria sido afastado pelo mesmo motivo. A entidade esclarece que a "bolha" não foi furada e que encaminhará o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei na segunda-feira.
Confira a íntegra da nota da CBV:
"A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) informa que afastou quatro atletas e um árbitro que apresentaram resultados adulterados do exame RT-PCR para COVID-19 para esta sexta etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia.
O exame, obrigatório, deve ser feito até uma semana antes da competição e apresentado na chegada, momentos antes de um segundo exame, este de antígeno. As falsificações foram feitas na data do exame foram observadas e apuradas com junto aos laboratórios e, então, confirmadas.
A entidade esclarece que a “bolha” não foi furada, uma vez que os exames feitos nos envolvidos já em Saquarema deram negativo.
Diante da constatação da adulteração, a CBV retirou os atletas da etapa encaminhará o caso ao Superior Tribunal da Justiça Desportiva (STJD) na próxima segunda-feira (01.02). O órgão é o responsável por aplicar punições disciplinares.
A CBV lamenta este tipo de postura dos envolvidos no campeonato e que vai colaborar para o que for preciso nas apurações necessárias."
Por Guido Nunes e Helena Rebello
GE Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve após ser analisado pelo administrador