Time da cidade de Lagoa Seca não conseguiu fazer boa campanha e foi rebaixada no Campeonato Paraibano deste ano — Foto: Daniel Lins/Campinense |
Rebaixado antes mesmo da pandemia do novo coronavírus forçar uma pausa de quase quatro meses no Campeonato Paraibano deste ano, o Sport Lagoa Seca oficializou à Federação Paraibana de Futebol (FPF) um pedido de nulidade do seu rebaixamento na edição 2020 do estadual e a sua permanência na elite do futebol da Paraíba para a próxima temporada. O ofício assinado pela presidente do clube, Khésia Suille, se embasa em um dos artigos da Lei Pelé, promulgada em 1998, que dita as regulamentações gerais sobre a prática do esporte no Brasil.
O Art. 89 da Lei Pelé, citado no documento do Sport-PB, diz que "em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, as entidades de administração do desporto determinarão em seus regulamentos o princípio do acesso e do descenso, observado sempre o critério técnico". Como a 2ª divisão do Campeonato Paraibano não foi disputada no segundo semestre deste ano, a diretoria do clube de Lagoa Seca entende que, por não ter havido clube ascendendo à elite do futebol local para 2021, o descenso do Carneiro - e, portanto, também do CSP, a outra equipe rebaixada na 1ª divisão deste ano - seria incoerente, à contramão do que diz a Lei Pelé.
Confira, nas imagens abaixo, o documento completo:
Ofício do Sport-PB enviado à FPF — Foto: Divulgação / Sport Lagoa Seca |
Ofício do Sport-PB enviado à FPF — Foto: Divulgação / Sport Lagoa Seca |
Ofício do Sport-PB enviado à FPF — Foto: Divulgação / Sport Lagoa Seca |
Ainda de acordo com o trecho da Lei Pelé (citado no parágrafo anterior), o Sport-PB entende que o Art. 9º do Regulamento Específico de Competições (REC) do Campeonato Paraibano deste ano, que trata do rebaixamento, deve ser anulado. O artigo em questão diz o seguinte: "O último colocado de cada grupo após a Primeira Fase será rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Paraibano de 2021".
Ao longo do ofício, o Sport-PB reconhece o esforço da FPF no auxílio aos clubes durante o período de pausa no estadual, quando a entidade doou o valor emergencial de R$ 120 mil recebido da CBF aos clubes disputantes, ainda no mês em abril. Só que o clube deixa bem claro também o seu desconforto com a diferença estrutural evidenciada entre os times disputantes do Paraibano para obter êxito em seu pedido. É que, enquanto alguns clubes - principalmente Atlético-PB, Botafogo-PB, Campinense e Treze - conseguiram dar continuidade à disputa sem tantos danos graves, o Carneiro e outros clubes sofreram quase que uma desfiguração em seus elencos e precisaram encontrar soluções emergenciais para entrarem em campo e darem sequência ao torneio. Em caso de desistência e consequente WO, as equipes poderiam ficar suspensas de competições oficiais por até dois anos.
Favorável ao encerramento definitivo do Campeonato Paraibano àquela época, o Sport-PB já estava matematicamente rebaixado quando a competição foi interrompida, restando ainda duas rodadas para o término da primeira fase. Ao fim da disputa, em 10 rodadas, o Carneiro perdeu nove partidas e sentiu o gosto da vitória apenas uma vez.
Por Redação do GE
Lagoa Seca
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