Fluminense abriga garotos liberados de cárcere privado em Duque de Caxias — Foto: Mailson Santana / FFC |
O Fluminense abriu as portas do clube para 13 jovens oriundos de Alagoas, Paraná, Amazonas e Paraíba, entre 12 e 18 anos, que vieram para o RJ tentar seguir a carreira de jogador de futebol e estavam sendo mantidos em cárcere privado por um homem em um sítio em Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, até serem libertados pela Polícia Civil nesta terça-feira. A notícia foi divulgada pelo G1 e confirmada pelo GE.
Como tem um centro de treinamento nas proximidades, o Fluminense decidiu abrigar os treze jovens, realizar testagem para Covid-19 e possibilitar que eles façam testes em Xerém em prol do sonho de virar jogador profissional. O clube ofereceu ainda auxílio psicológico e médico aos meninos, enquanto o contato com as famílias está sendo feito pelo Conselho Tutelar.
– Há alguns dias fomos informados pelas autoridades competentes de que a operação policial iria acontecer e fomos procurados, pois os meninos ficariam sem um lugar apropriado para ir, de acordo com o Conselho Tutelar. Coloquei toda a equipe de Xerém à disposição das autoridades para que a gente pudesse receber essas crianças no nosso alojamento – declarou o presidente Mário Bittencourt.
– Ficamos felizes em poder contribuir com estas crianças e seus familiares, o Fluminense tem uma responsabilidade social enorme e, com o belíssimo trabalho que fazemos no nosso CT em Xerém, não poderíamos fazer nada de diferente a não ser acolher e ajudar estes meninos no que eles necessitarem – acrescentou o mandatário tricolor.
Responsável por cárcere é preso
Segundo as investigações, Jorge Valnei dos Santos era o responsável pelos jovens, que vieram de outros estados com o pretexto de serem treinados para jogar em clubes do Rio de Janeiro, a um custo de R$ 500 por família. Segundo o delegado titular da 61ª DP, Roberto Gomes, o local não possui nenhuma estrutura profissional e não tem autorização de nenhum órgão público para funcionar.
Jorge Valnei dos Santos foi preso em flagrante nesta terça-feira. Entre os crimes investigados, ainda de acordo com o delegado, estão: supressão de documentos, cárcere privado e estelionato. Os jovens ficavam presos no sítio, eram forçados a preparar suas próprias refeições e proibidos de ter contato com qualquer pessoa de fora.
– Se acontecesse alguma coisa aqui dentro eles não teriam para onde correr, porque só alguém vindo por fora. Então, eles eram mantidos aqui sim, em cárcere. Eles não têm autorização de órgão público nenhum, não tem médico, não tem fisioterapeuta, não tem nada que justifique a mantença dos menores nas circunstâncias que eles se encontram aqui – afirmou o delegado ao G1.
Por Redação do GE
Rio de Janeiro
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