O protocolo de saúde para realização dos campeonatos nacionais de futebol em meio à pandemia do novo coronavírus deverá sofrer novas alterações, com o desenrolar das competições. Segundo o coordenador médico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Jorge Pagura, o balanço das três primeiras semanas de bola rolando está sendo concluído.
Na rodada de abertura das três divisões nacionais, o atraso na divulgação de resultados dos exames do elenco Goiás e os vários casos positivos em atletas relacionados para os jogos daquele fim de semana levaram a CBF às primeiras mudanças de protocolo. A entidade estendeu os testes da covid-19 a todos os inscritos pelos clubes; e definiu novos prazos para o envio dos diagnósticos: 24 horas para times mandantes, 12 horas antes da viagem dos visitantes. Além disso, as equipes agora podem optar por exames em laboratórios locais, ao invés de só no Hospital Albert Einstein, de São Paulo, parceiro da confederação.
Outra adequação se deu na liberação de quatro jogadores do Atlético-GO, que testaram positivo, para o jogo contra o Flamengo, pela segunda rodada. A CBF se baseou em uma normativa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Raphael Einsfeld, médico do Esporte e coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, sustenta que essa normativa indica que, após o oitavo dia de infecção, no indivíduo que está assintomático, não há mais replicação viral.
Os próximos torneios a serem atendidos pelo protocolo são as séries D masculina, em setembro; e A2 feminina, que é a segunda divisão da modalidade e recomeça em outubro. Devido à realidade das divisões, que reúnem times de menor estrutura e condições financeiras, adaptações às diretrizes podem ser feitas de acordo com o consultor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, Carlos Starling cita a pesquisa de antígeno viral ou exames do tipo Lamp (coleta pela saliva) como opções que não diminuem o grau de segurança das análises.
O protocolo da CBF não é exatamente unânime. O Sindicato dos Atletas de São Paulo, por exemplo, chegou a enviar ofício à entidade pedindo mudanças e ameaçando entrar com ação e paralisar os campeonatos. Entre os exemplos citados pelo sindicato, para adaptação à realidade brasileira, estão o do Campeonato Alemão, com isolamento das delegações por até sete dias antes de cada jogo; e o da NBA, a liga de basquete norte-americano, que reuniu atletas e comissões técnicas em uma bolha na Disney. Rafael Einsfeld e Carlos Starling acreditam que adequar esses casos ao Brasil é difícil.
Agencia Brasil
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