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quarta-feira, 1 de julho de 2020

Ex-presidente do Campinense e ex-árbitro Fifa são absolvidos de acusação de manipulação de resultados no Paraibano 2018

William Simões, ex-presidente do Campinense — Foto: Silas Batista / GloboEsporte.com
Foi julgado nessa terça-feira o primeiro processo oriundo da Operação Cartola, que investigou uma suposta Organização Criminosa que teria manipulado resultados do futebol paraibano em 2018. Foram absolvidos os réus William Simões, ex-presidente do do Campinense, o ex-árbitro da Fifa, Francisco Nascimento, o Chicão, e o massagista Danilo Corisco.
O juiz José Cavalcanti Guedes Neto entendeu que não havia provas suficientes e irrefutáveis juntadas pelo Ministério Público de que os réus faziam parte dessa organização criminosa e que operavam para manipular resultados. O juízo considerou na sentença que "é cediço que a condenação em processo crime exige prova insofismável, estreme de dúvida, o que não se verifica nos autos. Assim, há que se julgar improcedente a pretensão punitiva".
Simões foi acusado pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil de fazer parte de uma Organização Criminosa que manipulava resultados no Campeonato Paraibano de 2018. Em sua sentença, José Cavalcanti Guedes Neto proferiu que não havia provas que sustentassem a denúncia, visto que outros membros dessa suposta organização eram de outros clubes, como o Botafogo-PB, com quem o Campinense decidiu o título naquele ano.
Outra denúncia que recaia sobre o dirigente era de ferir o Estatuto do Torcedor, por supostamente prometer ou dar vantagem ao árbitro alagoano Francisco Nascimento, o Chicão. Em uma interceptação telefônica, a Polícia Civil flagrou uma conversa em que William e Danilo - o massagista que também era réu e que também foi absolvido - conversam com o juiz que atuaria na partida de ida da decisão do campeonato entre Campinense e Botafogo-PB.
Segundo o Ministério Público, o teor da conversa não deixa claro a intenção de Simões de tentar corromper o árbitro, a fim de manipular o resultado do primeiro jogo da final. Em sua sentença, o juiz Guedes Neto compreende que pelos conjunto indiciário não é possível concluir que foi “dada ou prometida vantagem patrimonial ao árbitro”.
Já sobre a indicação de Renan Roberto para a apitar a segunda partida da decisão do estadual feita pelo ex-presidente do Campinense a José Renato, ex-presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB), o juízo entendeu que a sugestão de um nome para arbitrar uma partida não se configura crime, nem que há prova que essa indicação resultou em uma manipulação de resultados.
Durante a instrução, a defesa, patrocinada pelos advogados Rembrandt Asfora e George Soares, sustentou a total ausência de provas, assim como o fato de que todas as condutas realizadas e praticadas pelo ex-presidente eram baseadas no regulamento da competição. Em contato com a reportagem do GloboEsporte.com, o advogado Rembrandt Asfora comemorou a sentença.
- Entendemos como acertada a decisão judicial, já que, na ótica da defesa, e todas as testemunhas comprovaram a nossa tese. Não houve, definitivamente, qualquer crime praticado por William Simões - comentou.
Os outros dois réus desse processo, que é um dos três que são oriundos da Operação Cartola, também foram absolvidos em primeira instância. Chicão, que foi denunciado por supostamente pedir ou aceitar vantagem indevida, foi absolvido também por falta de provas. No decorrer do processo, inclusive, o Ministério Público rogou pela absolvição do juiz, após ter sido convencido pelas provas apresentadas pela defesa do árbitro.
Danilo Corisco, massagista que prestava serviços para clubes de futebol em Campina Grande e para a Federação Paraibana de Futebol (FPF), acusado de ser um dos agentes a corromper o árbitro Chicão também foi absolvido por falta de provas. Ainda cabe recurso do Ministério Público da Paraíba para o Tribunal de Justiça.

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