Manga foi ídolo em vários clubes(Foto: Divulgação/Pinterest) |
Ídolo de vários clubes brasileiros e sul-americanos, ex-goleiro comemora 83 anos e busca um "resto de vida tranquilo"
O Dia do Goleiro é comemorado no dia 26 de abril. Neste domingo, clubes e jogadores inclusive não deixaram a data passar em branco . Mas por que o dia 26 de abril foi escolhido para homenagear os arqueiros brasileiros? Porque hoje é aniversário de Manga.
Manga é como Hailton Corrêa de Arruda ficou eternizado como um dos maiores da história do país na posição. Pernambucano de Recife, ele ganhou o apelido ainda jovem, quando sua habilidade sob as traves levou as pessoas a compará-lo a Manga, goleiro do Santos entre 1951 e 1960.
"Fico muito feliz porque o Dia do Goleiro não é só para o Manga", disse o ex-jogador, que neste 26 de abril de 2020 comemora 83 anos, em entrevista à GaúchaZH.
ÍDOLO NO SPORT
De família humilde, Manga chamou a atenção de olheiros do Sport com grandes defesas em peladas e jogos amadores. Chegou ao clube em 1954, destacou-se na base e ganhou a titularidade em 1957, após o então titular, Osvaldo Baliza, sofrer uma lesão. Não saiu mais do time e foi um dos destaques do título estadual de 1958. Ao fim da temporada, recebeu uma proposta para ir para o Botafogo de Garrincha e Nilton Santos.
ÍDOLO NO BOTAFOGO
Manga atuou no Glorioso entre 1959 e 1968. Disputou 442 jogos, sofreu 394 gols e conquistou dezenas de títulos, como os Campeonatos Cariocas de 1961, 1962, 1967 e 1968, o Torneio Rio-São Paulo em 1962, 1964 e 1966, o Brasileiro de 1968 e duas edições do Torneio de Caracas - que o clube quer reconhecer como Mundial .
"Folclórico, Manga destacava-se por ser veloz ao repor a bola quando o Botafogo não estava em vantagem no placar e um mestre de cera, retardando o jogo quando seu time estava vencendo. Uma de suas marcas registradas era mexer com os brios do torcedor do Flamengo. Antes dos clássicos, costumava dizer que o bicho já estava garantido", diz trecho da página que homenageia Manga no site oficial do Bota .
ÍDOLO NO NACIONAL-URU
Manga deixou o Botafogo desgastado após um desentendimento com João Saldanha, o técnico e jornalista que à época fazia parte da diretoria alvinegra - o embate foi tão feio que Saldanha teria atirado no chão e forçado o goleiro a pular um muro. O jogador seguiu a carreira de sucesso no futebol uruguaio. Foram cinco anos atuando pelo Nacional, com direito a quatro títulos nacionais e os troféus da Libertadores e do Mundial de 1971.
ÍDOLO NO INTER
De volta ao Brasil, Manga fez parte de mais um esquadrão: o do colorado bicampeão brasileiro em 1975, 1976 e que também contava com nomes como Claudio Duarte, Figueroa, Marinho Perez, Vacaria, Falcão, Batista, Caçapava, Valdomiro, Dario Maravilha e Lula. É considerado um dos maiores goleiros da história do Inter.
FIM DE CARREIRA
Manga atuou até os 45 anos. Após deixar o Inter no fim de 1976, vestiu as camisas de Operário-MS, Coritiba, Grêmio e Barcelona de Guayaquil, onde encerrou a carreira. Deu tempo ainda de ser campeão de um Mato-Grossense, um Paranaense, um Gaúcho e um Equatoriano.
E NA SELEÇÃO?
Manga não teve com a amarelinha a mesma trajetória vitoriosa que teve em todos os clubes por onde passou. Ele atuou em 16 jogos pela seleção e sofreu 14 gols. Foi titular na trágica campanha da Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra (queda na primeira fase). Poderia ser convocado para 1970, mas uma lesão o impediu.
DIFICULDADES NOS ÚLTIMOS ANOS
Manga decidiu viver no exterior após penduras as chuteiras. Ficou no Equador a maior parte dos anos, onde trabalhou como preparador de goleiros. Sem muitos recursos financeiros, teve que deixar o país após contrair uma inflamação na próstata que o fazia até andar com dificuldades.
Em 2019, o ex-goleiro encontrou melhores condições em Montevidéu, no Uruguai, e foi operado - inclusive com a ajuda de muitos torcedores do Nacional. Outra corrente do bem, que incluiu torcedores, dirigentes e jogadores do Botafogo, tornaram possível o retorno de Manga ao Brasil neste ano. Ele é o primeiro ex-jogador a ser acolhido pelo Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro
Na entrevista publicada pela GaúchaZH neste Dia do Goleiro, o grande homenageado da data disse o que espera daqui pra frente. "Fiquei muito tempo parado, ainda mais operado. Só peço uma oportunidade para eu viver o resto de minha vida tranquilo".
Fonte: Goal
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve após ser analisado pelo administrador