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sábado, 18 de abril de 2020

Crônicas do Serpa: Patos e seus Ídolos do Futebol

Inauguração do Estadio Jose Cavalcanti em 29/11/1964(Foto: Divulgação/Internet)
Localizada a uma distância de 340 km da capital, a prazerosa e progressiva cidade de Patos, geograficamente situada no nosso Sertão, sempre serviu como um grande celeiro de jogadores de futebol. Com vários times amadores, dois se profissionalizaram, e se destacaram no estado, o Nacional e o Esporte, sendo o Nacional o time patoense que mais conquistas obteve, tanto nas competições locais como estaduais. Chegando a participar de um Campeonato Brasileiro em 2007, ano que brilhantemente conquistou o Campeonato Paraibano, mantendo assim uma vantagem com o seu maior rival, o Esporte. 
Deixando de lado a positiva rivalidade, foi na Morada do Sol, termo carinhoso que se apelida a cidade de Patos, que surgiu o jogador Araponga, um atacante goleador que fez sucesso no Campinense Clube e em terras portuguesas. Outro patoense que ganhou fama na terra do fado foi Mário Moura, atacante que defendeu as cores do Vitória de Setubal.
Quem não lembra de Lulu, um craque que surgiu em Patos, brilhou no CRB, no Fortaleza e principalmente no Clube Náutico Capirabibe do Recife, quando o Alvirubro Pernambucano era a Seleção do Nordeste e enfrentaria o Santos de Pelé, de igual para igual? Do grande Clóvis que brilhou no Ceará Sporting Clube, Antonio Araújo, que foi destaque do Sport Club do Recife, e no forte esquadrão do Bahia. Do clássico Méssias, meio campista que colocava a bola aonde queria; Edmundo, artilheiro do Campeonato Paraibano jogando pelo Nacional e o zagueiro Washington Luis, que veio para o Botafogo de João Pessoa, assumindo a função de capitão, e vestindo sua camisa por dez anos, recorde até os dias atuais.
Propositadamente deixei um craque para ser relatado por ultimo, Dissor. Ele jogava de ponta direita, tabelava, cruzava, cabeceava, usava a linha de fundo e principalmente marcava gols. Era um artilheiro. Um jogador completo. Um ser humano humilde, prestativo e que vive para sua família.
Foi ele quem, no dia 29 de novembro de 1964, quando da inauguração do atual Estádio Municipal José Cavalcanti com as ilustres presenças do Governador Pedro Gondim, do Prefeito José Cavalcanti, deputados e o ministro e escritor José Américo de Almeida, marcou o primeiro gol daquele campo. Aliás naquele festivo dia, Dissor marcou duas vezes e seu time venceu o clássico local por 2x1.
Logo o seu futebol ultrapassou as divisas de Patos, sendo o mesmo transferido para o Botafogo de João Pessoa, aonde brilhantemente atuou de 1964 a 1970, sendo um dos artilheiros e peça fundamental do tricampeonato do Alvinegro na Maravilha do Contorno, nos anos de 68, 69 e 70.
E quando seu futebol havia ultrapassado as divisas do Estado da Paraiba, com os grandes times de Recife e de Fortaleza querendo comprar seu passe e leva-lo para aqueles centro maiores, Dissor optou por uma estabilidade financeira, assumindo um cargo no antigo Banco do Estado da Paraiba, consequentemente encerrando sua brilhante carreira, Edilson Brandão de Lucena, o Dissor, hoje aposentado recorda com bastante saudade o fato de ter recebido as faixas de campeão paraibano pelo Botafogo em 69, das mãos do Rei Pelé, em um dia festivo para o futebol paraibano.
Este artigo é dedicado ao desportista e historiador José Romildo de Sousa, autor do brilhante livro, Album do Futebol – A História do Futebol de Patos.

Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br

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