"Quem precisa aprender, estuda, vai pra Europa... Quem não precisa vai pra praia. Eu falo isso, e muitos criticaram. Disseram: estão trazendo um treinador que estava jogando futevôlei... Eu pergunto, e agora? E ai? Futebol é como andar de bicicleta. Quem sabe, sabe. Quem não sabe, vai estudar".
Esse foi um dos vários comentários marcantes e polêmicos de Renato Gaúcho que está no comando do Grêmio há três anos acumulando títulos e fazendo história. Em razão dessas constantes polêmicas, o treinador e ex-atleta profissional de renome vai se mantendo na mídia e provocando debate acerca de qual o modelo de treinador é mais eficaz: o boleiro ou o estudioso.
A declaração é nitidamente equivocada, assim como o debate formulado através dela, afinal a junção de conhecimentos diários como atleta e estudos forma um profissional completo, ou seja, boleiro e estudioso devem estar presentes num único profissional.
Ora, ter sido atleta profissional, com anos trabalhando com diversos treinadores e outros profissionais de comissão técnica, em alto nível, por si só, traz conhecimento adquirido empiricamente, do aprendizado pela experiência, pela vivência.
Por outro lado, os conhecimentos adquiridos com estudo, nas diversas áreas que se articulam e se conjugam no futebol, claramente majoram a formação do profissional que deseja ser treinador, posto que será de tudo um pouco, psicólogo, administrador, educador físico, fisiologista e, principalmente, um gestor de pessoas.
Algo passou ao largo nesse debate, Renato Gaúcho não trabalha sozinho, tem uma equipe completa de profissionais (com ênfase no espetacular auxiliar Alexandre Mendes), os quais são estudiosos imprescindíveis para essa relação de simbiose e confiança pondo na prática as suas determinações táticas, como comandante de um grupo qualificado com conhecimento científico específico das diversas áreas ínsitas ao trabalho diário.
Fazendo uma comparação, vejo o fato de ser atleta profissional (de alto nível) como um doutorado para trabalhar na área. Entretanto, ao encerrar a carreira faz-se necessário um retorno aos bancos e bibliotecas, qualificando-se nos diversos campos integrados que formam um bom profissional de futebol.
Ou seja, é como se a prática fosse o doutorado e após a execução os atletas tivessem que fazer suas graduações e pós graduações para por em prática aquilo que vivenciaram na bola.
De certo, o maior dos estudiosos nunca alcançará o nível de conhecimento de um boleiro que tenha humildade intelectual para obter a teoria, mas também só ter jogado bola não qualifica ninguém para qualquer função de gestão ou comissão técnica, a composição de ambos gera o respaldo técnico, prático e científico necessário à complexidade do mundo da bola.
Eu discordo de Renato Gaúcho apenas num ponto: o futebol mudou muito e tem evoluído de maneira impressionante e veloz, mas quem sou para discordar dele, um multicampeão como atleta e técnico. Qual a sua opinião?
Eduardo Araújo
Advogado
eduardomarceloaraujo@hotmail.com
A declaração é nitidamente equivocada, assim como o debate formulado através dela, afinal a junção de conhecimentos diários como atleta e estudos forma um profissional completo, ou seja, boleiro e estudioso devem estar presentes num único profissional.
Ora, ter sido atleta profissional, com anos trabalhando com diversos treinadores e outros profissionais de comissão técnica, em alto nível, por si só, traz conhecimento adquirido empiricamente, do aprendizado pela experiência, pela vivência.
Por outro lado, os conhecimentos adquiridos com estudo, nas diversas áreas que se articulam e se conjugam no futebol, claramente majoram a formação do profissional que deseja ser treinador, posto que será de tudo um pouco, psicólogo, administrador, educador físico, fisiologista e, principalmente, um gestor de pessoas.
Algo passou ao largo nesse debate, Renato Gaúcho não trabalha sozinho, tem uma equipe completa de profissionais (com ênfase no espetacular auxiliar Alexandre Mendes), os quais são estudiosos imprescindíveis para essa relação de simbiose e confiança pondo na prática as suas determinações táticas, como comandante de um grupo qualificado com conhecimento científico específico das diversas áreas ínsitas ao trabalho diário.
Fazendo uma comparação, vejo o fato de ser atleta profissional (de alto nível) como um doutorado para trabalhar na área. Entretanto, ao encerrar a carreira faz-se necessário um retorno aos bancos e bibliotecas, qualificando-se nos diversos campos integrados que formam um bom profissional de futebol.
Ou seja, é como se a prática fosse o doutorado e após a execução os atletas tivessem que fazer suas graduações e pós graduações para por em prática aquilo que vivenciaram na bola.
De certo, o maior dos estudiosos nunca alcançará o nível de conhecimento de um boleiro que tenha humildade intelectual para obter a teoria, mas também só ter jogado bola não qualifica ninguém para qualquer função de gestão ou comissão técnica, a composição de ambos gera o respaldo técnico, prático e científico necessário à complexidade do mundo da bola.
Eu discordo de Renato Gaúcho apenas num ponto: o futebol mudou muito e tem evoluído de maneira impressionante e veloz, mas quem sou para discordar dele, um multicampeão como atleta e técnico. Qual a sua opinião?
Eduardo Araújo
Advogado
eduardomarceloaraujo@hotmail.com
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