Despesa,
custo ou investimento? Um bom gestor deve iniciar o debate acerca de
qualquer gasto respondendo a questão. Assim, todos os desembolsos
realizados são gastos. Entretanto, despesas, custos e investimentos são
espécies diferentes de saída financeira.
Despesas
são verdadeiramente um mal necessário, ou seja, é aquele gasto não
diretamente ligado ao objetivo primordial do negócio. É dizer:
independentemente dos frutos do seu empreendimento, os valores deverão
ser pagos, tais como energia, aluguel, água.
Já
os custos são os valores ligados ao produto final. Aumentando a
produção ou serviço, invariavelmente serão majorados os desembolsos. Por
exemplo, FGTS, salários, transporte.
D’outra
banda, temos os investimentos, as saídas financeiras com a expectativa
de majorar a lucratividade do negócio. É um verdadeiro gasto bom,
podendo ser aplicado na redução de despesas e custos, melhoria da
imagem, modernização de gestão e procedimentos, enfim, todo e qualquer
dispêndio que gere retorno de lucratividade.
Tomando
por base as premissas acima, o gestor do negócio futebol deve, ao
programar o desembolso financeiro, analisar se a saída desaguará em
despesa, custos ou investimento para o seu modelo de empreendimento,
buscando sempre o retorno de lucro, como melhoria de estrutura,
qualificação dos profissionais, difusão da marca, etc.
A
questão é de suma importância para o futebol amador e para a análise da
Federação Paraibana de Futebol na hora de realizar dispêndio financeiro
nas categorias não profissionais solapadas pela falta de recursos tão
necessários à prática desportiva, afinal, são verdadeiros formadores de
atletas e seres humanos melhores e, portanto, geram lucro financeiro e
social.
Sempre
comento que ao gastar com futebol de base e amador, estamos tirando,
com baixo valor de investimento, crianças e jovens das ruas e das
drogas, e, ainda que não virem atletas profissionais, com certeza serão
cidadãos melhores e mais qualificados, principalmente quando associamos a
prática desportiva ao estudo.
Assim,
fica nítido que todo gasto realizado no futebol amador e de base é
INVESTIMENTO. Ter um calendário amplo, com competições organizadas,
fomenta a formação de atletas auxiliando verdadeiros guerreiros da bola a
tirar nossos jovens do caminho incorreto.
Basta
apenas pensar que cada equipe tem em torno de 30 atletas por categoria,
ou seja, a cada competição com dez equipes teremos cerca de 300 jovens
praticando esporte. Em 2017, a título de exemplo, foram realizadas três
competições com a participação de equipes amadoras (sub 15, 17 e 20),
totalizando 61 elencos, em torno de 1800 atletas.
De
certo, base é investimento, ampliar a facilidade e o acesso às
competições pelos clubes formadores é investimento, pensar e buscar
políticas públicas como o Programa Boleiros do Distrito Federal é
investimento. Nossos amadores são formadores e precisam ser tratados com
o respeito que merecem pelo trabalho não só desportivo, mas também de
viés educacional feito.
Eduardo Araújo
Advogado
eduardomarceloaraujo@hotmail.com
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