O torcedor paraibano das décadas de 50 e 60 lembra que ele era um atacante elegante, bastante estiloso, com uma cabeleira que lembrava o capitão da seleção Bellini, porém objetivo e muito certeiro em seus chutes que normalmente eram convertidos em gols. Seus dribles eram desconcertantes, rápidos, surpreendentes e sempre em busca da vitória. Torcida paraibana, estamos falando do centroavante “Zéu Palmeira”. Ele nasceu em uma famÃlia de desportistas da cidade de Patos no dia 02 de janeiro de 1931. Começou a jogar futebol e a se destacar no tradicional Colégio Diocesano. Fundou, jogou, torceu e presidiu o Esporte de Patos. Ele e seus familiares moraram uma temporada na cidade do Recife e o craque chegou a jogar no Clube Náutico Capibaribe, já o seu irmão Antônio Palmeira, foi dirigente do Sport Club do Recife.
Quando retornaram à cidade de Patos, junto com outros desportistas fundaram o Esporte Clube, o nome homenageando o Sport do Recife, já as cores alvirrubras homenageando o Clube Náutico Capibaribe, isso no dia 07 de julho de 1952, em uma reunião que ocorreu nas dependências do Tiro de Guerra local. Ocorre que o craque conciliava as funções de centroavante do alvirrubro patoense com as obrigações comerciais da famÃlia, pois ele era sócio de uma empresa de ônibus de transporte municipal, a Impal. Os ônibus que naquela época eram da marca Mercedes e possuÃam carroceria Ciferal, eram todos pintados com as cores vermelha e branca, as cores do “patinho”, como carinhosamente é conhecida aquela agremiação que tanto ajudou. Ele também foi empresário por vários anos no ramo calçadista.
Por causa de seu talento dentro do gramado, aliado ao seu tino comercial e o estilo de galã para a época, o craque “Zéu Palmeira” ficou muito conhecido e popular no sertão, o que resultou em sua eleição ao cargo de Deputado Estadual, responsabilidade outorgada pelo povo sertanejo e que foi exercida com muito zelo e dedicação. Mas a nova missão não o afastou dos gramados nem da camisa do seu querido Esporte, pois o deputado passava os dias da semana legislando e nos finais de semana marcando os gols necessários para a sua equipe, já que nunca relaxou o seu condicionamento fÃsico.
Os saudosistas inclusive citam que “Zéu Palmeira” era exÃmio executor da jogada de bicicleta. A sua carreira de atleta foi encerrada aos 35 anos de idade, com passagens nos times do Náutico do Recife, no Treze de Campina Grande e no seu querido Esporte de Patos. Quando foi agora no mês de janeiro de 2019, com mais de oitenta anos de idade, o mundo do futebol foi surpreendido com a sua passagem para o andar de cima, deixando enorme legado aos verdadeiros desportistas, com o exemplo de que vivia para o futebol, e não "vivia" do futebol, como infelizmente a maioria faz.
Para nós, torcedores e amantes do nosso futebol ficou a certeza que o centroavante “Zéu Palmeira” escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
Serpa Di Lorenzo
Membro Pleno do TJDF PB, da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br
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