Estádio da Graça em João Pessoa |
O estádio Leonardo da Silveira, conhecido carinhosamente por “Campinho da Graça”, passou a ter jogos noturnos a partir do dia 02 de maio do ano de 1962, quando de sua reabertura, depois de ter passado quase um ano sendo reformado.
Naquela época, o velho e tradicional campo do Cabo Branco já tinha deixado de funcionar, o campo do Olímpico do Boi Só já tinha sido inaugurado, porém para a nossa capital do início dos anos 60, este último ficava muito distante, com difícil acesso para os torcedores.
O campo da “Graça” era central, localizado em um bairro populoso como o de Cruz das Armas, havendo condução para o centro e de lá para os demais bairros da cidade das acácias. A presença do torcedor era mais certa. O que faltava era a iluminação para poder ter jogos noturnos.
E naquele dia, depois de quase um ano de espera, o torcedor paraibano encheu as dependências daquela praça de esportes, da zona sul, para ver o então Governador Pedro Moreno Gondim, acionar a chave geral que ato contínuo acendeu os 64 refletores.
Muitas foram às palmas em forma de agradecimento. A banda de Música deu a sua enorme contribuição ao ato solene, que foi prestigiado por desportistas, políticos, imprensa e discursos inflamados. Quem presidia a FPF era o saudoso jornalista Walfredo Marques. A tradicional Rádio Tabajara e o centenário Jornal a União enviaram os seus respectivos cronistas que registraram tudo.
Depois das solenidades acima descritas, todos os presentes fixaram as suas atenções ao grande jogo inaugural dos refletores, onde o Botafogo da capital enfrentaria o forte esquadrão do Campinense Clube, atual bi-campeão do estado. O time de José Pinheiro possuía grandes craques como Massangana, Tonho Zeca, Chicletes, Araponga e Zé Luiz.
O que ninguém esperava, era que aquele jogo festivo terminasse em empurrões, discussões, brigas e invasão do campo. Tudo isso graça ao desentendimento e briga entre os jogadores Joca, do Botafogo, e Ibiapino, do Campinense. Faltavam 15 minutos para encerrar aquele jogo, o árbitro não teve outra alternativa, expulsou os envolvidos e encerrou o jogo que estava com o placar de 0 x0.
Como era um jogo festivo e que decidia um torneio, tendo inclusive um Troféu denominado de Pedro Gondim a ser entregue ao vencedor, depois de quase meia hora de conversas e acordos, entre os times envolvidos e a FPF, as equipes retornaram para completar os quinze minutos que faltavam, com os jogadores expulsos sendo substituídos pelos respectivos reservas, e o árbitro, Mário Menezes, trocado pelo colega Genival Batista.
Jogados os quinze minutos que restavam, terminando aquele jogo festivo sem vencedor, foi o mesmo decidido nas penalidades máximas, tendo o forte time da Serra da Borborema levado a melhor, pois o seu jogador, Nelson, converteu todas as três chances, o que não ocorreu com Xavier, do time da capital. A torcida rubro-negra que compareceu naquela noite, comemorou muito aquele troféu.
No outro dia, os torcedores comentavam a briga entre Joca e Ibiapino, que ocasionou toda aquela confusão. Seu Luis, torcedor fanático do Botafogo, sentado em um banquinho no Ponto de Cem Reis, entre uma e outra baforada em seu cigarro de palha, perguntou ao amigo Pedro Mentirinha, se ele tinha visto o tapa que um tinha dado no outro, recebendo a seguinte resposta: _ Claro, com aquela iluminação toda, dava pra ver até dente careado de jogador.
* Os desportistas do estado, estarão no dia 25 de maio do corrente ano, as 19 horas, no restaurante Bastos Gold, realizando o "I Encontro de Desportistas do Estado". Contato watssap 9 9988 1435
Serpa Di Lorenzo
Auditor do TJDF PB e da ACEP e APBCE
falserpa@oi.com.br
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