Rogério Caboclo foi eleito nesta terça-feira o 20º presidente da história da CBF. Escolhido por Marco Polo Del Nero, o dirigente de 45 anos recebeu 135 votos dos 141 possíveis. Ele vai comandar a entidade máxima do futebol brasileiro por quatro anos, entre abril de 2019 e abril de 2023. O calendário eleitoral da CBF tem esta particularidade: o escolhido sempre assume um ano depois de ter sido eleito.
Todas as 27 federações votaram a favor de Rogério Caboclo. Dos 20 times da Série A, o presidente do Corinthians, Andres Sanches, votou em branco, o representante do Flamengo se absteve e o Atlético-PR não enviou representantes.
- Começo a agradecendo aqueles que confiaram em mim, reconheceram meu trabalho e respeitam minha trajetória. Contar com apoio quase unânime dos clubes e unânime das federações estaduais muito me orgulha e me encoraja. Estamos plenamente comprometidos com quem nos apoiou. É isso que quero estabelecer com federações, clubes, diretoria e funcionários. Um compromisso, um pacto, uma obrigação. Entendam meu “muito obrigado” como um “estaremos cada vez mais juntos” - discursou Caboclo em seu primeiro pronunciamento como presidente eleito da CBF.
Atual diretor-executivo da entidade, Caboclo acumula a chefia do Comitê Organizador Local (COL) da Copa América de 2019, a ser organizada pelo Brasil. O futuro presidente também será o chefe de delegação da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia.
- De minha parte, prometo muito trabalho ea busca incessante por união e entendimento. Nossa gestão será marcada por dois pilares: eficiência e integridade, dos quais decorrerão todos os demais. Acredito muito em processos, sou cumpridor de regras. O que é combinado tem que ser cumprido. Sou leal e grato aos que me acompanham. Ser eleito presidente da CBF é uma honra, mas também uma responsabilidade muito grande. Farei uma gestão participativa, dialogando com todos: atletas, ex-atletas, técnicos, árbitros, clubes e federações. Aplicando com independência as melhores soluções.
A votação foi realizada em três etapas, em três urnas distintas. A primeira urna foi das 27 federações (votos com peso 3), a segunda dos clubes da Série A de 2018 (votos com peso 2) e a terceira urna com votos dos times da Série B deste ano (votos com peso 1). Estiveram representados na eleição todos os presidentes de federações, além de representantes de 19 clubes da Série A (Atlético-PR não mandou representante) e dos 20 clubes da Série B.
Esta foi a primeira eleição na CBF desde a alteração do estatuto ocorrida em março do ano passado, que concentrou ainda mais poder nas federações estaduais. Além de Caboclo, foram eleitos nesta terça oito vice-presidentes – até esta eleição, eram escolhidos cinco vices.
Os oito são: Fernando Sarney (Maranhão), Gustavo Feijó (Alagoas), Marcus Vicente (Espírito Santo), Antonio Carlos Nunes (Pará), que já eram vice-presidentes, e agora terão a companhia de Francisco Noveletto (Rio Grande do Sul), Ednaldo Rodrigues (Bahia), Castellar Guimarães (Minas Gerais) e Antonio Aquino Lopes (Acre).
Marco Polo Del Nero, a quem Caboclo vai suceder, teve sua gestão marcada pelo "Caso Fifa". O escândalo de corrupção descoberto pelo Departamento de Justiça dos EUA explodiu quando ele tinha acabado de assumir o cargo. Seu vice-presidente na CBF e antecessor no cargo, José Maria Marin, foi preso na Suíça e condenado nos EUA.
Acusado dos mesmos crimes, Del Nero nunca saiu do Brasil, país que não extradita seus cidadãos. No final do ano passado, ele foi suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa de todas as atividades relacionadas a futebol. Seu mandato, que dura até abril de 2019, será completado pelo vice mais velho, Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes.
A divisão dos votos foi a seguinte:
- Urna 1 (27 federações, peso 3): 27 votos, unanimidade
- Urna 2 (clubes da Série A, peso 2): 17 votos. Uma abstenção, uma ausência e um voto em branco.
- Urna 3 (clubes da Série B, peso 3): 20 votos, unanimidade
- Votação consolidada: 135 votos para a diretoria da CBF e o conselho fiscal. Uma abstenção (Flamengo), uma ausência (Atlético-PR) e um voto em branco (Corinthians).
Candidato único na eleição
Ele foi candidato único na eleição desta terça. Antes, derrotou o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, numa disputa interna pela bênção do atual presidente, Marco Polo Del Nero, que decidiu pela indicação de Caboclo.
Para ser candidato a presidente da CBF é preciso ter o apoio declarado de oito das 27 federações estaduais e de pelo menos cinco dos clubes. Isso não faltou a Caboclo: 25 federações (todas menos SP e RJ) endossaram sua candidatura, assim como 37 dos 40 clubes das Séries A e B (todos menos Atlético-PR, Corinthians e Flamengo).
Globo.com
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