Salvo engano, o ano era o de 1972, o Botafogo ainda não possuÃa vermelho em seu escudo e estava sediado no antigo estádio José Américo Filho, o popular “OlÃmpico do Boi Só”. Semanalmente eu freqüentava aquela praça de esportes; na companhia de Sérgio Bode, Sérgio Peba, Hilton Cabeção, Wellington Priquito e tantos outros garotos; atravessávamos a avenida Epitácio Pessoa e Ãamos andando por um Bairro dos Estados em formação, com muito mato, poucas casas e várias construções.
O clube solicitava aos torcedores que levassem material de construção, priorizando cimento e tijolo, para fazer as reformas e ampliações da citada praça de esportes. Pois bem, a gente primeiro passava no supermercado CompreBem, “pegávamos emprestados” os sacos de embalagem de papel, de cor marrom e fortÃssimos, pois naquela época não havia essas sacolas plásticas de hoje. No caminho, passando nas construções, “pegávamos emprestados” de três a quatro unidades de tijolo, cada menino, levávamos e doávamos ao clube, orgulhosamente. Confesso esse pequeno delito, sem remorsos e amparado pela prescrição penal.
Já em 1974, no campinho da Graça, o time do juvenil do Botafogo depois de esfriar o sol para o time profissional, nas saudosas preliminares, subia nas acanhadas arquibancadas, estendia uma bandeira do clube e os torcedores contribuÃam, colocando na mesma pequenos valores em dinheiro para a manutenção do departamento amador.
E para a minha surpresa e alegria agora em 2017, estou eu sentado na última fileira das cadeiras do estádio Almeidão, quando de repente aparece meia dúzia de torcedores uniformizados com megafone na boca, uma urna nas mãos e muito amor transbordando no coração.
Eles gritam como revolucionários...pregam como religiosos...são disciplinados e confiáveis como os militares. Eles são Anderson, Filipe, Galeguinho, Alex, George, Leonan, Vilarim e Neto, eles são os guerreiros do “Avante”; um grupo de botafoguenses que recolhe contribuições dos torcedores nos dias de jogos e revertem esses valores em melhorias na estrutura do clube.
E já compraram 01 máquina de fazer gelo, 02 máquinas de lavar roupa semi-industrial, construÃram uma piscina coberta para a reabilitação de atletas e uma área de lazer para jogadores, tudo isso com os recursos doados pelos torcedores e bem administrados por eles.
E se não bastasse o comprometimento, a garra e a disciplina desses guerreiros apaixonados, eles estão esbanjando um requisito nada utilizado no nosso futebol, a transparência. Sim, torcida paraibana, logo após os jogos eles comparecem na cabine da Rádio Tabajara e comunicam quanto foi arrecadado, quanto tem de saldo, centavo por centavo, e diz aonde irão aplicar aquela doação. Tem hora que a gente fica até meio constrangido, quando logo depois da prestação de contas deles, a renda do respectivo jogo é anunciada; com aqueles valores mÃopes e desnutridos.
E não precisa o torcedor ser muito inteligente para se perguntar e obter a resposta, o porquê de várias e sucessivas diretorias nunca ter feito essas obras, mesmo sendo altos empresários, bem relacionados, e apaixonados pelo clube? Tem gente há décadas dirigindo nossos clubes, ali, diariamente, se dizendo o salvador da pátria, o abnegado, etc, etc, etc, etc
Aliás, seria muito bom - pois nada se cria e tudo se copia, conforme nos ensina o francês Lavoisier - que outros “Avante” surgissem em clubes do porte do Auto Esporte, do Treze, do Campinense, do Nacional de Patos, do Sousa, do ParaÃba e da Desportiva Guarabira. O nosso futebol cresceria muito.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas ficou a certeza, que os membros do projeto “Avante”, escreveram os seus nomes, com tintas douradas e perpétuas, na brilhante história do futebol paraibano.
Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br
O clube solicitava aos torcedores que levassem material de construção, priorizando cimento e tijolo, para fazer as reformas e ampliações da citada praça de esportes. Pois bem, a gente primeiro passava no supermercado CompreBem, “pegávamos emprestados” os sacos de embalagem de papel, de cor marrom e fortÃssimos, pois naquela época não havia essas sacolas plásticas de hoje. No caminho, passando nas construções, “pegávamos emprestados” de três a quatro unidades de tijolo, cada menino, levávamos e doávamos ao clube, orgulhosamente. Confesso esse pequeno delito, sem remorsos e amparado pela prescrição penal.
Já em 1974, no campinho da Graça, o time do juvenil do Botafogo depois de esfriar o sol para o time profissional, nas saudosas preliminares, subia nas acanhadas arquibancadas, estendia uma bandeira do clube e os torcedores contribuÃam, colocando na mesma pequenos valores em dinheiro para a manutenção do departamento amador.
E para a minha surpresa e alegria agora em 2017, estou eu sentado na última fileira das cadeiras do estádio Almeidão, quando de repente aparece meia dúzia de torcedores uniformizados com megafone na boca, uma urna nas mãos e muito amor transbordando no coração.
Eles gritam como revolucionários...pregam como religiosos...são disciplinados e confiáveis como os militares. Eles são Anderson, Filipe, Galeguinho, Alex, George, Leonan, Vilarim e Neto, eles são os guerreiros do “Avante”; um grupo de botafoguenses que recolhe contribuições dos torcedores nos dias de jogos e revertem esses valores em melhorias na estrutura do clube.
E já compraram 01 máquina de fazer gelo, 02 máquinas de lavar roupa semi-industrial, construÃram uma piscina coberta para a reabilitação de atletas e uma área de lazer para jogadores, tudo isso com os recursos doados pelos torcedores e bem administrados por eles.
E se não bastasse o comprometimento, a garra e a disciplina desses guerreiros apaixonados, eles estão esbanjando um requisito nada utilizado no nosso futebol, a transparência. Sim, torcida paraibana, logo após os jogos eles comparecem na cabine da Rádio Tabajara e comunicam quanto foi arrecadado, quanto tem de saldo, centavo por centavo, e diz aonde irão aplicar aquela doação. Tem hora que a gente fica até meio constrangido, quando logo depois da prestação de contas deles, a renda do respectivo jogo é anunciada; com aqueles valores mÃopes e desnutridos.
E não precisa o torcedor ser muito inteligente para se perguntar e obter a resposta, o porquê de várias e sucessivas diretorias nunca ter feito essas obras, mesmo sendo altos empresários, bem relacionados, e apaixonados pelo clube? Tem gente há décadas dirigindo nossos clubes, ali, diariamente, se dizendo o salvador da pátria, o abnegado, etc, etc, etc, etc
Aliás, seria muito bom - pois nada se cria e tudo se copia, conforme nos ensina o francês Lavoisier - que outros “Avante” surgissem em clubes do porte do Auto Esporte, do Treze, do Campinense, do Nacional de Patos, do Sousa, do ParaÃba e da Desportiva Guarabira. O nosso futebol cresceria muito.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas ficou a certeza, que os membros do projeto “Avante”, escreveram os seus nomes, com tintas douradas e perpétuas, na brilhante história do futebol paraibano.
Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br
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