Tenso, emocionante, nervoso, heroico, épico. Qualquer dessas palavras pode definir o jogo entre Brasil e Austrália nesta sexta-feira, válido pelas quartas de final do futebol feminino dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No final, melhor para o Brasil, que após um duelo recheado de emoção, está classificado para as semifinais do torneio. As equipes empataram em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, decidindo a vaga nos pênaltis. Nas cobranças, a craque Marta errou a quinta cobrança brasileira. Um gol da Austrália, portanto, colocaria fim ao sonho do time nacional. Mas o jogo tinha uma heroína: a goleira brasileira Bárbara. Ela defendeu o pênalti seguinte da Austrália. Depois, Bárbara defendeu outra cobrança e garantiu a classificação dramática do Brasil para a semifinal: 7 a 6.
Os primeiros minutos do jogo foram marcados por bastante equilíbrio, com as brasileiras conseguindo evoluir e mostrar grande volume de jogo no decorrer da primeira etapa, mas sem conseguir desequilibrar, apesar de ter criado algumas chances.
Já a segunda etapa foi totalmente da equipe verde-amarela: mais posse de bola, mais criatividade, mais organização na defesa, a única coisa que faltava era o gol, que não veio e fez com que o embate fosse decidido na prorrogação.
Nas penalidades, o improvável aconteceu: Marta desperdiçou sua cobrança, mas a goleira verde-amarela Bárbara conseguiu defender outras duas cobranças e garantir a classificação. Assim, o Brasil se vinga da rival, já que a Austrália eliminou as brasileiras na Copa do Mundo de 2015.
Com o resultado, o Brasil garantiu vaga no confronto contra a Suécia, que eliminou as norte-americanas, principais favoritas, também nesta sexta. O duelo da semifinal será disputado na próxima terça-feira, às 13h (de Brasília). Na outra chave, a Alemanha desafia o Canadá.
O jogo
O confronto desta noite, no Mineirão, começou muito aberto. As equipes mostravam pretensões de chegar ao ataque e não faltaram chances para os dois lados. No entanto, nenhuma das oponentes conseguia finalizar as jogadas com qualidade e também não apresentaram grandes problemas para as goleiras.
Getty
Apoiado pela torcida, o Brasil chegou bem, logo aos três minutos; Formiga roubou a bola na intermediária e arriscou o chute. A bola foi no canto e Williams conseguiu fazer boa defesa.
A resposta australiana veio aos 15 minutos, com Catley acertando um cruzamento venenoso pela esquerda, que encobriu a goleira Bárbara e quase terminou no fundo da rede. Na sequência, a amarelinha quase abriu o placar: Tamires roubou a bola no meio-campo e acionou Débora. A camisa 7 passou pela primeira marcadora e arriscou, obrigando grande defesa de Williams, que espalmou para a linha de fundo.
Com o decorrer do jogo, as brasileiras conseguiram se organizar melhor e começaram a impor o próprio ritmo de jogo. Com marcação adiantada e bastante entrosamento no campo de ataque, as donas da casa se aproximavam da área, mas seguiam com problemas para concluir.
Aos 30 minutos, Formiga, que fazia uma bela partida, tabelou com Fabiana e conseguiu entrar na área. Ao invés de chutar, a camisa 8 driblou a zagueira, rolou para Thaisa, que chutou fraco, facilitando a defesa. A esse ponto do encontro, quem não conseguia brilhar era Marta. A cinco vezes melhor jogadora do mundo dava início às jogadas, trabalhava bem a bola, mas não conseguiu ser decisiva.
Já no final do primeiro tempo, aos 43 minutos, Débora teve a melhor oportunidade de abrir o placar. Recebendo belo passe em profundidade de Andressa Alves, a atacante cortou a marcadora já dentro da área, mas acabou chutando com muita força, mandando para fora.
Mantendo a intensidade e a superioridade brasileira, a segunda etapa já começou com boas chances. Aos oito minutos, Andressa Alves recebeu uma bela ligação direta da defesa, chegou perto da linha de fundo e tocou para a pequena área. A zagueira Kennedy conseguiu jogar para fora, impedindo que Bia mandasse para a rede.
Pelo lado das australianas, o futebol continuou sendo jogado de maneira aguerrida, com entradas muito firmes, mas sem grandes pretensões ofensivas, a não ser por alguns contra-ataques sem muito sucesso. O ímpeto nas dividas acabou sendo responsável por tirar uma das brasileiras de campo. Após receber um carrinho, Fabiana caiu ao chão, foi levada de maca e saiu para a entrada de Poliana.
Superior, mas sem definir, o Brasil seguia neutralizando as adversárias, mas sem conseguir selar a vitória. Ainda apagada no duelo, Marta até tentou emendar uma de suas arrancadas tradicionais, aos 38 minutos, passando por três oponentes, mas falhou na hora de finalizar, mandando para fora. Todo o volume de jogo, junto do sonho olímpico, quase vai por água a baixo, aos 40 minutos. Logarzo arriscou de fora da área e carimbou o travessão.
Praticamente nos acréscimos, a verde-amarela quase decidiu o jogo, mas Williams brilhou mais uma vez. Andressa Alves recebeu na medida e cabeceou no canto; a goleira mostrou muito reflexo para espalmar no reflexo e ainda conseguir ficar com a bola.
Na prorrogação, a máxima do restante dos primeiros 90 minutos se manteve: Brasil criando, mas sem anotar. A essa altura, a Austrália já havia escancarado a estratégia: fortalecer o sistema defensivo, segurar o jogo e esperar as penalidades. Mesmo não estando em seu melhor dia, Marta, já nos instantes finais da segunda metade do tempo extra, conseguiu superar, inclusive, o próprio esgotamento físico. Dando mais uma arrancada pelo lado direito, ela conseguiu o chute de dentro da área, mas viu Williams brilhar mais uma vez.
Com a próxima semifinalista sendo decidida nos pênaltis, o encontro ganhou ainda mais emoção. Após Brasil e Austrália converteram as quatro primeiras cobranças, a craque Marta não conseguiu marcar, mas na sequência Bárbara brilhou e conseguiu defender o pênalti de Gorry. Depois de mais uma série de finalizações impecáveis, a goleira brasileira brilhou mais uma vez, defendendo o chute de Keneddy.
FICHA TÉCNICA:
BRASIL 0 (7) X (6) 0 AUSTRÁLIA
Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Data: 12 de agosto de 2016, sexta-feira
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitra: Carol Anne Chenard (Fifa-Canadá)
Assistentes: Marie-Josee Charbonneau (Fifa-Canadá) e Suzanne Morisset (Fifa-Canadá)
Cartões amarelos: Thamires (Brasil); Alleway, Foord, Kennedy (Austrália)
GOLS: PENALIDADES: Andressa Alves, Andressinha, Bia, Rafaelle, Débora, Mônica, Tamires (Brasil); Kellond-Knight, Alleway, Van Egmond, Polkinghorne, Heyman, Logarzo
BRASIL: Bárbara; Fabiana (Poliana), Rafaelle, Mônica e Tamires; Thaisa (Andressa), Formiga e Marta; Andressa Alves, Débora e Bia. Técnico: Vadão
AUSTRÁLIA: Williams; Catley (Logarzo), Alleway, Kennedy e Foord; Kellond-Knight, Van Egmond, Gorry e De Vanna (Polkinghorne); Kerr e Simon (Heyman). Técnico: Stajcic
Os primeiros minutos do jogo foram marcados por bastante equilíbrio, com as brasileiras conseguindo evoluir e mostrar grande volume de jogo no decorrer da primeira etapa, mas sem conseguir desequilibrar, apesar de ter criado algumas chances.
Já a segunda etapa foi totalmente da equipe verde-amarela: mais posse de bola, mais criatividade, mais organização na defesa, a única coisa que faltava era o gol, que não veio e fez com que o embate fosse decidido na prorrogação.
Nas penalidades, o improvável aconteceu: Marta desperdiçou sua cobrança, mas a goleira verde-amarela Bárbara conseguiu defender outras duas cobranças e garantir a classificação. Assim, o Brasil se vinga da rival, já que a Austrália eliminou as brasileiras na Copa do Mundo de 2015.
Com o resultado, o Brasil garantiu vaga no confronto contra a Suécia, que eliminou as norte-americanas, principais favoritas, também nesta sexta. O duelo da semifinal será disputado na próxima terça-feira, às 13h (de Brasília). Na outra chave, a Alemanha desafia o Canadá.
O jogo
O confronto desta noite, no Mineirão, começou muito aberto. As equipes mostravam pretensões de chegar ao ataque e não faltaram chances para os dois lados. No entanto, nenhuma das oponentes conseguia finalizar as jogadas com qualidade e também não apresentaram grandes problemas para as goleiras.
Getty
Apoiado pela torcida, o Brasil chegou bem, logo aos três minutos; Formiga roubou a bola na intermediária e arriscou o chute. A bola foi no canto e Williams conseguiu fazer boa defesa.
A resposta australiana veio aos 15 minutos, com Catley acertando um cruzamento venenoso pela esquerda, que encobriu a goleira Bárbara e quase terminou no fundo da rede. Na sequência, a amarelinha quase abriu o placar: Tamires roubou a bola no meio-campo e acionou Débora. A camisa 7 passou pela primeira marcadora e arriscou, obrigando grande defesa de Williams, que espalmou para a linha de fundo.
Com o decorrer do jogo, as brasileiras conseguiram se organizar melhor e começaram a impor o próprio ritmo de jogo. Com marcação adiantada e bastante entrosamento no campo de ataque, as donas da casa se aproximavam da área, mas seguiam com problemas para concluir.
Aos 30 minutos, Formiga, que fazia uma bela partida, tabelou com Fabiana e conseguiu entrar na área. Ao invés de chutar, a camisa 8 driblou a zagueira, rolou para Thaisa, que chutou fraco, facilitando a defesa. A esse ponto do encontro, quem não conseguia brilhar era Marta. A cinco vezes melhor jogadora do mundo dava início às jogadas, trabalhava bem a bola, mas não conseguiu ser decisiva.
Já no final do primeiro tempo, aos 43 minutos, Débora teve a melhor oportunidade de abrir o placar. Recebendo belo passe em profundidade de Andressa Alves, a atacante cortou a marcadora já dentro da área, mas acabou chutando com muita força, mandando para fora.
Mantendo a intensidade e a superioridade brasileira, a segunda etapa já começou com boas chances. Aos oito minutos, Andressa Alves recebeu uma bela ligação direta da defesa, chegou perto da linha de fundo e tocou para a pequena área. A zagueira Kennedy conseguiu jogar para fora, impedindo que Bia mandasse para a rede.
Pelo lado das australianas, o futebol continuou sendo jogado de maneira aguerrida, com entradas muito firmes, mas sem grandes pretensões ofensivas, a não ser por alguns contra-ataques sem muito sucesso. O ímpeto nas dividas acabou sendo responsável por tirar uma das brasileiras de campo. Após receber um carrinho, Fabiana caiu ao chão, foi levada de maca e saiu para a entrada de Poliana.
Superior, mas sem definir, o Brasil seguia neutralizando as adversárias, mas sem conseguir selar a vitória. Ainda apagada no duelo, Marta até tentou emendar uma de suas arrancadas tradicionais, aos 38 minutos, passando por três oponentes, mas falhou na hora de finalizar, mandando para fora. Todo o volume de jogo, junto do sonho olímpico, quase vai por água a baixo, aos 40 minutos. Logarzo arriscou de fora da área e carimbou o travessão.
Praticamente nos acréscimos, a verde-amarela quase decidiu o jogo, mas Williams brilhou mais uma vez. Andressa Alves recebeu na medida e cabeceou no canto; a goleira mostrou muito reflexo para espalmar no reflexo e ainda conseguir ficar com a bola.
Na prorrogação, a máxima do restante dos primeiros 90 minutos se manteve: Brasil criando, mas sem anotar. A essa altura, a Austrália já havia escancarado a estratégia: fortalecer o sistema defensivo, segurar o jogo e esperar as penalidades. Mesmo não estando em seu melhor dia, Marta, já nos instantes finais da segunda metade do tempo extra, conseguiu superar, inclusive, o próprio esgotamento físico. Dando mais uma arrancada pelo lado direito, ela conseguiu o chute de dentro da área, mas viu Williams brilhar mais uma vez.
Com a próxima semifinalista sendo decidida nos pênaltis, o encontro ganhou ainda mais emoção. Após Brasil e Austrália converteram as quatro primeiras cobranças, a craque Marta não conseguiu marcar, mas na sequência Bárbara brilhou e conseguiu defender o pênalti de Gorry. Depois de mais uma série de finalizações impecáveis, a goleira brasileira brilhou mais uma vez, defendendo o chute de Keneddy.
FICHA TÉCNICA:
BRASIL 0 (7) X (6) 0 AUSTRÁLIA
Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Data: 12 de agosto de 2016, sexta-feira
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitra: Carol Anne Chenard (Fifa-Canadá)
Assistentes: Marie-Josee Charbonneau (Fifa-Canadá) e Suzanne Morisset (Fifa-Canadá)
Cartões amarelos: Thamires (Brasil); Alleway, Foord, Kennedy (Austrália)
GOLS: PENALIDADES: Andressa Alves, Andressinha, Bia, Rafaelle, Débora, Mônica, Tamires (Brasil); Kellond-Knight, Alleway, Van Egmond, Polkinghorne, Heyman, Logarzo
BRASIL: Bárbara; Fabiana (Poliana), Rafaelle, Mônica e Tamires; Thaisa (Andressa), Formiga e Marta; Andressa Alves, Débora e Bia. Técnico: Vadão
AUSTRÁLIA: Williams; Catley (Logarzo), Alleway, Kennedy e Foord; Kellond-Knight, Van Egmond, Gorry e De Vanna (Polkinghorne); Kerr e Simon (Heyman). Técnico: Stajcic
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