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sábado, 11 de julho de 2015

Crônicas do Serpa: O Pássaro Preto da Torrelândia

O Íbis, ave do Egipto,
Pousa sempre sobre um pé
(O que é
Esquisito.)
É uma ave sossegada
Porque assim não anda nada.
Uma cegonha parece
Porque é uma cegonha.
Sonha
E esquece —
Propriedade notável
De toda ave aviável.
Quando vejo esta Lisboa,
Digo sempre, Ah quem me dera
(E essa era
Boa.)
                Ser um íbis esquisito,
          Ou pelo menos estar no Egipto.

                  (Fernando Pessoa)

Por volta das vinte horas de uma noite bastante significativa para os moradores do Bairro da Torre, do dia 05 de maio do ano de 1952, em uma modesta residência de nº 955 localizada na antiga Rua Adolfo Cirne, hoje, Beira Rio, nasceu o querido e aguerrido Íbis Futebol Clube, o Pássaro Preto da Torrelândia.

Os jovens, Osvaldo Canuto, proprietário da casa acima citada, fundador e primeiro presidente, João Gomes Damásio, primeiro secretário, José Bezerra Finizola, tesoureiro, Afonso Alves, diretor de esportes, e os conselheiros José Paulo, Evandro Chaves e Francisco de Assis Dourado formaram a primeira diretoria de uma agremiação que muito contribuiu com o nosso futebol.

Com meias rubro-negras, calção branco ou preto, camisas nas cores vermelha e preta em faixas diagonais, aqueles fundadores puseram como escudo o desenho de um pássaro todo preto conhecido como Íbis, ave essa que foi objeto de veneração religiosa pelos povos do antigo Egito.  Aliás, na cidade do Recife existe um clube fundado antes do Ibis da Torre com o mesmo nome e escudo.

E essa agremiação que vem atravessando décadas ajudando na formação e disciplina de jovens garotos, estreou nos gramados goleando o esquadrão do Sá Andrade Esporte Clube, por 6 x 1, com gols marcados por Airton, dois, Gogóia, dois, Curica e Afonso completaram balançando as redes uma vez.

Muita gente não sabe, mas o clube disputou por três anos seguidos o campeonato paraibano de profissionais, nos anos de 1958, 59 e 60, sendo vice-campeão em 58, quando foi derrotado na final pelo Auto Esporte Clube. Na década de 60  o time priorizou as suas tradicionais categorias de base, que sempre formou grandes promessas para o nosso futebol.

Essas promessas, inclusive, conquistaram duas competições, invictos no ano de 1965, o campeonato amador e o denominado de misto, por permitir a inscrição de cinco jogadores profissionais reforçando o quadro de aspirantes. Ser titular nos quadros do Íbis era sinônimo de ser bom de bola e currículo para um dia vestir uma camisa de um time maior.

Quem não se lembra do famoso Zé do Figo, que jogou em grandes times do estado. Do grande Miruca, que no jogou no Treze de Campina Grande, no  Clube Náutico Capibaribe, do Recife e no time do São Paulo Futebol Clube. Do meio campista Chocolate, que quando se profissionalizou foi para o Botafogo.  E do cabeludo Odon, jogador que foi ídolo por muitos anos no nosso Botafogo e pretendido pelos grandes do sul maravilha. Esses atletas citados começaram as suas respectivas carreiras defendendo as cores rubro-negras do pássaro preto da torrelândia
.
Infelizmente, hoje no tradicional Bairro da Torre não existe mais campos de futebol, a própria sede do clube foi desativada, funcionando provisoriamente e precariamente em um cômodo de uma casa no Bairro de Mangabeira graças a um ex-atleta  que vestiu a sua camisa  na década de 60 e, no inicio da década de 70 ingressou na diretoria sendo seu presidente por várias vezes e anos.

Seu nome, José Dimas Medeiros, um abnegado professor de matemática e eterno presidente que guarda com carinho e devoção o acervo do clube, comentado com saudosismo e tristeza os anos de glória do Íbis. Aos 71 anos de idade, ele fala com certa mágoa da falta de políticas públicas eficientes em prol dos clubes amadores. Mesmo com toda essa dificuldade ele ainda consegue fazer o clube disputar o campeonato paraibano, categoria sub - 20  e sonha com a volta por cima da agremiação.

Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br

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