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terça-feira, 2 de junho de 2015

Ricardo Teixeira é indiciado pela Polícia Federal por 4 crimes

Ricardo Teixeira deixou Miami para fugir do FBI e estaria no Uruguai ou Paraguai
São Paulo, SP, 1 - A Polícia Federal indiciou o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell também foi indicado por falsificação de documento público e ocultação de informações. Como moram no exterior, a PF indiciou Teixeira e Rosell sem a presença deles. Os dois, contudo, conforme o inquérito "tomaram conhecimento dos fatos e não tiveram interesse em desmentir."
O inquérito não tem relação imediata com o escândalo de corrupção que atingiu a Fifa, mas conforme investigadores ouvidos pelo "Estado" pode dar subsídios a apuração que esta em curso nos Estados Unidos que culminou com a prisão de dirigentes da entidade maior do futebol mundial em Zurique na última semana, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
O inquérito no Brasil foi concluído em janeiro deste ano, mas somente agora foi tornado público. As investigações duraram dois anos e tiveram como base reportagens do "Estado" e da "TV Record" sobre negócios do ex-presidente da CBF. Além de Teixeira e Rosell, foram indiciados: Claudio Honigman (descrito como parceiro comercial de Teixeira e Rosell e sócio do ex-presidente do Barcelona na 100% marketing), Vanessa Almeida Precht (sócia da Alianto Marketing LTDA) e Claudio Abrahão (irmão de Abrahão, presidente do grupo Águia).TRINTA MILHÕES DE EUROS EM MONACO
As investigações revelaram que Teixeira não declarou dinheiro mantido no exterior, simulou a compra de ações usando o nome de uma empresa para "movimentar altar quantias de dinheiro" e fez transações imobiliárias de fachada. No inquérito, ao qual o "Estado" teve acesso, a PF afirma que nas declarações de imposto de renda do ex-dirigente "não existe referência alguma a contas bancárias em seu nome no exterior", o que configura crime de evasão de divisas.

Reportagem do Estado revelou que Teixeira possui 30 milhões de euros numa conta secreta em Mônaco. No Brasil, o órgão de investigação financeira do Ministério da Fazenda, o Coaf, registrou movimentação atípica de Ricardo Teixeira de R$ 464,5 milhões entre 2009 e 2012.
A PF destacou no inquérito informações da procuradoria da Suíça de que Teixeira teria recebido, ainda, 12,7 milhões de francos suíços de suborno enquanto esteve na CBF, de 1989 a 2012, inclusive envolvendo a realização de Copas do Mundo, ao considerar que "ele vem praticando atos contra a administração pública brasileira, com exigência de vantagens para práticas administrativas da CBF, contra a administração pública estrangeira e o sistema financeiro nacional". TRANSAÇÃO DE APARTAMENTO
A PF acusou Teixeira de simular operação de compra de vários imóveis, entre eles uma cobertura na Barra da Tijuca/RJ. Ele adquiriu o apartamento no bairro nobre por R$ 720 mil. O imóvel, contudo, é avaliado em R$ 4 milhões. Teixeira comprou a cobertura de Claudio Abrahão, irmão de Wagner Abrahão, dono do Grupo Águia, conforme citou a PF no inquérito.

Em depoimento à PF, Claudio justificou o preço porque o imóvel estava "em mau estado de conservação, precisando de reforma." Para a PF, o fato de Claudio ter comprado o imóvel em 2002, por R$ 1,9 milhão, mas só ter escriturado em 2009, mesmo ano em que foi vendido para Teixeira é uma demonstração de que o negócio foi simulado.
A PF também encontrou irregularidades na compra de uma aeronave pela Alianto Marketing por R$ 8 milhões da empresa 100% Brasil Marketing, que conforme as investigações não tem endereço fixo. As duas empresas têm como sócios o ex-presidente do Barcelona. Ou seja, ele vendeu a aeronave para ele mesmo.
SIMULAÇÃO COM EMPRESA
Outro negócio investigado pela PF é a simulação de operação de compra de ações de Teixeira e Rosell numa transação que envolveu a cifra de R$ 22,5 milhões. A PF descobriu que eles usaram o nome da Alpes Eletronic Broker para simular uma opção de venda a ambos. A Alpes negou em depoimento relação com Teixeira.

Vanessa Precht chegou a atender o Estado, mas, assim como durante o inquérito, não quis se manifestar. "Vocês ligam para o meu advogado. Se você conseguiu o telefone da minha casa, você vai conseguir o dele também", disse antes de desligar o telefone sem identificar o responsável por sua defesa. A reportagem não conseguiu contato com Cláudio Hongman, Sandro Rosell e Cláudio Abrahão.

Fonte: Agencia Futebol Interior

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