“Estava mais angustiado que
Um goleiro na hora do gol.” (Belchior).
A
bola é colocada a uma distancia de onze metros em uma marca de cal. O
goleiro, em baixo de uma trave medindo 7,32 metros de largura por 2.44
de altura, deve se deslocar um pouquinho para um dos lados com a
finalidade de induzir o cobrador a chutar do lado oposto. Já o batedor
tem que fingir que o goleiro é invisível e mirar só o gol. Essa é a
regra nas cobranças de penalidades máximas.
Físicos,
matemáticos, fisiologistas e psicólogos estudam a melhor forma de se
cobrar um pênalti como também a melhor maneira de se impedir o seu
convertimento em gol. O lado emocional tanto de quem cobra como de quem
defende é fundamental. A palavra chave chama-se frieza, quanto mais
gelado o atleta for, melhor. Os não adeptos do treinamento creditam o
sucesso de uma penalidade à sorte de quem cobra ou a de quem a defende.
Ao
final da cobrança de uma penalidade máxima a metade do estádio vai
explodir de alegria, vibração e euforia. Já a outra metade vai murchar,
encolher e se entristecer.
Temos
penalidades famosas, como o milésimo gol do Rei Pelé, no Maracanã, e o
desperdiçado pelo Italiano Roberto Baggio, em 1994, que nos favoreceu
com a conquista daquela copa realizada nos Estados Unidos da América e
que até hoje em nossos tímpanos ecoa aquele grito de Galvão Bueno: Vai
que é tua, Taffarel!
Agora,
antes da cobrança de uma penalidade em nosso país, há uma verdadeira
guerra. Empurrasse daqui, gritasse dali, peita-se o juiz contestando e
protestando ao máximo, mesmo sabendo que não irá surtir nenhum efeito
prático. Já a nossa torcida nunca perdoa a genitora do árbitro. É a
cultura do povo brasileiro.
E
temos os pênaltis folclóricos, como o narrado no livro do grande Eudes
Moacir Toscano, intitu
Ou
mesmo o ocorrido em uma final de campeonato amador do Bairro de
Mandacarú, no antigo campo do “Alto do Céu”, quando o árbitro marcou um
pênalti inexistente em benefício do Jangadeiro Futebol Clube, o volante
China foi e desperdiçou. No inicio do segundo tempo o juiz foi e marcou
outra penalidade que não existiu também a favor do Jangadeiro. China
mais uma vez cobrou e desperdiçou. Quando faltavam dois minutos para
encerrar aquela partida, o juiz pela terceira vez correu apontando para a
penalidade máxima em um lance inexistente. Foi aquela confusão. E para
garantir a vitória do seu querido Jangadeiro, o árbitro foi logo
dizendo: China, deixe outro atleta cobrar, pois a FIFA não permite que o
mesmo atleta bata por três vezes.
O
substituto de China foi lá e converteu “aquele pênalti”, o juiz de
imediato encerrou a partida, houve um quebra pau enorme que precisou da
intervenção da força policial e da bravura do então “Sargento Tapa”, que
por décadas respondeu pelo Comissariado de Policia daquele bairro.
Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br
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