Foto: Francisco França / Jornal da Paraíba |
O Santa Cruz de Santa Rita está em meio a mais uma crise. E ameaça agora dispensar todos os jogadores contratados para o Campeonato Paraibano e montar uma equipe formada exclusivamente com jogadores amadores da própria cidade apenas para “terminar o campeonato”. Tudo isto depois que o prefeito Reginaldo Pereira, do município de Santa Rita, vetou de última hora o Projeto de Lei 117/2014 de autoria do próprio Poder Executivo que previa um repasse de R$ 350 mil à equipe, valor a ser pago ao longo dos cinco primeiros meses do ano. E agora sem o patrocínio público, o time diz não ter dinheiro nenhum para a competição.
Os argumentos do
prefeito são contundentes. Segundo ele, o projeto era
“constitucional e legal”, e até mesmo justo, já que previa a
“destinação de recursos públicos para fomentar o esporte”, mas
ainda assim inconcebível diante da “situação calamitosa que se
encontra o município”.
De acordo com o ofício
assinado por Reginaldo, a Prefeitura de Santa Rita está com
problemas que vão desde o atraso no pagamento de fornecedores, até
atraso de salários do magistério e de parte dos servidores da
saúde, que ainda não teriam recebido os vencimentos de dezembro de
2014.
“Conceder subvenção
social em valor tão considerável para uma única instituição,
mesmo que seja justo e merecido, diante do quadro financeiro a que
fomos conduzidos, contraria o interesse público”, escreve o
prefeito em parte do documento.
Decisão do prefeito de Santa Rita veta a transferência de R$ 350 mil em verba pública ao clube da cidade (Foto: Reprodução)
O caso de Santa Rita,
na verdade, é atípica. Reginaldo Pereira foi eleito em 2012 e assumiu
a gestão municipal em 2013. Em abril do ano passado, contudo, ele
foi afastado pela Câmara Municipal da cidade, mas retornou ao cargo
em dezembro do ano passado. Agora, ele diz que recebeu a cidade
quebrada, o que obriga a essas medidas drásticas.
A diretoria do clube,
contudo, se mantém alheio às justificativas e protesta com
veemência. O presidente Junior Veríssimo diz que vai colocar um
carro de som em frente à sede da Prefeitura para um protesto na
manhã de quarta-feira, em que deve comparecer dirigentes e
torcedores com o objetivo de pressionar o prefeito. E em meio à
crise, acusa Reginaldo Pereira de chantagear o Santa Cruz.
Segundo o presidente,
interlocutores de Reginaldo fizeram chegar ao clube que o dinheiro
seria liberado caso R$ 10 mil de cada uma das cinco parcelas de R$ 70
mil fossem devolvidas ao prefeito, o que acabou sendo negado.
- Foi por isto que ele
vetou o projeto. Porque eu neguei a proposta dele – disparou
Veríssimo.
Em tom desolado, o
presidente disse ainda que o clube não vai ter dinheiro para pagar
os salários dos jogadores, e que por isto a tendência é que todos
sejam dispensados.
- O jeito vai ser
montar um time só com jogadores da cidade. Apenas para que possamos
terminar o campeonato. Uma reunião hoje a noite deve definir estes
detalhes – ponderou.
Ele alerta que se isto
acontecer o time não deve jogar contra o Miramar nesta quarta-feira,
no Estádio Almeidão, já que os novos atletas não seriam
regularizados a tempo.
- Não estaríamos
aptos a jogar antes de domingo – alertou, explicando que após a
solicitação de registro de jogador o processo dura em média 48
horas para ser concluído.
A reportagem entrou em
contato com o prefeito de Santa Rita e com uma série de seus
assessores, mas nenhum deles atendeu as ligações.
Este não é o primeiro
problema enfrentado pelo Santa Cruz. Na semana passada, a diretoria
do clube já tinha ameaçado deixar a competição por causa do veto
do Estádio Teixeirão, de Santa Rita, que foi considerado inapto
para receber jogos de futebol. A medida obrigou que o Santa mandasse
seus jogos em João Pessoa, o que segundo os dirigentes já gerava
uma série de prejuízos à agremiação.
Dentro de campo, o Santa faz uma competição apenas regular. Em dois jogos, o time marcou três pontos. Estreou com derrota de 2 a 0 com o CSP, mas depois o Santa se recuperou ao vencer o Atlético de Cajazeiras por 1 a 0.Por Globo Esporte PB
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