Na década de cinquenta, chegou um atleta para vestir a camisa do Botafogo da Paraíba com o apelido de “Pedro Neguinho”, um atacante muito veloz, inteligente e com bastante faro de gol. Logo, esse ponta de lança e também centroavante tornou-se um dos artilheiros do clube e do estado.
Pedro Batista da Silva era o seu nome de batismo, porém, foi com o
carinhoso apelido de “Pedro Neguinho”, que ele formou um time
inesquecível, junto com os craques Berto, Prince, Kleber Bonates,
Marajó, Gonzaga e Bola Sete, sendo este último seu companheiro nas
belíssimas jogadas que normalmente terminavam com a bola no fundo das
redes. Pedro Neguinho e Bola Sete, naquela época, eram sinônimos de gol,
e vários times do nordeste almejavam contratá-los.
O que Pedro Batista da Silva não sabia, era que do seu casamento com
Maria do Socorro Carvalho e Silva nasceriam dois filhos, que seguiriam o
mesmo caminho do pai, sendo grandes jogadores de futebol e revelados no
Botafogo paraibano e posteriormente transferidos para grandes clubes do
País.
Primeiro, surgiu o filho Marcos Batista da Silva, conhecido por
“Marquinhos”. Um lateral esquerdo bastante habilidoso, que quando estava
de posse da bola ninguém conseguia tomá-la, salvo cometendo
deslealdade. Ele chegou ao Belo em 1979, assumiu a titularidade da
lateral esquerda e fez parte daquele inesquecível time que tinha
Nicácio, Magno e Zé Eduardo no meio de campo, lembra? Isso, aquele que
derrotou o Flamengo dentro do Maracanã e foi denominado de “Matador de
Tricampeão”, pela famosa Revista Placar.
Ao deixar o nosso estado, Marquinhos foi vestir a camisa rubro-negra do
Vitória, da Bahia, alvirrubra, do Bangú, do Rio de Janeiro e a do Clube
Náutico Capibaribe, em Recife. Em todas essas agremiações ele conseguiu
se destacar.
Depois veio o segundo craque e filho de Pedro Neguinho, batizado de José
Alberto Batista Silva, conhecido por “Zito”, que jogava na lateral
direita e de zagueiro central, também sendo revelado com a camisa do
Botafogo da Paraíba. Zito chegou ao Belo no mesmo ano do seu irmão
Marquinhos, mas por ser mais jovem, teve que primeiro ingressar nas
categorias de base do clube.
Depois que se firmou no elenco profissional do clube, “Zito” logo se
destacou e foi jogar em outros estados, em agremiações como o Santa
Cruz, do Recife, Rio Verde, de Goiás, Central, de Caruaru. Ele
participou e foi destaque daquela heroica e exitosa excursão do Belo em
terras europeias, onde jogaram dez vezes, ganharam quatro, empataram
três e perderam três, junto com os craques Carlos Roberto, Walmir,
Carioca, Carlinhos Mocotó e Zé Roberto, sob o comando do inteligente
técnico Erandir Montenegro.
Hoje, aposentados do futebol, os dois filhos de “Pedro Neguinho” residem
na cidade de João Pessoa. Quando eles têm uma oportunidade, apanham os
recortes de jornais do passado e relembram os bons tempos com a camisa
do Botafogo, e, com bastante saudade, as mensagens e ensinamentos que
foram repassados pelo finado pai.
“Pedro Neguinho” foi uma árvore que resultou em bons frutos, e a sua
família pode ser considerada como uma “família literalmente
Botafoguense”. Quem sabe se ainda não vai aparecer dessa árvore um neto,
ou um bisneto, vestindo a camisa do Belo?
O futebol da Paraíba iria agradecer muito!Francisco Di Lorenzo Serpa
Membro da API, UBE e APP
falserpa@oi.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve após ser analisado pelo administrador