O ano de 2015 pode decretar a falência de um dos clubes mais importantes
do interior do Rio Grande do Norte, o Corintians-RN. Sem dinheiro em
caixa e sem qualquer recurso para montar o time de futebol profissional
para a disputa do Campeonato Potiguar do próximo ano, o presidente da
entidade, Raimundo Inácio Lobão, disse que amarga uma dívida de quase R$
70 mil, oriunda do estadual deste ano, e que não sabe como quitar os
débitos junto aos comerciantes da cidade de Caicó, na região Seridó do
estado.
Nesta quinta-feira, o dirigente esteve em Natal com a intenção de se
reunir com o presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol,
José Vanildo, mas o encontro não ocorreu. O presidente da FNF viajou a
São Paulo para se reunir com Marco Polo Del Nero, futuro presidente da
CBF, e deve retornar à capital potiguar no fim de semana. O objetivo da
reunião entre Lobão e Vanildo seria a oficialização da retirada do
Corintians do estadual de 2015.
Ao GloboEsporte.com, o dirigente do Galo do Seridó lamentou a crise
financeira que o clube enfrenta. Segundo ele, a crise já dura seis anos e
ainda afirmou que o clube pode decretar falência. Fundado em 1968, o
único título estadual da equipe foi conquistado em 2011. Lobão, que está
no clube há mais de 20 anos, foi uma das figuras responsáveis pela
montagem do elenco campeão daquele ano, ao vencer o América-RN, em
Caicó. Contudo, apenas as boas lembranças restaram daquela época.
Financiado por políticos locais e por uma empresa de combustíveis
potiguar, o Galo se tornou referência no planejamento do futebol e
montou um forte elenco naquela temporada, sob o comando do treinador
Pedrinho Albuquerque.
- Estou há 20 anos no Corintians de Caicó e nunca tinha me reparado
com uma situação tão crítica como essa. Para ser bem sincero, estamos
enfrentando problemas financeiros nos últimos seis anos e não vejo outra
saída a não ser a falência. Em 2001, quando fomos campeões estaduais,
por exemplo, eu atuava como diretor de futebol, mas tomava conta do
clube. Nessa época, tínhamos mais empresários e políticos que
vivenciavam a rotina do clube. Os torcedores geravam uma pequena receita
para o clube, com o pagamento de carnês, uma espécie de sócio-torcedor.
Eram bons tempos em que tínhamos recursos para contratar bons jogadores
e termos uma estrutura adequada para o clube - recorda.
No estadual desse ano, a folha salarial do Corintians era de quase R$ 50
mil, destinada exclusivamente ao pagamento do treinador, da comissão
técnica e dos jogadores. O Estádio Marizão, em Caicó, não tinha custos
para o clube já que o poder executivo era parceiro. Outra baixa nos
recursos do clube foi após o período eleitoral, já que alguns políticos
que ajudavam o time não conseguiram se eleger.
- O político que me ajudava ultimamente não conseguiu se eleger.
Ficou ainda mais complicado. Dos empresários de Caicó, poucos ajudavam o
clube e o máximo que recebia eram uns R$ 3 mil, que dava para pagar o
salário de três jogadores - explica.
Fonte - Globo Esporte RN
Niltinho Comenta: A
torcida caicoense está meio que atônita com esta informação dada pelo
presidente a imprensa da capital. Apesar das dificuldades apresentadas
por Lobão aqui mesmo no nosso blog em entrevista recente, a maioria dos
torcedores ainda acreditava que uma carta fosse retirada da manga e o
galo ressurgisse das cinzas.
Diante do quadro desolador apresentado resta torcer para uma solução
financeira que pelo menos mantenha o clube ativo, mesmo que fora do
estadual, mas com expectativas de um retorno breve. Não é demais
relembrar casos como o do São Gonçalo que sai de cena alguns anos atrás e
sumiu de vez. Esse hoje sem dúvida alguma é o maior temor por partes
dos fanáticos do galo do Seridó.
Fonte: Blog de Niltinho Ferreira
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