Campinas, SP, 31 (AFI) - Muitos podem reclamar do baixo nível do Brasileirão,
pequena média de público nos estádios, dos clubes falidos e da escassez
de craques, mas, no que se refere à emoção, o Brasileirão teve de
sobra. O Cruzeiro sobrou mais uma vez em 2014 e
sagrou-se bicampeão, os clubes do Rio de Janeiro fizeram feio, o
Palmeiras só escapou de um terceiro rebaixamento à Série B de sua
história na última rodada e houve algumas surpresas.
A Raposa seguiu a receita do ano passado, mantendo a base e se
reforçando ainda mais e, liderados por Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart
novamente, conquistaram o bicampeonato da competição com sobras, mais
precisamente na 36ª rodada, quando bateu o Goiás no Mineirão por 2 a 1.
Jogando um futebol vistoso, de toque de bola rápido e muita movimentação
no ataque, a Raposa não deu chances aos adversários.
Assim como no ano passado, a dupla Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart
foi responsável por mais da metade dos gols no campeonato. O que mudou
nesta edição foi o fato de Goulart ter se destacado mais, uma vez que
marcou 15 gols e foi eleito o craque do Brasileirão de 2014, prêmio
conquistado por Ribeiro no ano passado. Quem também mereceu destaque
foram os jovens Mike e Lucas Silva - o último despertou interesse do
Real Madrid -, e o atacante boliviano Marcelo Moreno, que reencontrou
seu futebol e foi o artilheiro da Raposa na competição com 16 gols.QUE FEIO...
O
Campeonato Brasileiro de 2014 para os times do Rio pode ser considerado
ainda pior que o do ano passado para os clubes do Rio de Janeiro. Em
2013, o Vasco foi rebaixado à Série B - o Fluminense também terminou a
competição no Z4 e só não disputou a Série B neste ano porque a
Portuguesa foi punida em uma decisão polêmica do STJD por ter escalado o
meia Héverton de forma irregular -, mas Botafogo e Flamengo salvaram o
ano dos cariocas conseguindo vaga na Libertadores.
Neste ano, a história foi diferente. O Flamengo começou a competição de
forma desastrosa, amargando a lanterna em boa parte do início do
torneio. As perspectivas eram as piores possíveis, mas o Rubro-negro
conseguiu se recuperar depois na volta da Copa do Mundo. A diretoria
tomou uma decisão arriscada e apostou em Luxemburgo. O treinador,
flamenguista declarado, conseguiu dar um padrão de jogo ao time, que
saiu da lanterna rapidamente, foi subindo aos poucos e terminou a
competição na 10ª posição, como o segundo melhor carioca, atrás apenas
do Fluminense.O Flu, aliás, terminou na 6ª colocação e brigou por
vaga à Libertadores até o final do campeonato. Daí pode suscitar a
pergunta: mas como o Fluminense fez feio no Brasileirão? O Tricolor das
Laranjeiras fez feio porque, com o elenco que tinha, uma vaga na
Libertadores, ao menos, era tida como obrigação. Um time que tem
CavalierI, Carlinhos, Cícero, Conca, Wagner, Walter, Sóbis e Fred não
pode se contentar com o 6º lugar.
Mas o torcedor do Flu pelo menos pode comemorar por não estar na pele
do botafoguense. A má gestão do clube refletiu diretamente nas atuações
dentro de campo, e o Botafogo fez um péssimo campeonato brasileiro,
terminando na vice-lanterna, com pífios 34 pontos, o que lhe rendeu o
segundo rebaixamento de sua história para a Série B. DRAMA PALMEIRENSE
Em
2014, o sofredor torcedor palmeirense passou por mais um temporada de
dramas, tristezas, e, no fim, alívio. Em pleno ano de centenário, a
diretoria alviverde, mais uma vez, cometeu uma série de equívocos, o que
fez com o time, extremamente limitado, brigasse mais uma vez contra o
rebaixamento.
O começo do campeonato, antes da parada para a Copa
do Mundo, até que não foi tão ruim. Mesmo com a saída do artilheiro do
time Alan Kardec, até então, para o rival São Paulo, em uma negociação
muito mal conduzida pelo presidente Paulo Nobre e pelo diretor de
futebol José Carlos Brunoro, que revoltou os torcedores alviverdes, o
Verdão ainda conseguia se equilibrar, fazendo boas partidas.
Mas, durante a pausa para a Copa do Mundo, a diretoria resolveu fazer
uma espécie de reformulação no elenco, vendendo e emprestando alguns
jogadores e contratando jogadores argentinos a pedido do novo treinador
Ricardo Gareca. A intenção de trazer um técnico estrangeiro, com novas
ideias e conceitos, até seria válida e poderia render frutos ao Verdão
se não fosse com a competição já rolando. O argentino não se adaptou no
comando alviverde e levou o time à lanterna da competição, amargando a
incrível série de 10 jogos sem vencer.Dorival Júnior chegou para
substituir Gareca e o time mostrou alguns lampejos de bom futebol, como
quando empatou com o líder Cruzeiro, no Mineirão, o clássico contra o
Corinthians, e nas vitórias sobre Botafogo e Grêmio - a última de
virada. No entanto, o time ficou marcado mesmo pela irregularidade e, no
final da competição, quando todos achavam que o Palmeiras já havia se
livrado do rebaixamento, o Verdão perde quatro seguidas e cai para a 16ª
posição, tendo que vencer seu jogo na última rodada para escapar de
mais um rebaixamento.
Para alívio dos torcedores alviverdes, havia times piores, que
realmente se esforçaram mais que o Palmeiras para jogar a Série B em
2015. O Verdão apenas empatou em 1 a 1 o último jogo contra o
Atlético-PR mas não caiu pela incompetência do Vitória, que perdeu em
casa, no Barradão, para o Santos. No final, um misto de alívio e
angústia e o Palmeiras escapou do rebaixamento com 40 pontos, a menor
pontuação de um time que se manteve na Série A na história dos pontos
corridos.
LONGE DO IDEAL, MAS MELHORA NA MÉDIA DE PÚBLICO
O
Campeonato Brasileiro da Série A 2014 terminou com uma média de público
pagante 10,7% maior que a de 2013: 16.555 torcedores por jogo. Sem
dúvida, uma boa notícia, especialmente se levarmos em consideração ter
sido um ano de Copa do Mundo.
Tivemos em 2013 um total de
5.681.380 pagantes nos 380 jogos do campeonato.Esse número passou para
6.290.900 em 2014.A diferença, portanto, foi de 609.520 torcedores
pagantes a mais.
Está longe do ideal ainda visto que, considerando
o ano de 2013, nosso principal campeonato foi o 15º colocado no
ranking das competições com maiores médias de público. Levando em
consideração a média de 2014 nesse mesmo ranking, passaríamos para a
13ª posição, subindo duas posições e desbancando a segunda divisão
inglesa, mas ainda muito longe, para ficar na nossa realidade, dos
nossos vizinhos argentinos e do México, que têm, a 7ª e a 5ª maiores
médias de público do mundo, respectivamente.
G4:
Cruzeiro, São Paulo, Internacional e Corinthians.
Rebaixados à Série B:
Vitória, Bahia, Botafogo e Criciúma.
Agencia Futebol Interior
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve após ser analisado pelo administrador