Foto: Lucas Barros / GloboEsporte.com/pb |
Agora, o dirigente ameaça até paralisar todas as séries do Campeonato Brasileiro, caso o Pleno do STJD confirme a exclusão do Botafogo da competição, para que "o futebol brasileiro seja moralizado".
- Se houver necessidade de entrar na Justiça Comum, nós vamos entrar. Mas depois que o Botafogo transcorrer todo o processo da Justiça Desportiva. Estamos aguardando primeiramente a decisão para dizer se tem validade de imediato ou não (essa exclusão da Série C). Acredito na Justiça do nosso país. Ninguém vai tirar o Botafogo de série alguma. Vamos, se for necessário, recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (Desportiva). E se for necessário não iremos parar apenas a Série C. Mas também a Série A, B e D. Se tiver que entrar na Justiça Comum vai ser para paralisar todas as séries - disse.
A tese defendida por Nelson Lira é que a CBF denunciou o clube após terem se esgotados os prazos legais. De acordo com o artigo 165 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), a procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que recebe esta denúncia, só tinha até 60 dias para encaminhá-la a julgamento. O presidente licenciado do Botafogo alega que apenas após sete meses a decisão foi tomada pela Quarta Comissão Disciplinar do STJD, em julgamento realizado na última sexta-feira, no Rio de Janeiro.
- O ato foi em janeiro. E só no mês passado foi que ocorreu essa denúncia. O prazo passou, o processo está prescrito. É tanto que o único voto favorável de um dos auditores fundamentou justamente na prescrição - comentou o presidente licenciado do Botafogo.
O caso remete ainda à estreia do Botafogo na Copa do Nordeste deste ano. No jogo contra o Sport, no estádio Almeidão, em João Pessoa, a torcida pernambucana entrou em confronto com a Polícia Militar e a partida chegou a ser paralisado depois que spray de pimenta chegou ao gramado e afetou os jogadores dos dois times.
Dirigente declara guerra à CBF
Nelson Lira parece mesmo disposto a comprar a briga e já declarou guerra contra a CBF. O clube vai solicitar, através da Federação Paraibana de Futebol (FPF), a prestação de contas da entidade nacional dos últimos 10 anos. Mas o clube só deve se pronunciar em relação ao assunto após receber o documento e contratar uma empresa de consultoria para fazer toda análise e a partir deste momento "tirar alguma conclusão". A estratégia é pressionar a entidade nacional.
- Nada mais justo o Botafogo saber onde tanto recurso está sendo investido. A CBF é uma instituição para administrar o futebol em benefício dos clubes e jamais prejudicar - afirmou.
Entenda o caso
A decisão de excluir o Botafogo da Série C foi tomada pela Quarta Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva depois da confusão de torcedores do Sport com a Polícia Militar da Paraíba. O placar foi de 3 a 1 contra o clube paraibano, por ter sido beneficiado com decisão da Justiça Comum antes de esgotadas todas as instâncias da Justiça Desportiva. Além da exclusão, o clube ainda foi punido com pagamento de multa no valor de R$ 30 mil.
A decisão ainda vale recurso ao pleno do STJD. Mas segundo a decisão da Quarta Comissão, caberá ao presidente da instituição, Caio César Rocha, decidir monocraticamente se a decisão já passa a ser cumprida imediatamente ou apenas quando o pleno se manifestar.
Na época, o Almeidão estava em reformas e acabou interditado pelo STJD. O Botafogo, assim, foi obrigado a jogar no estádio Nazarenão, em Goianinha. O time aceitou a punição e chegou a viajar para a cidade potiguar para jogar contra o Náutico, mas uma ação movida na Justiça Comum da Paraíba pelo vereador Renato Martins, de João Pessoa, reabriu o Almeidão e obrigou que os jogos do clube fossem na arena esportiva da cidade.
Por Globo Esporte PB
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