A
juíza Renata da Câmara Pires Belmont, da 8ª Vara Cível de João Pessoa,
deferiu na tarde desta quinta-feira uma “antecipação de tutela” e
ordenou o afastamento imediato da presidente Rosilene Gomes e dos
respectivos membros da diretoria da Federação Paraibana de Futebol. Num
despacho de cinco páginas, ela fala em “prova inequívoca capaz de gerar
juízo de verossimilhança” sobre eventuais vícios na eleição da mesa
diretora da FPF.
Renata Câmara explica que existem fortes indícios de que a última
reeleição de Rosilene, realizada em 23 de junho de 2010, foi realizada
em meio a “irregularidades e descumprimento de regras estatutárias”.
A decisão, inclusive, foi baseada a numa Ação Cautelar de Exibição de
Documentos, que foi transitada em julgado no Tribunal de Justiça da
Paraíba, e que foi movida pelo Auto Esporte Clube.
O Alvirrubro de João Pessoa solicitava a apresentação de vários
documentos que comprovassem a legalidade do pleito, o que acabou não
acontecendo em sua integralidade. A FPF apresentou apenas ata da
eleição, estatuto da Federação e ata da posse. Mas diante da análise do
TJ de que esta documentação era insuficiente, a entidade “não apresentou
nenhum outro documento, limitando-se à inércia”.
A omissão da FPF, segundo a juíza, leva a crer que as alegações
iniciais do clube pessoense eram de fatos verossímeis, o que
demonstraria que “os clubes e ligas votantes no último pleito não
estavam constituídos de forma regular ou mesmo de que, embora
possivelmente constituídas com CNPJ e demais exigências legais, os seus
supostos representantes legais não foram eleitos na forma estatutária”.
Deposta a atual diretoria da FPF, a juíza decidiu ainda nomear uma
Junta Administrativa para assumir provisoriamente a entidade máxima do
futebol paraibano. A junta é composta por Ariano Wanderley, que é
dirigente do Botafogo-PB; João Máximo Malheiros Feliciano, vinculado ao
Auto Esporte; e Eduardo Faustino Diniz, classificado como “bacharel em
Direito com larga experiência jurídico-administrativa. Todos terão
igualdade de poderes e peso de votos.
Eles terão 90 dias, podendo ser prorrogado por mais 30, para “por
missão precípua fazer levantamento de dados sobre as entidades filiadas,
a sua constituição regular, bem como da legitimidade de seus
dirigentes, notadamente daquelas entidades filiadas que compareceram e
participaram do pleito eleitoral”.
O outro lado
Procurada pela reportagem, Rosilene Gomes se mostrou surpresa com a
decisão de justiça. Ela garante que ainda não foi notificada sobre
qualquer decisão de intervenção na Federação - o que não deve mais
acontecer nesta quinta-feira, já que a dirigente estava em viagem para
Natal, no Rio Grande do Norte.
- Não sei de nada sobre isso, não fui comunicada. Estou sabendo disso
por você. Não chegou nada na Federação sobre o despacho de qualquer
juíza - disse Rosilene, indicando a diretora jurídica da FPF, Socorro
Leite, para responder a outros questionamentos sobre o assunto.
Rosilene admitiu que que recebeu uma notificação do Ministério
Público pedindo o repasse de documentos a respeito da eleição de junho
do ano passado, mas que está dentro do prazo dado.
- Recebi essa notificação no fim de abril e, pelo que sei, a
Federação tinha 20 dias para apresentar a documentação (da eleição) e
esse prazo ainda não acabou. Não descumpri nenhuma ordem judicial até o
momento - retrucou Rosilene.
A diretora jurídica da FPF, Socorro Leite, também foi procurada. Ela
também se disse surpresa com a informação e não quis comentar o caso.
Por: Phelipe Caldas G1 com Portal Progresso
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quinta-feira, 3 de abril de 2014
URGENTE: Justiça afasta Rosilene Gomes da Federação Paraibana de Futebol
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