A Portuguesa cumpriu sua palavra e entrou na Justiça Comum contra a
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por uma vaga na Série A do
Brasileirão. O clube foi rebaixado depois do fim do campeonato por ter
escalado um jogador irregular. O caso foi parar no Superior Tribunal de
Justiça Desportiva (STJD), que tirou quatro pontos no julgamento,
salvando o Fluminense.
A
ação foi distribuída na 43ª Vara Cível de São Paulo, ainda na tarde
desta terça-feira, mas ainda não aparece no site do Tribunal de Justiça.
O advogado responsável pelo processo é o próprio vice-presidente
jurídico da Lusa, Orlando Cordeiro de Barros.
O presidente da
Portuguesa, Ilídio Lico, havia decidido no início desta semana não ir
mais à Justiça para poder receber um adiantamento da CBF e salvar as
finanças do clube. Mas ele foi pressionado e convencido depois de uma
reunião com diversos diretores e conselheiros no Canindé.
"Fui
convencido. Tinha decidido, mas voltei atrás. Por isso é importante
ouvir as pessoas com que a gente trabalha. Fui convencido porque a ajuda
que eles [CBF] vão me dar não vai mudar a minha vida. Vamos ficar
iguais. Então, vamos para a Justiça. Agora vai", afirmou o presidente,
nesta segunda-feira, para o ESPN.com.br.
"Fiquei
muito pressionado. Não teve jeito. Mas vamos nessa. A situação
financeira a gente vai ver como vai resolver. Estamos num momento muito
difícil, e agora vamos brigar mesmo para voltar para a Série A",
completou.
Uma das maiores preocupações da cúpula da Lusa é com um
acordo trabalhista que foi feito pela gestão passada com um escritório
de advocacia, representante de ex-atletas. No contrato elaborado entre o
escritório e o clube, por Manoel Da Lupa, uma multa alta foi acordada, o
que deixou a nova direção de cabelo em pé. Se o clube não pagar, o
valor aumenta em 75%.
O valor da dívida chegou a ser de mais de R$
30 milhões, mas agora já está em R$ 11 milhões. No mês passado, Ilídio
Lico conseguiu R$ 400 mil de adiantamento da FPF.
A 43ª Vara Cível de São Paulo
O
juiz Miguel Ferrari Júnior, da 43.ª Vara Cível do Foro Central do
Tribunal de Justiça de São Paulo, foi quem negou a devolução dos quatro
pontos à Portuguesa e ao Flamengo no que havia sido solicitada pelo
Ministério Público no meio de fevereiro por meio de uma ação civil
pública contra a CBF e o STJD.
Torcedores na Justiça
Desde
o final do ano passado, quando o STJD determinou a perda dos quatro
pontos, dezenas de torcedores entraram na Justiça Comum para tentar
salvar o clube da segunda divisão. Algumas liminares chegaram a ser
concedidas em favor da Lusa, mas pouco tempo depois foram caçadas pela
CBF.
No dia do conselho técnico do campeonato nacional, para o
qual o time paulista não foi convidado, ainda existiam algumas decisões
pró-Portuguesa na Justiça. O departamento jurídico da entidade máxima do
futebol brasileiro, com apoio de um escritório terceirizado, conseguiu
agir ainda no mesmo dia para permitir que a tabela da competição fosse
divulgada do modo como a Justiça Desportiva determinou: com o Fluminense
na Série A.
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