Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, é banido da NBA (Foto: Agência AP)
O comissário da NBA, Adam Silver, anunciou na tarde desta terça-feira
que Donald Sterling, proprietário do Los Angeles Clippers, está
suspenso por racismo pelo resto de sua vida e terá de pagar uma multa de
US$ 2,5 milhões(cerca de R$ 5,5 mi), valor máximo para uma punição
permitido pela constituição da Liga Americana de Basquete. O dinheiro
será doado para organizações que lutam contra o racismo.- Estou banindo o senhor Sterling pelo resto da vida de qualquer associação com os Clippers ou com a NBA. Ele não poderá assistir a nenhum jogo ou treino de nenhuma equipe. Ele também não poderá mais participar das decisões da equipe dos Los Angeles Clippers nem participar de qualquer reunião associada à Liga - garantiu o comissário, que não conversou pessoalmente com Donald Sterling.
Adam Silver já conversou com as autoridades para que Sterling coloque à venda o time do Los Angeles Clippers.
- Vou insistir ao Conselho de Governadores para forçarem a venda da equipe. Eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para garantir isso. Eu espero ter o apoio de todos os donos de equipes da NBA.
No último sábado, foi divulgada pelo site americano "TMZ Sports" uma conversa telefônica fazendo declarações preconceituosas contra negros. Vale lembrar que essa não é a primeira vez que ele se envolve em caso de racismo. Donald já foi punido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por não deixar negros e hispânicos alugarem seus apartamentos. Esses antecedentes não foram levados em consideração para a punição da NBA, uma vez que não estão relacionados com a Liga.
O comissário da NBA deixou claro que não decidiu a punição para Sterling sozinho. Ele escutou jogadores e técnicos, especialmente os dos Clippers.
- Falei com muitos jogadores antes de tomar minha decisão. Falei diretamente com o Chris Paul e com o técnico Doc Rivers. Acredito que os jogadores estarão satisfeitos com a decisão - afirmou Silver, se referindo ao principal astro dos Clippers e ao treinador da equipe.
Cerca de 15 patrocinadores já romperam contratos com o Clippers após a divulgação da conversa, entre eles a seguradora State Farm e a fabricante de carros Kia. Sobre isso, o comissário da NBA acredita que as marcas voltem ao time de Los Angeles.
- Espero que os patrocinadores vejam isso e voltem às suas parcerias com os Clippers. Eu fiquei insultado, entendo que outros também tenham ficado insultados. Pode levar um tempo para os patrocinadores voltarem, mas farei o que puder para eles retornarem à família da NBA - comentou Adam Silver.
Tanto o Facebook do Los Angeles Clippers como a página oficial na internet do time publicaram uma foto imediatamente após o pronunciamento de Adam Silver com a frase "We are one", "somos todos um só", na tradução para o português.
Um dia depois da divulgação do áudio, o Los Angeles Clippers perdeu para o Golden State Warriors, em duelo pelas quartas de final da Conferência Oeste, que está empatado em 2 a 2. O jogo 5 da série será nesta terça-feira, na Califórnia.
jogadores e autoridades apoiam punição
- Somos uma cidade com dois times, mas hoje estamos com os Clippers. Nós amamos os Clippers, e nosso sentimento é de que a justiça foi feita. Não toleramos isso de ninguém, de nenhuma entidade. Quero agradecer ao Adam Silver por ter sido o mais forte que ele pôde - afirmou o prefeito.
Kevin Johnson, ex-jogador da NBA e atual prefeito de Sacramento, capital da Califórnia, deixou claro que não haverá tolerância ao racismo. Ele, que é porta-voz da Associação de Jogadores Profissionais (NBPA), falou com a imprensa também nesta terça-feira.
- Estou orgulhoso dos jogadores. Não tiveram medo de se articular e fizeram isso de uma maneira muito profissional. Pedimos três coisas ao Adam Silver: ação imediata, voz dos jogadores e mudança na liderança. Quero agradecer a todos os jogadores por trás de mim. Estamos dando um exemplo para os jogadores futuros. Esse é um momento decisivo da nossa história. O esporte mais uma vez transcende. Não haverá tolerância ao racismo - comentou Kevin Johnson.
Por Globo Esporte
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