A Promotoria das Fundações de João Pessoa do Ministério Público da Paraíba investiga desde o final de 2013 uma suposta irregularidade nas últimas eleições da Federação Paraibana de Futebol, que aconteceu em 2010. A suspeita é de que ao menos 23 das 53 entidades que votaram no pleito e reelegeram a presidente Rosilene Gomes estavam em situação irregular no dia do pleito, o que tornaria todo o processo eleitoral nulo.
O processo administrativo nº 024/2013 vem sendo comandado pelo promotor Alexandre Jorge Nóbrega e está atualmente na “fase de instrução”.
O processo foi aberto
por José Clóvis Pereira de Carvalho, que formalizou a denúncia de
que houve irregularidades no último processo eleitoral. A partir
daí, o promotor começou a analisar se a “reclamação” é
procedente ou não.
Inicialmente, o
promotor pediu uma cópia da ata das últimas eleições da FPF. E de
posse do documento, solicitou ao Cartório da Promotoria que
analisasse, na Receita Federal, a situação de todas as entidades
votantes.
Segundo o laudo, 53
pessoas jurídicas foram pesquisadas, sendo que apenas 29 tinham
“situação cadastral ativa e data de abertura anterior a 23 de
junho de 2010”, que foi o dia das eleições. Dentre as outras, 14
já tinham “situação cadastral baixadas” (perda de suas
personalidades jurídicas), oito tinham número de CNPJs tidos como
inválidos e uma outra era uma fundação privada. O documento não cita a entidade faltante para se chegar ao número total de 53.
Apesar destes dados, o
promotor Alexandre Nóbrega deixa claro que por ora não é
possível constatar irregularidades e que é preciso esperar um pouco
mais antes de uma decisão.
- Ainda estamos em fase
de instrução. E nesta parte da investigação, temos que respeitar
o princípio do contraditório para todas as partes. Só depois
poderemos tomar uma decisão. Por enquanto não temos ainda nenhuma
conclusão valorativa sobre o caso – resumiu.
O promotor explicou
que, “com o objetivo de oportunizar o contraditório
administrativo”, enviou à Federação um pedido para que num prazo
de 20 dias a entidade envie “informações sobre as instituições”
que tiveram os problemas detectados. Como o ofício do MP foi
recebido pela FPF no dia 28 de março, a entidade tem até 17 de
abril para dar alguma resposta.
O promotor explica,
portanto, que só após o envio desta resposta da FPF é que será
possível uma conclusão sobre as investigações. E disse que neste
próximo momento caberá a ele decidir se arquiva a investigação,
caso as denúncias não tenham substância; ou abrir alguma demanda
judicial em caso de indícios de irregularidade.
O GloboEsporte.com/PB
tentou contato com a Federação Paraibana de Futebol, mas a diretora
jurídica Socorro Leite preferiu não falar sobre o assunto. Ela
negou que haja uma investigação em curso e disse que o que existia
era apenas um “acompanhamento”, que segundo ela “nem era tão
recente assim”. Socorro se justificou dizendo que estava fora de
João Pessoa, mas se comprometeu a entrar em contato com a reportagem
para falar sobre o assunto tão logo chegasse de volta à cidade.
Documento do Ministério Público da Paraíba aponta supostas irregularidades em 23 votantes nas eleições da FPF (Foto: Reprodução / MPPB)
Globoesporte.com/PB
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