Valberto Lira, promotor de Justiça do Ministério Público da Paraíba (Foto: Kako Marques)
O Campeonato Paraibano de 2014 corre o sério
risco de não começar no dia 5 de janeiro. Pelo menos essa é a opinião de
Valberto Lira, procurador de Justiça e coordenador da Comissão Estadual
Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios, que já
avisou que vai sugerir o adiamento do Estadual à Federação Paraibana de
Futebol (FPF).
Até aqui, os três estádios vistoriados pela
comissão foram reprovados pelo Ministério Público. O primeiro foi o
Teixeirão, em Santa Rita. E na tarde desta quinta-feira, o Perpetão, em
Cajazeiras; e o Marizão, em Sousa. Diante desse quadro, Valberto Lira
não vê como a bola rolar dentro de pouco mais de uma semana.
- A decisão de começar ou não o campeonato no
dia 5 é exclusivamente da Federação, do conselho arbitral. A comissão só
cuida dos estádios, da segurança dos torcedores. Mas acho que o bom
senso aconselha que seja adiado, até porque não sei quais estádios
estarão em condições de receber jogos no dia 5 - frisou o procurador de
Justiça.
Perpetão tem muro derrubado e está sem alambrado para separar torcidas adversárias (Foto: Reprodução / TV Paraíba)
A situação se torna ainda mais grave porque os
dois principais estádios da Paraíba - o Almeidão, em João Pessoa; e o
Amigão, em Campina Grande - também estão passando por reformas e já
estão previamente descartados para as três primeiras rodadas do
Estadual. Valberto Lira, inclusive, disse que não há sequer datas para
serem feitas as próximas vistorias.
- Só vamos avaliar os dois estádios quando a
Suplan entregar a obra. E isso, ao que me consta, só depois do dia 15 de
janeiro - informou.
Vistorias no Sertão
A Comissão Estadual Permanente de Prevenção e
Combate à Violência nos Estádios esteve nesta quinta-feira vistoriando o
Perpetão e o Marizão. E mesmo com os dois sendo reprovados por ora,
Valberto Lira viu uma situação bem diferente entre eles.
O caso mais complicado é o de Cajazeiras. Como
as obras estão atrasadas, Valberto Lira demonstra pessimismo quanto ao
Atlético jogar em seu estádio no início do Campeonato Paraibano.
- As intervenções de engenharia deixaram o
estádio sem nenhuma condição de jogo. Temos um muro derrubado e também o
alambrado que separa as torcidas. Como vamos realizar uma partida desse
jeito? - perguntou Valberto, ressaltando que a engenheira responsável
pela obra deu um prazo até o dia 15 de janeiro para que a reforma esteja
concluída e apta para uma nova vistoria.
Estádio Marizão, em Sousa, deve ficar pronto até o dia 15 de janeiro
(Foto: Reprodução / TV Paraíba)
Em seguida, a comissão seguiu para Sousa. No
Marizão, a situação encontrada foi bem mais animadora. De acordo com
Valberto, o estádio está praticamente liberado para o Campeonato
Paraibano, faltando apenas pequenos detalhes.
- A única questão pendente no Marizão é em
relação às saídas de emergência. Mas isso pode ser feito nos próximos
dias, dependente apenas de vontade política - alertou.
Nesta sexta-feira, a comissão segue para
vistoriar o José Cavalcanti, em Patos. Mesmo sem os times da cidade no
Campeonato Paraibano, a intenção é dar uma opção à FPF para programar os
jogos de Sousa e Atlético, casos seus estádios não estejam liberados
até o dia 5 (isso se a competição começar mesmo no início de janeiro).
Estádio da Graça ainda precisa passar por melhorias para receber jogos do Paraibano(Foto: Renata Vasconcellos / GloboEsporte.com/PB)
Comissão põe em risco utilização da Graça
Sem contar com o Almeidão, a cidade de João
Pessoa pode ficar também sem o Estádio da Graça no início do Campeonato
Paraibano. Valberto Lira informou que algumas intervenções sugeridas
pela comissão há seis meses nunca foram realizadas e que isso pode tirar
a praça de esportes do certame de 2014.
- São obras sugeridas por nós há seis meses e que não foram feitas. Será que vão ser feitas em seis dias?
A Graça é a única opção para Auto Esporte, CSP e Santa Cruz de Santa Rita disputarem a primeira fase do Campeonato Paraibano.
Torcedores de Atlético-PR e Vasco brigam na Arena Joinville (Foto: Reprodução / RPCTV)
Confusão em Joinville serve de alerta
O rigor adotado pela Comissão Estadual
Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios coincide com a
discussão sobre a situação das praças esportivas do país, especialmente
após a confusão das torcidas de Atlético-PR e Vasco na Arena Joinville,
pelo Campeonato Brasileiro. Valberto Lira lembrou que o trabalho feito
na Paraíba busca minimizar problemas dessa natureza.
- Muita gente pede para que os estádios sejam
liberados de qualquer jeito. Mas temos que zelar pela segurança, pela
prevenção de acidentes. O entulho de uma obra pode virar arma na mão de
torcedores. Muita gente fala por falar, mas será o primeiro a criticar
em caso de tragédia - finalizou o procurador de Justiça.
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