- Ainda não caiu a ficha. Eu estava sentada na quadra com a medalha no peito e não acreditava. Acho que deve demorar uns dois dias para eu acreditar no que aconteceu - disse Alê.
A vitória diante das sérvias foi a segunda no Mundial, a nona em nove jogos na competição, para não deixar dúvidas sobre a conquista invicta. Para completar, Babi ainda entrou para a seleção do Mundial como a melhor goleira, e Duda foi eleita a MVP (sigla em inglês para jogadora mais valiosa) da competição. Alexandra Nascimento, atual melhor do mundo, foi a artilheira da decisão com seis gols anotados.
Meu Deus, o Brasil, um país das Américas, campeão do mundo de handebol? Difícil de acreditar"
Morten
- O jogo que elas fizeram foi espetacular. Fica difícil dizer. Nunca houve um jogo de handebol como esse, 20 mil pessoas jogando contra, e elas ignoraram isso. Colocaram um compromisso na cabeça e jogaram para isso. Meu Deus, o Brasil, um país das Américas, campeão do mundo de handebol? Isso é difícil de acreditar - disse, emocionado, o técnico Morten Soubak.
A foto do título: seleção brasileira festeja a inédita conquista do Mundial de Handebol (Foto: EFE)
MARÉ VERMELHA: BRASIL SUPERA PRESSÃO DA TORCIDA
Aos 16, a Sérvia abriu 8 a 6, mas Ana Paula logo diminuiu. Civjic, impossível no ataque, levou dois minutos por falta em Dani Piedade. Após quatro minutos sem gols dos dois lados, Alê empatou: 8 a 8. Sem sair da margem de um gol, a seleção mantinha o jogo sob controle, mesmo perdendo por 10 a 9, até Alê, com um golaço por cobertura, empatar. Déborah Hannah, dois minutos depois, colocou o Brasil de novo na frente: 11 a 10. Fria, Alê abriu três gols de vantagem aos 29, fechando a primeira etapa em 13 a 11, com as sérvias ficando seis minutos sem gols.
O Brasil voltou para a segunda etapa com o mesmo ritmo. Com cinco minutos, vencia por 16 a 11, abrindo cinco gols com Duda (duas vezes) e Deonise. Aos sete, a Sérvia fez dois gols com Lekic e Ognjenovic: 16 a 13. O ginásio foi ao delírio quando Tomasevic pegou dois sete metros seguidos, mantendo o placar intacto. Aos 12, a Sérvia voltou a apertar o marcador. Com Zivkovic e Damnjanovic, trouxe a diferença para um gol apenas. Com duas suspensões de dois minutos, as anfitriãs levaram mais um gol de Alê. Na metade da etapa, a seleção vencia por 18 a 16.
Sem funcionar na segunda etapa, Babi deu a vaga para Mayssa no gol. Com a torcida jogando junto, a Sérvia dificultava cada ataque do Brasil, marcando muito. Ana Paula, aos 19, colocou de novo a seleção no jogo: 19 a 17. Aos 22, na pressão, a Sérvia conseguiu diminuir para um gol com Krpez. Quando a Sérvia ia empatar, Mayssa, incrível, parou Damnjanovic no contra-ataque, cara a cara, com o pé esquerdo. Nisavic, aos 20, empatou o jogo em 19 a 19. Dani Piedade, no pivô, colocou o Brasil mais uma vez na frente. Lekic empatou de novo, em 20 a 20. Déborah, um monstro quando entrou, fez 21 a 20. Aos 29, Ana paula fez um golaço, Mayssa salvou lá atrás e o Brasil abriu dois gols: 22 a 20.
Maré vermelha: 20 mil torcedores sérvios lotaram a Arena Belgrado para a final contra o Brasil (Foto: Thierry Gozzer)
A
50 segundos do título mundial, a seleção brasileira teve sabedoria e
calma para administrar o jogo e manter a posse de bola. Quando o placar
mostrou o fim do jogo, choro e sorrisos tomaram conta das jogadoras e
dos membros da comissão técnica do Brasil. Um título inédito e
histórico. Até então, a melhor campanha do país em um mundial tinha sido
o quinto lugar em São Paulo 2011.
ESCALAÇÕES
Sérvia: Tomasevic; Milosevic, Damnjanovic, Popovic, Eric, Ognjenovic e Cvijic. Entraram: Lekic, Zivkovic, Krpez, Filipovic, Rajovic e Risovic.
A CAMPANHA DO TÍTULO
Brasil 36 x 20 Argélia
Brasil 34 x 21 China
Brasil 25 x 23 Sérvia
Brasil 24 x 20 Japão
Brasil 23 x 18 Dinamarca
Oitavas: Brasil 29 x 23 Holanda
Quartas: Brasil 33 x 31 Hungria
Semifinal: Brasil 27 x 21 Dinamarca
Final: Brasil 22 x 20 Sérvia
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