Contam-se nos dedos os títulos tão bem saboreados quanto este do Cruzeiro. Foi uma conquista a conta-gotas, a conta-rodadas, jogo após jogo, um pouquinho de cada vez. Faz tempo que a torcida celeste se celebra como grande vencedora do Campeonato Brasileiro de 2013. Afinal, a Raposa não foi campeã (tricampeã!) nesta quarta-feira, 13 de novembro, com o triunfo de 3 a 1 sobre o Vitória em Salvador, como diz a matemática, fria por natureza. Não, não: ela vem sendo campeã há meses.
O que aconteceu no Barradão foi uma formalidade, quase uma burocracia – a assinatura final na lista de façanhas do time cruzeirense. Melhor: do timaço cruzeirense, essa equipe que é mecânica sem ser quadrada, que é agressiva sem ser afobada, que joga bonito sem cair na tentação da firula. Desde 2003, quando o próprio Cruzeiro ganhou o primeiro Brasileirão por pontos corridos, poucos títulos foram tão inquestionáveis. De Fábio a Borges, de Dedé a Everton Ribeiro, a Raposa sobrou.
E foi campeã fazendo aquilo que mais sabe, aquilo que mais repetiu: vencendo. Nem precisava. A derrota de 2 a 1 do Atlético-PR para o Criciúma já garantia o título ao Cruzeiro. Mas campeão é campeão (tricampeão é tricampeão). Contra um adversário forte, mergulhado na batalha por vaga na Libertadores, foi lá e venceu. Já no intervalo, com o fim da partida no Heriberto Hülse, os jogadores celestes festejaram o título - mesma ação da torcida azul mundo afora.
Por outro lado, o resultado foi péssimo para o Vitória. A equipe baiana precisava dos três pontos. É curioso: o jogo da confirmação do título do Cruzeiro era mais importante para o Leão do que para os mineiros. Com a derrota, a equipe de Ney Franco estacionou nos 51 pontos, na sexta colocação, cinco atrás do G-4. A Raposa foi a 74, inacreditáveis 16 a mais que o Atlético-PR, o segundo colocado. Os gols da partida foram marcados por Willian, Julio Baptista e Ricardo Goulart para o Cruzeiro e Dinei para o Vitória.
Willian comemora primeiro gol do Cruzeiro contra o Vitória (Foto: Marcos Ribolli)
Primeiro tempo de um quase campeãoO Cruzeiro foi a campo munido da leveza que só é conhecida por aqueles que sabem que são campeões. Quando começou o jogo em Salvador, o Atlético-PR já perdia por 2 a 0 em Criciúma. Aí os mineiros puderam jogar com a maior naturalidade do mundo. O Vitória, claro, tentou partir para cima. Foi o primeiro a ameaçar, em chute de longe, e para longe, de Ayrton. Insistiu com Dinei, em boa defesa de Fábio. Levou perigo com Marquinhos, em outra ótima participação do goleiro do Cruzeiro. Quase fez novamente com Dinei, da marca do pênalti – por cima.
Mas quem marcou foi o Cruzeiro. Willian já tinha ameaçado uma vez. E Borges em outra, quase num golaço de voleio. E aí não teve erro. Aos 35 minutos, Dagoberto recebeu chutão da defesa e logo acionou Willian. Ele bateu forte, com precisão: 1 a 0 para o campeão.
Segundo tempo de um campeão absoluto
No intervalo, dentro de campo, os jogadores do Cruzeiro ergueram os braços para o céu, começaram a se abraçar, passaram a gritar. Eram campeões - com o encerramento do jogo em Criciúma. Restava um segundo tempo de festa. E de grande futebol.
O Vitória conseguiu reagir. Empatou com Dinei, logo a cinco minutos, em falha da defesa celeste. Mas imaginar que o Cruzeiro tiraria o pé, jogaria menos, se mostrou um grande equívoco. Foi o contrário: jogou mais, jogou como um campeão absoluto.
Julio Baptista, aos 25 minutos, voltou a colocar a Raposa na frente. Dagoberto, garçom da noite, recebeu na área e só desviou para o colega, que empurrou para o gol. Depois, foi a vez de Ricardo Goulart, que bateu de primeira dentro da área: 3 a 1.
O resto foi comemoração, foi festa e futebol de campeão. De tricampeão. De tricampeões que saborearam um título como poucas vezes se viu.
Globoesporte.com
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